n/a: este capítulo tem termos de esgrima, são todos verdadeiros, porque pratico a modalidade e já aprendi a fazer todos
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Assim que entrámos dentro do campo fomos levados para uma casa grande, que, por ironia, se chamava "Casa Grande". Um rapaz loiro, que disse se chamar Lee Fletcher levou-me para um sítio parecido com uma enfermaria que (surpresa) se chamava "Enfermaria". Após me fazer deitar na maca e me fazer comer uma coisa que parecia um pudim, tinha a consistência de um pudim, mas não sabia a pudim (para minha grande infelicidade) que o rapaz loiro disse que se chamava "Ambrósia" (agora sim, um nome original neste sítio) adormeci.
Quando acordei novamente não era Lee que estava ao meu lado quando acordei. Era um homem de meia idade com uma barbicha e cabelos castanhos. o mais estranho na aparência dele era que, da cintura para baixo, ele era um cavalo. Enquanto ele explicava que se chamava Quíron e dizia as regras e o funcionamento do acampamento eu só pensava que não tinha sido forte para defender a minha família. Outra vez. Nesse momento fiz uma promessa a mim próprio. Não ia voltar a perder a minha família. Não ia deixar nem o Luke, nem o Grover morrerem. Porque eles são a minha família. E eu vou salvar as vidas deles a todo o custo, mesmo que para isso tenha de pagar com a minha própria vida.
Antes mesmo de eu perceber, Quíron mandou chamar uma rapariga de nome Clarisse. Ele disse que ela me ia ajudar durante os primeiros dias, e que o director (Sr. D. de nome) estava infeliz por não me poder receber (coisa que eu não acreditei).
Enquanto o centauro falava comigo nem reparei que uma rapariga tinha entrado na sala. Era alta e entroncada, e usava uma fita vermelha para tirar o cabelo da cara que tinha duas listras pretas nas bochechas. Os seus olhos gritavam "Não te metas comigo ou então eu desfaço-te em pedacinhos e dou-te de comer às harpias da limpeza". Nesse mesmo momento eu percebi que ela era alguém que eu devia respeitar. Não só pela sua linhagem (via-se na cara que ela era filha de Ares), mas também pela sua postura, pela sua atitude.
Clarisse levou-me a dar uma volta pelo campo. Os edifícios que ela chamou de cabanas eram as construções mais estranhas que eu tinha visto em toda a minha vida. A primeira cabana era toda de mármore e a segunda também. A terceira era feita com pedras que pareciam tiradas do fundo do mar (o que me fez lembrar a minha mãe) e conchas. A quarta tinha um telhado de relva e flores à entrada. Já a quinta era vermelha, suja e tinha arame farpado à volta (Clarisse sorriu como uma doida quando passámos pelo chalé 5). O chalé 6 era branco com detalhes azuis e corujas douradas. Emanava uma aura de poder assustadora. O chalé 7 era todo feito de ouro. Olhar para ele à luz do sol dava dor de cabeça. A cabana 8 era prateada e eu fiquei a imaginar se brilhava à luz da lua. Já o chalé 9 era vermelho-acastanhado e tinha bricabraques metálicos no telhado. O chalé 10 parecia uma casinha de brinquedos em tamanho real. Parecia demasiado perfeita para ser verdade. O chalé 11 era o único que parecia ser normal naquele manicómio de arquitetura. Parecia uma antiga cabana de um acampamento de verão, exepto pelo caduceu que ficava no alto da construção. A décima segunda era roxa, verde e castanha e tinha vinhas enroladas por toda a cabana.
Após passarmos a zona dos chalés e Clarisse me apresentar o pavilhão de refeições, o anfiteatro, o campo de volei, o campo de morangos, o punho de Zeus, o arsenal, a cabana onde eu ia ficar e os estábulos ela decidiu que estava na hora de dar show. desafiou-me para lutar com ela. Mas só uma partida amigável. Aceitei. Sem truques, uma arma cada um.
