2° Capítulo

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Meu primeiro dia da faculdade foi como eu esperava. Eu fiz anotações, tantas anotações que a minha mão ficou com câimbra, e a minha lista de planos está completa, pronta para começar minha vida adulta. Agora eu posso fazer minhas próprias escolhas, fazer meu próprio caminho, e provar para mim mesma que eu sou responsável o suficiente para sair sozinha no mundo adulto e crescido.

A partir do momento em que eu estou voltando para o meu quarto, o sol já está escondido atrás das árvores e o vento está um pouco frio. Eu envolvo meus braços em volta de mim, tentando me esquentar um pouco. Eu devia ter pensado nisso, devia ter pegado uma jaqueta mais pesada. Todos os meus obsessivos cálculos para o dia de hoje falharam de um jeito simples.

O vento bate de novo, bagunçando o meu longo cabelo loiro na minha cabeça e eu ando mais rápido para o meu quarto. Um pensamento que se eu não estivesse mudado de dormitório, eu já estaria dentro do quarto quentinho, provavelmente já teria tomado banho e organizado minha roupa e livros para amanhã, passa brevemente pela minha cabeça.

As ruas não estão tão cheias como eu achava que estaria. Um grupo de garotas está andando na minha frente rindo, olhando para trás a cada minuto, eu notei uma delas olhando para as minhas roupas e rindo com as amigas.

Eu nunca vou querer ser uma garota assim.

Eu odiaria me fazer feliz por falar de coisas terríveis das outras pessoas. Como a julgadora que eu fui criada para ser, eu nunca falaria coisas desagradáveis de propósito de outras pessoas só para me enturmar. Suas amigas, seguidoras, tanto como eu posso dizer por causa da luz fraca, se juntam, me encarando e adicionando pequenos comentários enquanto elas andam. As palavras de ódio delas se perdem no vento e eu fico feliz quando elas viram o corredor e andam para outro prédio.

Um toque suave soa dentro da minha bolsa e eu procuro o celular ocupado. Minha tela congela quando eu tento responder a chamada de Noah e eu bufo de frustração enquanto eu passo pela rua. O som de uma buzina de carro me faz pular para trás e derrubar o meu celular no chão de concreto. Um carro branco, um clássico, com uma música alta tocando pela janela chia.

"Toma cuidado!" Uma voz masculina alerta e eu vejo um cabelo rosa soprando pelo vento e eu rapidamente me desculpo e pego meu celular. A tela está quebrada no chão mas deve funcionar. Eu preciso usar o meu dinheiro para comprar um carro para mim então eu não vou precisar caminhar pelo campus enquanto a temporada muda de outono para inverno.

A Melissa está sentada na cama dela, suas pernas estão cruzada, seu cabelo está em um coque. Minha cama está coberta de roupas, bagunçadas e espalhadas.

"Ai! Me desculpa, eu ia arrumar meu armário mas acabei distraída. Eu vou arrumar isso agora." ela pula e pega suas roupas, derrubando algumas.

"Está tudo bem. Eu vou te ajudar." eu coloco minha bolsa na mesinha e me agacho para ajudar ela. Ontem, o lado do quarto dela estava impecável, suas roupas estavam organizadas, o que aconteceu?

Os olhos castanhos dela são tão nítidos. Seus longos cílios encostam em suas pálpebras. Ela é bela de um jeito exótico, ela com certeza podia ser uma modelo.

Ela dobra um par de leggings e olha para mim. "Você tem algum plano para hoje a noite? Meu irmão vêm daqui a pouco, eu espero que você não se importe. É porque o melhor amigo dele está saindo da cadeia hoje à noite e -"

"Cadeia?" eu acabo interrompendo ela.

Ela ri e diz "É, nada muito sério ou qualquer coisa. Foi uma pequena acusação, eu acho." Os olhos dela encontram os meus e eu não posso dizer se ela estava brincando ou não.

"Se você não estiver okay com o meu irmão vindo, está tudo bem." Ela sorri honestamente mas eu ainda estou pegando a parte do, 'o amigo dele acabou de sair da cadeia'.

"Não." eu hesito, focando em arrumar o resto das roupas dela da minha cama. "Tudo bem, sério." eu asseguro ela, com um pequeno sorriso.

Ela assente e nós continuamos dobrando em silêncio.

"Mel!" O voz grossa do irmão dela surge na entrada.

Quando ela abre a porta, ele entra, sendo seguido por um cara alto com uma jaqueta de couro. Ele tem tatuagens.

"Bom, quem é ela?" ele imediatamente faz contato visual comigo através de seus óculos escuros.

"Jace essa é a Tessa. Minha colega de quarto." Melissa aponta para mim, me apresentando para o amigo de seu irmão, sentado na ponta da cama. Eu não quero que ele sente aí, ele parece ser legal, mas eu acabei de arrumar e alguma coisa nele não me faz bem.

"Prazer em te conhecer." Jace diz para mim, seus olhos viajam pelo meu corpo, e ele nem tenta ser discreto. Ele passa a língua pelos lábios, "Muito, muito prazer em te conhecer."

"Jace!" Melissa alerta e ele ri antes de ir até ela.

"Eu só estou me apresentando para a sua nova amiga." ele rebate e sorri sarcasticamente.

"Ela tem um namorado." Melissa conta para eles. "Então caiam fora." o tom na voz dela é suave e firme, eu começo a gostar dela ainda mais.

"Um namorado?" Dan sorri. "Isso é mal."

"Me desculpa, eles são muito porcos, Tessa." Melissa se desculpa pelo seu irmão e seu amigo. "Vocês não tem uma festa para ir?"

"É, nós temos. Você quer ir? Você e a Tess podiam ir." Dan fala.

"Tessa." eu gentilmente corrijo. Eu não gosto do jeito que ele diminuiu o meu nome, é para pessoas mais íntimas.

"Tessa." ele repete com um pequeno sorriso. Jace e Dan levantam para ir, e a Melissa abre seus braços para o irmão, ele abraça ela e Jace murmura algo brincando.

Uma hora depois, eu tomo banho, meu cabelo continua molhado e frio nas minhas costas por causa da falta de água quente nesse prédio. "Está sempre frio," um garoto me disse.

Eu procuro o meu celular quebrado na escrivaninha e ligo para Noah. Eu estou sozinha aqui, por mais que eu odeio admitir isso, eu sinto falta da minha cama de casa, meu chuveiro quente, o meu namorado que não me encara de um jeito indecente.

"Hey, Tessa." ele responde no segundo toque. "Como foi?" ele suspira e ouço o barulho do vento.

"Bom. Okay, eu acho, não tão ruim. Você já perdeu a prática?" Eu pergunto para ele, a Melissa vira e pressiona seus lábios, imitando barulhos de beijos bobos. Eu rio, tampando o celular para Noah não ouvir.

"Sim, estou no meu caminho para a casa da sua mãe, o secador não está funcionando. Quais são seus planos para hoje à noite?"

"Nenhum, já estou na cama." eu rio. "Nada muito selvagem."

"Isso é bom, sua mãe vai ficar feliz que você não está festejando na faculdade." o tom dele é superior, como se ele fosse uma pessoa autoritária na minha vida, não só meu namorado.

"Eu não tenho intenção de fazer isso mesmo." deixo claro. Por que minha mãe e Noah estão falando sobre isso para mim desse jeito? Eu bufo, me sentindo como uma criança de novo, e penso em um motivo para desligar o celular. Eu amo ele, e geralmente amo falar com ele, mas agora estou exausta.

Noah e trocamos ‘eu te amo’ e eu durmo rápido depois de desligar o celular.

NEVER - (Tradução Português/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora