Capítulo 5

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Maya

1 semana depois..
Cinthia amarrou o laço do meu vestido e eu me virei pro espelho, calcei meu salto e ajeitei meu cabelo, três batidas soaram na porta e logo Henri entrou me olhando

- uau - ele fala - Ele vai te matar e depois vai matar eu e a Cinthia por deixar você vestir isso

- problema dele - dei de ombros e voltei a me olhar

meu cabelo estava liso o que deixava ele mais longo, não tinha uma maquiagem muito pesada no rosto, coloquei uma choker no pescoço na cor dourada

- vamos logo - Henri fala e eu concordo pegando minha bolsa colocando a alça no ombro, me despeço de Cinthia com um beijo no rosto e logo saímos do quarto

caminhamos pelo corredor até chegar na sala onde Eric me esperava já impaciente, se levantou assim que me viu e me analisou de cima a baixo

- é sério? - ele perguntou se referindo ao vestido

- sim - falo firmemente - se eu vou ser obrigada a ir nisso, vamos logo - ele ficou calado e só concordou com a cabeça.

pelo que eu sabia, Eric tinha boates e outros investimentos pelo país inteiro e até fora dele, hoje ele foi convidado pra inauguração da boate de um dos seus sócios.

saimos da sala indo direto pra frente da casa onde um carro já nos esperava, entrei no banco trás e Eric entrou do outro lado, Henri entrou no banco do passageiro e logo o motorista começou a dirigir até a boate.

a boate era grande e bem iluminada, pela parte de fora ela parecia organizada e bastante movimentada pra sua inauguração e primeira abertura, sai do carro e Eric veio até mim assim que parei perto da entrada, ele pôs a mão na minha cintura e eu me afastei

- qual foi? não vou fazer nada - ele fala e eu relaxo um pouco, volto pra perto dele e ele bota a mão na minha cintura novamente

entramos na boate sem pegar a enorme fila que tinha ao lado de fora, seguimos até o andar de cima onde tinha menos movimentação, só tinham convidados e pessoal da alta elite social. Eric se afasta de mim e me deixa aos cuidados de Henri, ele cumprimenta seus amigos e eu me sento em um banco no bar que tinha ali, peço um drink pro garçom que traz com os olhos grudados no meu decote que estava mais aparente por eu estar sentada, sorrio com isso e olho pra Eric que mantinha os olhos em mim, mas tinha mulheres sentadas no seus dois lados paparicando ele, decidi que eu também deveria me divertir.

direitos iguais, né?

me levantei do bar, mas antes Henri me parou

- vai aonde? - ele perguntou segurando meu braço

- ué, estamos em uma boate, eu vou dançar e beber - falo me desvencilhando dele e indo pra pista de dança

segurei a taça na mão e comecei a dançar de acordo com o ritmo da música, me tornei o centro das atenções assim que comecei a rebolar e descer até o chão ouvindo o funk invadir meus ouvidos, parei um pouco e voltei ao bar pedindo mais um copo de bebida, virei meu rosto pra Eric que desviava das carícias de uma das mulheres, bebeu seu copo de whisky olhando pra mim e negando com a cabeça, arqueei minha sobrancelha vendo aquilo, mandei um sorriso sarcástico pra ele e tomei um gole do meu drink, dei de ombros e voltei pra pista.

estava dançando quando um homem chegou perto de mim segurando minha cintura, ele era bonito até, cabelo castanho mas não consegui distinguir a cor de seus olhos pela pouca luminosidade do local, comecei a dançar junto com ele até ele tentar me tocar.

- ih cara, perdeu o encanto, me larga aí - falo tentando sair de seus braços

- a gente só vai se divertir um pouco - ele fala levando a boca até meu pescoço

- eu não quero, valeu - falo me soltando dele

- ah vai lá gata - ele fala, ia retrucar mais uma vez, mas sentir ele me largar, olhei pra frente e Eric estava em cima dele depositando socos em seu rosto

- Eric larga ele - Henri pedia tentando tirá-lo de cima do homem

- Eric, por favor - peço e ele me olha largando o cara

- vamos embora - Eric fala limpando o canto da boca onde tinha um pouco de sangue escorrendo

ele pega minha mão e me puxa pelo meio da multidão até chegarmos ao lado de fora, o motorista para o carro e ele abre a porta pra eu entrar enquanto nem olha na minha cara, entro no carro e ele entra logo em seguida.

[...]

abri meus olhos devagar ao ouvir alguém me chamar

- ei, Maya, a gente chegou - Henri me acorda

- hum, tá bom, valeu por me acordar - eu agradeço e saio do carro, entro em casa e Eric está na sala conversando com um dos empregados

passo direto por ele e vou até o quarto, tiro meu vestido e tomo um banho tirando toda a maquiagem do rosto, visto um short de moletom e uma blusa de manga longa, prendo meu cabelo num rabo de cavalo alto e saio do quarto, caminho pelo enorme corredor e paro ao escutar vozes na sala

- ela me tirou do sério mano - Eric fala

- a culpa não foi dela senhor, pelo o que eu ouvi o cara tentou tocar nela sem permissão - escuto a voz de Cinthia

- agora vai ter uma baita briga entre você e o Clemente, boa sorte - Henri fala

- eu quero ficar sozinho - Eric fala e logo escuto passos se afastando de lá

caminho mais um pouco e ao chegar na sala vejo Eric sentado no sofá com uma bolsa de gelo em sua mão, me aproximo dele me sentando a sua frente em cima da mesinha de centro, ele me olha e eu vejo o corte em sua boca e uma maleta de primeiros socorros ao seu lado

- posso? - falo pegando um algodão e molhando com água oxigenada

ele não fala nada, só concorda com a cabeça, me aproximo mais um pouco e passo o algodão pelo corte limpando o mesmo

- me desculpa por hoje e obrigada por me defender - eu falo olhando pra ele

- não foi nada - ele fala pela primeira vez comigo

- está com raiva de mim? - pergunto terminando de limpar e pegando um curativo

- não, não estou com raiva, mas, porque você é tão desobediente? - ele fala

- você precisa entender, não sou de receber ordens e não ache que eu me apaixonando por você vou começar a obedecer - falo terminando de colocar o curativo

- eu sei disso, é uma coisa que eu vou precisar me acostumar, é difícil não ter algo quando você sempre foi obrigado a forçar alguém a te dar o que você quer - ele fala

- vamos colocar isso na lista de coisas pra você aprender - eu falo e pela primeira vez eu vejo ele sorrir - eu vou dormir, to cansada - digo me levantando

- boa noite - ele fala

- boa noite - respondo e saio da sala caminhando de volta até meu quarto.

Vendida para a máfia [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora