Você acredita que o destino pode juntar duas pessoas? Que o universo junta as maiores forças para juntar um casal? Acredita que depois de anos você pode se apaixonar pelo seu crush do ensino médio novamente?
Destinados conta a história de Micaela Ro...
Acordei um pouco cedo no domingo, estava com os planos de ver o meu pai e eu sabia que levaria vários xingos da minha mãe por não ir quando cheguei na Califórnia. Suspirei e fui tomar um banho morno para que eu acordasse. Fiz todas as higienes e sai do banheiro minutos depois. Me assustei com o fino gritinho que Micaela deu na cozinha, corri até lá vendo ela com o dedo na boca e dando uns pulinhos enquanto resmungava alguns palavrões.
-Ei, o que aconteceu? - perguntei segurando o riso com a cena engraçada.
-Eu queimei a droga do meu dedo com a droga da frigideira - ele voltou com o dedo na boca - tá doendo demais.
-Deixa eu ver - me aproximei dela e peguei sua mão vendo seu polegar levemente avermelhado na ponta - vou pegar um gelo, se não isso vai virar uma bolha feia.
Peguei a forma de gelo e tirei um cubo de gelo de lá, peguei um pano e coloquei o gelo lá. Segurei seu dedo e passei ele no gelo. Ela suspirou.
-Melhorou? - perguntei a olhando.
-Sim, demais - ela pegou o pano da minha mão e sorriu de leve - obrigada, eu sou uma desastrada na cozinha as vezes.
-Somos dois então - eu sorri. Senti um vento passar por mim e eu tremi, isso me lembrou que eu estava só de toalha na frente dele - eu...Vou colocar uma roupa - sai de lá correndo, vi o rosto dela corar e assentir rapidamente.
Coloquei uma roupa quente e sapatos e voltei para a cozinha fingindo que nada aconteceu, vi Micaela sentada na cadeira do balcão com o notebook do lado e uma xícara de chocolate quente em mãos.
-Bom dia - eu sorri para ela que me olhou e sorriu de volta.
-Bom dia, esta bem arrumado, vai aonde? - ela perguntou curiosa.
-Ver minha mãe, ela vai me matar mas pelo menos estarei lá.
-Eu espero que ocorra tudo bem.
-Eu também - eu sorri, peguei um pouco de café e me virei para ela - o que estava tentando fazer?
-Eu ia fazer panquecas, mas com o meu dedo queimado não rola.
-Eu ia adorar comer suas panquecas novamente - eu comentei, ela cozinhava bem, eu lembrava que as vezes que ela inventava de fazer coisas na casa dela e eu tinha que comer, hoje em dia ela deve ter aprimorado mais.
-Eu irei fazer quando meu dedo melhorar - ela me olhou e sorriu educadamente.
-Eu vou indo, volto mais tarde. Tchau Mica.
-Tchau John, diga a sua mãe que mandei um abraço.
-Claro.
Dirigi uma hora até a minha antiga casa, estava bem nervoso em ver minha mãe, meu pai principalmente, não estava muito bem em ver ele naquele estado. Assim que estacionei meu carro eu suspirei e sai. O porteiro me reconheceu e me deixou entrar sorrindo para mim e dizendo que eu estava mudado, eu apenas sorri e perguntei se minha mãe estava, ele disse que sim.
Fui até o prédio, entrei no elevador apertando o botão do quarto andar, minhas mãos suavam de nervoso, sabia que minha mãe e meu irmão estariam irritados comigo. Assim que o elevador se abriu eu fui até a porta da minha mãe e bati esperando. A porta se abriu e lá estava ela.
-John? - ela parecia confusa, mas logo sua feição mudou para irritada.
-Oi mãe - eu sorri para ela e fui abraça-la, mas não fui retribuído.
-Lembrou da sua família?
-Mãe...
-A pena bateu? - ela saiu e entrou na casa eu suspirei indo atrás dela fechando a porta atrás de mim.
-Eu amo vocês, você sabe disso, eu só não consegui vir antes, tinha o meu trabalho, estava morando com o Jonathan, mas ele tinha uma rotina diferente da minha então eu fui morar com a Micaela.
-Você sempre tem desculpas né John? Quando seu avô morreu foi a mesma coisa, três anos depois sua avó se foi e foi a mesma coisa, agora que o seu pai esta doente você inventa mais? Sinceramente eu estou cansada das suas desculpas.
-Mãe...- eu sentia minhas lágrimas vindo a tona, eu não era um cara que chorava fácil, mas eu sempre fui sentimental com a minha mãe, ela conseguia me fazer chorar facilmente. - me desculpe, eu sei que não fui um dos melhores filhos mas...
-Seu irmão sim que ajudou e se importou bastante, coisa que eu nem esperava! Ele não foi para longe, não esqueceu da família.
-Ah ótimo! Que legal para ele! - eu odiava ser comparado com os outros - olha aqui mãe, eu vim! Eu estou aqui, fico feliz pelo Fernando, por ele ter ajudado vocês, mas se eu fui para longe foi por que eu queria um futuro melhor pra mim! Eu não fui egoísta em pensar em mim pelo menos uma vez na vida! - suspirei e enxuguei minhas lágrimas e me sentei na cadeira da mesa, me sentia derrotado.
Ela não disse nada, apenas se virou e continuou a mexer na comida que ela estava fazendo.
-Me desculpe, eu só estou um pouco estressado, eu...- ela me interrompeu.
-Seu irmão irá vir daqui a pouco, você pode ir com ele até o hospital.
Ela não estava mais afim de me ouvir, eu sabia que ela não iria me pedir desculpas também, ela era bem orgulhosa as vezes. Suspirei e resolvi dar um espaço para ela, seria melhor para nós dois. Fui até o meu quarto antigo e sorri vendo que tudo estava intacto, a cama que eu e meu irmão dormíamos estava ali ainda, abri meu guarda roupa e vi que algumas coisas minhas da adolescência ainda estavam ali. O presente que a Micaela me deu de aniversário estava ali também, meus deques de cartas, aquilo me fez sorrir mais, sentia saudades de jogar com os meninos, era legal naquela época. Suspirei e fechei o guarda roupa me sentindo nostálgico, eram tempos que não voltariam mais. Ouvi a porta se abrir e meu irmão apareceu.
-E aí.
-Oi Fernando - me aproximei dele e apertamos a mãos rapidamente - como o papai está?
-Você tem que ver pra saber, cada dia que passa é uma coisa diferente - ele suspirou - é difícil.
-Eu imagino, eu vou com você até lá.
-Tudo bem.
Ele saiu me deixando sozinho novamente e eu suspirei, estava na hora de encarar as coisas.
* * *
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Jonathan Lewis (esqueci de colocar uma foto dele quando apareceu nos capítulos atrás)
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