Capítulo Quinze: Coração Acelerado

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Micaela Rosenberg

Como um cavalheiro ele puxou a cadeira para que eu sentasse, eu sorri para o John e me sentei. Ele se sentou na minha frente e me olhou.

-Quanto cavalheirismo - falei rindo - quando a gente namorava você não era assim.

-Sou um homem agora, puxo cadeiras e abro portas.

Por um momento pensei besteira mas
balancei a cabeça e sorri. Ele ainda mantinha a mesma essência de antes. Brincalhão. Era uma das coisas que tinha me feito gostar dele na época de escola. O garçom apareceu com o cardápio e saiu deixando a gente a vontade para escolher.

-Eu só tenho 20 dólares, por favor peça algo barato - ele disse atrás do cardápio, eu o olhei assustada, seria melhor comer na banquinha de Hot Dog que tinha aqui na esquina. Ele abaixou o seu cardápio e me olhou - você sabe que é brincadeira né?

-Que? Óbvio! - bufei e escondi meu rosto no cardápio, ouvi ele rir baixo.

-Você ainda não entende minhas piadas né?

-Idiota - revirei os olhos sorrindo e mumurando baixo. Levou alguns minutos para que eu decidisse o que iria pedir, John escolheu o seu prato e chamamos o garçom que anotou nossos pedidos e saiu.

-Nossa, você continua sendo vegetariana? - ele perguntou surpreso.

-É claro, mas é naquelas sabe? Só não como carne, mas continuando comendo cosias que contém origem animal.

-Tô ligado - ele sorriu - mas faz o que? Sete anos?

-Por aí, parei de contar faz um tempo - eu ri - e você? Parou de comer apenas pão todos os dias?

-Sendo sincero? Não! Eu ainda como quando não tem nada para comer, mas tive que parar com essa mania por conta dos treinos, meu personal brigava muito comigo.

-E com muita razão, afinal nunca vi uma pessoa que só come pão todo dia, toda a refeição tem pão.

-Agora você vê...quer dizer...via. Não faço mais isso.

-Isso é ótimo.

-Você ainda escreve? Você amava escrever antes naquele aplicativo - ele perguntou.

-Ah! - eu sorri - as vezes escrevo, mas você sabe, não tenho tempo. Mas ainda amo escrever, sempre escrevo algo que me vem na cabeça.

-Eu amava ler seus livros, era a única coisa que eu ainda tinha atualizado seu, a única coisa que você não me bloqueou - ele sorriu e eu me senti envergonhada - mas você foi parando e depois não vi mais nada, mas eu ainda tenho o aplicativo, acabei pegando pra ler alguns outros livros sabe? Suspense e essas coisas.

-Que legal! Fico feliz que ainda usa o aplicativo, ele é bem legal.

Será que ele acharia estranho se eu falasse que escrevi uma história sobre como a gente se conheceu? Com toda a certeza! Eu nem terminei mais essa história, afinal eu e ele tínhamos terminado, então não fazia sentido continuar, então eu nem publiquei a história e ela está lá...mofando no meu perfil. Deixarei isso guardado comigo para o resto da minha vida.

-Você voltou para cá de saudades mesmo? - perguntei depois que o garçom trouxe nossa comida.

-Ah, eu...- ele engoliu em seco e suspirou - meu pai esta doente, eu não vim quando meus avós morreram, não queria ficar longe do meu pai agora, então eu voltei, mas eu ainda não consegui ver meus pais, por conta da mudança, o trabalho, os projetos...- ele respirou fundo - está difícil, sei que irei ouvir um monte da minha mãe e com razão.

Destinados A Ficar JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora