Eu sei, neste momento posso estar a parecer um pouco estranho, mas entendam, depois deste dia, se alguém me tentar oferecer alguma coisa eu vou atirar-lhes com todos os livros que a Annabeth tem na mala que trouxe para a missão
Talvez seja melhor recuar para a parte em que o nariz do Grover nos traiu. Sim, e eu pensando que o homem-bode era confiável... Adiante, o meu melhor amigo sentiu, apesar do vento, de frio e de toda a lama nas florestas da Nova Jérsia o cheiro de batatas fritas. Depois de o seguirmos fomos parar a uma estação de serviço, que tinha uma loja de gnomos de jardim ao lado. Apesar da dislexia e do frio, o cheiro das batatas fritas curou-me e eu consegui perceber que diante de nós tínhamos a "Loja de gnomos da Tia Eme". Uma estranha lojinha com estátuas de pessoas em tamanho real. Até avistei um sátiro!
Assim que batemos à porta, uma senhora com o cabelo e os olhos tapados perguntou-nos quem éramos, e os meus companheiros, num acesso de inteligência, disseram que éramos orfãos, trabalhávamos num circo e o diretor tinha-nos mandado ir para a bomba de gasolina se nos perdêssemos. Estava uma explicação digna de Thalia. Eles deviam ter feito a aula opcional de "como mentir em missões" que a cabine 11 dava. Mas, como dizia a minha velha amiga Thalia: "Se queres tudo bem feito tens de ser tu a fazer".
Acho que foram as melhores batatas fritas que já comi na vida. Annabeth comia o hamburger como se não houvesse amanhã e Grover mordiscava o guardanapo e ia pondo latas vazias à socapa na sua mala de pano (que estranhamente, junto com a flauta de pã eram as coisas que tinham sobrado da nossa aventura no autocarro.
Assim que acabámos de comer, a senhora Eme pediu-nos para tirar-mos uma foto para os modelos das estátuas dela. Acho que foi aí que acordámos. Um Percy menos treinado não teria reparado que a senhora não tinha uma máquina fotográfica, mas este Percy, depois de muita convivência com a Thalia, o Luke, a Clarisse, o Grover e a Silena já sabia estar preparado para tudo, quer fosse esquivar-se de uma penteadela, ou fugir de um monstro. Infelizmente desta vez teria de ser a segunda. Mas a primeira opção também não era agradável, a Silena com um pente consegue ser pior que Charles Beckendorf com um pedaço de bronze celestial.
Annabeth pensou mais rápido que eu, e mandou-nos aos três ao chão. Eu admirei a rapariga pela coragem, e, talvez, por ter o cabelo loiro impecável mesmo após cair ao chão. Não, eu não estava a pensar nela de forma romântica, só estava espantado como aquelas ondas amarelas e da maneira como elas ondulavam à volta dos ossos finos do queixo de Annabeth e da maneira que os seus lábios ficavam adoráveis quando franzidos.
Mas todos os sentimentos de admiração de esvaneceram quando ela tirou a minha adaga do meu cinto. A minha adaga! O meu cinto! A adaga que Luke me deu! Mesmo que fosse a Medusa o monstro com quem estávamos a lutar, nunca se tirava as adagas aos outros! E ainda por cima ela tinha a sua adaga no SEU cinto! Regra número 1 dos parceiros de adagas: Nunca tires as adagas aos teus parceiros, se não a única coisa que eles têm para lutar será um cesto com ovos da páscoa, e tu ficas com duas adagas e... Uau, a Annabeth luta esplendorosamente com duas adagas!
Antes mesmo que tivesse tido tempo para perceber, a minha amiga tinha mandado as duas armas que tinha em mão para o pescoço de Medusa, e qual foi a minha surpresa ao perceber que a cabeça tinha ficado. Então, num ataque de inspiração decidi enviar os restos do nosso monstro para o monte Olimpo.
E esta é a história de como ficámos presos nas florestas da nova Jérsia, duas vezes no mesmo dia. Por isso, crianças, não aceitem batatas fritas de estranhos.
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Exchanged- O Ladrão de Raios
FanficE se fosse Percy que fugisse de casa aos 7 anos? E se fosse Annabeth que lutasse contra o minotauro? E se fosse Percy a estar no Camp Half Blood à mais tempo? A maneira mais fácil de descobrir é ler. Presente de agradecimento especial para a @demigo...