Subimos para a arena. Tirei a adaga que Luke me tinha dado quando nos conhecemos. Uma adaga era uma arma que eu estava habituado a usar. Clarisse tinha uma lança eléctrica. É fácil descobrir quando as coisas têm electricidade ou não. Basta ver se o ar à volta delas ondula. Mas mesmo antes que eu esperasse ela lançou a sua arma para a frente numa flecha perfeita, mas eu esquivei-me antes que ela tivesse tempo de me apanhar. decidi jogar a atacar. Tinha uma arma mais curta,feita especialmente para ataque. Quando avancei quase previ os seus movimentos. Excepto pelo facto de ao fazer estocada a lâmina dela roçou o meu braço descoberto. Tinha-me esquecido dos malditos choques eléctricos. Agora tinha que lidar com isso. Pus todo o meu "não treino" em prática e corri até ela, dando estocadas, esquivando e fazendo afundos. Só parei quando a ponta da minha adaga estava no pescoço de Clarisse.
-Touché, querida Clarisse, tenta bloquear a tua esquerda, está muito fraca, dá para passar as barreiras por lá...-disse eu- Amigos?
-Mané, claro, amigos. Mas não te safas, amanhã quero a desforra- respondeu ela enquanto se ia embora- Vemos-nos ao jantar Jackson.
E com essa tirada ela deixou-me plantado no meio da arena, em saber o caminho de volta à cabine 11.
Após encontrar a minha cabine e arrumar as minhas coisas no sítio onde ia ficar, descobri que enquanto estava fora o meu "irmão" Luke tinha sido aclamado como filho de Hermes. Fiquei feliz por ele, e quis dar-lhe os parabéns, mas não o encontrei na fila para o jantar, nem na mesa, então acabei por ficar ao pé de uns irmãos que pareciam gémeos, mas não eram (nesta altura fiquei confuso). Connor e Travis tentavam convencer-me que o poker era um bom jogo para se jogar. Infelizmente, com o meu padrasto já tinha tido a minha cota de sarilhos com poker para o resto da vida. Mas no geral gostei deles. A meio do jantar um senhor barrigudo e com um ar muito mal-humorado levantou-se. Também estava no lugar do director, portanto presumi que devia ser o famoso Sr. D.
-Campo meio sangue, dêm as boas vindas a Peter Johonson e a Lilianus Cestelan- disse ele
Após a afirmação do director eu fiquei confuso, visto que não tinha visto nenhum semideus novo. Quíron sussurou alguma coisa ao ouvido do Sr. D. que corrigiu:
-Percy Jackson e Luke Castellan. Bem vindos ao campo e blá, blá, blá, vocês entenderam. Agora façam as vossas oferendas aos Deuses, acabem de comer e vão para o anfiteatro!
Nós fizemos as oferendas e fizemos tudo o que o nosso "querido" director nos mandou fazer. E estava tudo bem até um dos filhos de Apolo decidir começar a tocar uma música. Para meu grande azar era o "Boulevard of Broken Dreams" dos Green Day. A música e a banda favorita da Thalia. Eu aguentei duas estrofes antes de pegar na guitarra do filho de Apolo e parti-la a meio. Não hoje. Fugi para o lago de canoagem. Peguei numa canoa e remei até ao centro do lago. "Sinto a tua falta mãe. Sinto a tua falta, Thals" pensava eu. E no meio do lago, dentro de uma canoa, após ter partido uma guitarra no meu primeiro dia de acampamento, a chorar sozinho, ali estava eu Percy Jackson, e adormeci a olhar para as estrelas, como Thalia, durante o tempo que estávamos fugidos.
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n/a: Queridos leitores, este capítulo foi particularmente emotivo de escrever. Espero que gostem. Eu também queria deixar claro que a Clarisse vai ser como uma irmã mais velha para o Percy (o acidente das sanitas vai mesmo acontecer), mas não há qualquer sentimento amoroso entre eles! Eu já tenho alguns capítulos prontos, e nas férias eu vou postar muito mais, porque depois chegam as aulas e eu preciso de me concentrar um pouco.
bjs
~G
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Exchanged- O Ladrão de Raios
FanfictionE se fosse Percy que fugisse de casa aos 7 anos? E se fosse Annabeth que lutasse contra o minotauro? E se fosse Percy a estar no Camp Half Blood à mais tempo? A maneira mais fácil de descobrir é ler. Presente de agradecimento especial para a @demigo...