Um dia comum. Na casa 159 só havia um adolescente, já que seus pais haviam saído cedo e só iam voltar no dia seguinte. Como todo adolescente que tem pais extremamente rígidos em relação a alimentação, o garoto, de nome Rodrigo, aproveitou estar o dia inteiro sem os pais, e depois da escola, passou num mercadinho e lotou uma sacola, só de doces, salgadinhos e refrigerantes. Foi pra casa, fez suas obrigações, almoçou e foi tirar um cochilo. Acordou lá pra 19:00. Olhou pela janela, caía um temporal lá fora. Pegou as besteiras que tinha comprado, agarrou uma coberta, seu celular e desceu pra sala. Sentou no sofá, se cobriu e abriu a Netflix na TV. Começou a rodar com o controle, até achar alguma coisa boa pra assistir enquanto já comia metade do seu salgadinho. colocou em um filme qualquer de terror mesmo. Era bem fã, mas queria mudar um pouco, no entanto, até achar outro gênero que lhe agradasse, já seria tarde. Se acomodou no sofá e abriu a garrafa de Coca-cola. Meia hora depois, com Rodrigo já suando frio de tanto medo, seu celular tocou. Rodrigo pulou de susto, depois riu de si mesmo. Viu que a ligação era a cobrar, hesitou em não atender, pois se fosse por exemplo, um de seus pais, sua irmã mais nova ou algum amigo, ligariam no WhatsApp. Isso sem contar que o número que estava ligando era totalmente desconhecido para ele. Deixou tocando por um tempo, mas a pessoa continuava insistindo, fazendo Rodrigo perder a cabeça e atender achando que era importante. Atendeu e esperou 5 segundos em silêncio. Tomou a iniciativa e saudou a pessoa do outro lado da linha. Começou a ouvir uns barulhos estranhos como de ossos sendo quebrados e gritos. Estava tudo muito abafado, então Rodrigo pensou que fosse coisa da sua cabeça, ou que os barulhos fossem outra coisa e pelo fato de estar abafado, tivesse confundido. Tirou o celular da orelha para desligar, mas foi impedido pela voz do outro lado da linha. Era uma voz grave, sombria, mais parecia um sussurro. Dizia exatamente o seguinte: "Eu estou em serviço agora, mas logo logo chego aí." Rodrigo congelou, mas a raiva foi maior, de achar que algum amigo estivesse lhe trollando. Gritou com raiva, brigando com o telefone: "AI, QUAL É EIN DIOGO, DEIXA EU ASSISTIR MEU FILME EM PAZ!!"- e desligou o telefone.
Mais ou menos 20 minutos depois, Rodrigo estava dando risada do filme e do trote que lhe passaram. "Cara, idiotice foi congelar de medo aquela hora. Devia saber que era palhaçada, cadê que che..."- foi interrompido por um apagão geral. Olhou pela janela devagar, e constou que a rua inteira estava com luz. O apagão tinha sido só na sua casa. Começou a tremer e suar frio. De repente a garrafa de coca estilhaçou. Rodrigo não conteve o grito de horror e começou a chorar baixinho. O celular tocou de novo. O garoto atendeu mas não deu tempo para a outra pessoa. Começou a gritar com voz de choro: "PÔ DIOGO, CHEGA NÉ! PODE ME ZOAR O QUANTO VOCÊ ACHAR BOM, MAS BRINCADEIRA TEM LIMITE, VIU!!"- Gritou começando a chorar mais alto. Dessa vez deu um tempo para a outra pessoa falar. "Rodrigo, não é o Diogo hahaha". Rodrigo começou a tremer e em meio a um afogamento em lágrimas perguntou ainda com raiva na voz: "E É QUEM ENTÃO, ME FALA!" A pessoa respondeu em uma gargalhada sinistra: "É a morte hahahhahahhahaha!"- Rodrigo começou a fazer escândalo. "PARA PELO AMOR DE DEUS, EU NÃO ACREDITO NESSAS COISAS, VOCÊ SABE BEM DISSO!!"-silêncio. Depois um zumbido e a voz novamente: "não acredita tudo bem, pode olhar pela janela então."- Rodrigo hesitou por um bom tempo. Ouviu um beep. O que significava que a "morte" havia desligado. Juntou seu restinho de coragem e olhou devagar para a janela de vidro. Viu uma silhueta usando um capuz, talvez não tivesse tido iluminação o suficiente, portanto não viu mais que isso. De repente a luz voltou com mais intensidade que o normal. Agora, com luz dentro de casa e iluminado por alguns eventuais relâmpagos, Rodrigo conseguiu ver. Era um sujeito altíssimo, muito magro e usava uma capa parecida com a da Ravena de Os Jovens Titãs. Parecia flutuar. Não tinha pés. Rodrigo se desesperou ao ver que aquele sujeito carregava em mãos, uma foice ensanguentada. Caiu em si e voltou para a realidade. Não era um trote. Aquela coisa lá fora era a morte, real mesmo. Se levantou do sofá, e na velocidade da luz, o empurrou em direção a porta, tentando barrar a entrada da morte. Suspirou um pouco mais aliviado e foi ligar para seus pais, mas ao ligar o celular, recebeu uma mensagem SMS no mínimo aterrorizante:"KKK lembre que a porta não é a única forma de entrada de alguém". Logo após isso Rodrigo ouviu o barulho de vidro quebrando, e ao olhar para a janela, viu uma foice ensanguentada entrar por ela, e logo uma capa preta também. Soltou seu último grito de pavor antes de ter a cabeça arrancada do resto do corpo.
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Seus pais chegaram em casa no dia seguinte, entraram em pânico quando viram o corpo do filho esquartejado no chão da sala, sem a cabeça, mesma que não conseguiram encontrar de jeito nenhum. Enterraram o corpo do filho, mas não contataram a polícia, nem nada, com receio de serem indiciados pela morte do adolescente.
O tempo foi passando, meses depois o marido saiu para trabalhar mais cedo, deixando a mulher sozinha em casa. Se sentiu uma pessoa horrível por isso, já que depois da morte do filho, a moça não comia mais, vivia em estado de terror e paranoia, e só dormia a base de calmantes. Mas precisou fazer isso.
A mulher então, após o marido sair de casa, começou a chorar ao lembrar do filho. Resolveu orar para tirar um pouco da dor. Ajoelhou aos pés da cama, e pegou um terço em mãos. 10 minutos fazendo suas orações, sentiu algo jogado pela janela, bater em suas costas. Achou que fosse uma bola das crianças que jogavam lá embaixo. Deu um grito de susto e olhou de relance. Se benzeu e foi olhar melhor o que era. Um saco plástico preto, que fedia muito. Ficou furiosa achando que um de seus vizinhos porcos tivesse jogado lixo pela sua janela. Mas ao pegar nas mãos, não parecia lixo comum. De costas para a janela, abriu o saco. Gritou, berrou, esperneou, fez escândalo, mas de nada adiantou. Soltou o conteúdo do saco com força no chão e ficou paralisada. Dentro daquele saco, nada mais tinha que... a cabeça do seu filho, perdida há meses, em avançado estado de decomposição, mas tinha algo escrito: "É melhor correr". Após isso, a mulher só sentiu uma foice, ainda molhada com líquido vermelho, transpassar seu pescoço e seu corpo cair jazido no chão desgrudado da cabeça.
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Historias de terror e alguns relatos
HorrorAVISO:nem todas as histórias publicadas aqui são de autoria minha. Coloquei nes- se livro algumas das Histórias da internet que me fascinaram e achei interessante. Não deixa de votar, é só clicar na estrela aí embaixo <3