Destinados A Ficar Juntos

Capitulo Vinte e Seis: Sem Emoções.

John Miller

Micaela olhava para a Rose curiosa e olhou pra mim esperando que eu dissesse algo. O que eu poderia falar? Ela com toda a certeza deve achar que estou em um encontro com a Rose.

- Eu sou Micaela, amiga do John - disse ela esticando sua mão para a Rose que apertou sorrindo educada.

- Sou Rosele, mais prefiro que me chamem de Rose.

- Prazer Rose - Micaela sorriu e puxou a menina do seu lado que nos olhou confusa também. Suspirei.

- Ela não é a menina que você disse que gosta?

- É, só que agora ela deve me odiar mais.

Saímos de lá e entramos no meu carro. Eu vacilava pra caralho, como eu iria explicar para a Micaela isso tudo?

- John, relaxa. Se quiser eu posso falar com ela, dizer que somos só amigos e que eu não gosto da fruta que você tem entre as pernas.

Eu ri.

- Olha, eu vou me virar bem, eu conheço bem a Micaela.

- Ela me parece ser uma mulher muito legal, se você não estivesse afim dela ainda e se ela fosse lésbica... - Rose me olhou com malícia e eu ri mais.

- Para de ser idiota, doida.

- Espero que de tudo certo entre vocês. Me mantenha informada ok?

- Claro.

Liguei o carro e segui para a casa da Rose, aonde nos despedimos logo depois. Com o carro estacionado, mandei uma mensagem para a Micaela marcando um jantar no restaurante aonde a gente adorava. Ela apenas me visualizou sem dizer nada. Mandei mais uma dizendo que esperaria ela lá, caso ela não aparecesse eu iria entender que eu não teria chance, se ela aparecer eu iria levar aquilo como um "se explique agora seu idiota, antes que eu mate você." Ela me respondeu alguns segundos depois com um emoji de seria. Ela não usa emoji...ela odeia...ela...ok ela tá rindo. Ela sempre quer dizer o contrário quando manda esses emojis que ela odeia.

Sorri comigo mesmo. Eu estava disposto a lutar pela Micaela como nunca, estava disposto a fazer da nossa história um para sempre. Liguei para os meus amigos e marquei um encontro na casa do Jonathan, para a minha surpresa eles aceitaram.

Cheguei junto com o Alisson, ver ele de roupas normais foi estranho pra mim. Nos cumprimentamos e entramos na casa do Jonathan que estava deitado no seu sofá totalmente jogado.

- Eu estou morrendo de sono, fazer três shows em um dia não é nada fácil.

- Era pra você estar dormindo - falei.

- Mais queria ver vocês, eu posso apagar a qualquer momento, mais o importante é que estou vendo vocês.

Alisson riu e eu o acompanhei.

- É bom ver você Jonathan - disse Alisson.

- É bom ver você também, está mais bonito a cada dia em, esse cara deve prender uma pessoa só com um olhar - disse Jonathan rindo.

- Mano, você precisa mesmo dormir - falei.

- Nem vou conseguir, recebi uma notícia maravilhosa ontem. Adivinhem!

- Vai gravar com o Post Malone? - Perguntou Alisson.

- Aí você exagerou, eu nem estaria mais vivo se recebesse essa notícia que ele quer gravar comigo.

- Vai gravar um novo clipe com alguém? - perguntei.

- Não.

- Desembucha logo - apressou Alisson.

- Eu vou fazer uma entrevista em um programa! Ele recebe vários telespectadores, vai poder alavancar mais meu sucesso.

- Isso é ótimo cara! - fui até ele para dar um abraço. Eu sei que isso é bem importante pra ele, nunca o vi tão animado com algo na vida.

- Eu tenho outra notícia também - falou Alisson.

- Qual? - perguntou Jonathan.

- Vou ser pai.

Jonathan ficou em silêncio e encarava o Alisson chocado.

- NEM FUDENDO!

- Parece loucura, mais eu tô bem animado com isso.

- Vamos ser tios Jonh! - Ele me olhou mais animado.h

- Vamos sim - eu ri.

- Você não ficaria chateado se eu falasse que convidei o Jonh pra ser meu padrinho né?

- Nem um pouco, não teria tempo para dar atenção ou essas coisas. Fez uma boa escolha.

Conversamos mais um pouco só que precisei ir embora, eu precisava passar no hospital e ver meu pai ainda. Me despedi deles e segui para o hospital.
Não demorei para chegar, me deu calafrios ao entrar, eu via algumas pessoas chorando por perder alguém e isso me deixava assustado, apertei mais os passos e fui até a moça da recepção que me deu um cartão de acesso para ir a sala do meu pai. Ao chegar lá vi minha mãe ao lado do meu pai que dormia, ela chorava baixinho. Aquilo me cortou o coração.

- Mãe?

- Oi John - ela enxugou suas lágrimas e me olhou fingindo que nada estava acontecendo.

- Tá tudo bem? Por que estava chorando?

Ela olhou para baixo e suspirou.

- O médico veio aqui com alguns exames e disse que seu pai está com o estado muito crítico e que...eles não tem mais o que fazer. Eles disseram que podem continuar mais isso o mataria mais e causaria mais dor, todos esses medicamentos está fazendo mal a ele, era para estar ajudando...mais...so faz ele ficar pior. Ele disse que pode só simplesmente acordar ele, deixar ele se despedir e depois desligar tudo.

- O que? Mas...mãe...

- Eu sei...é difícil pra mim também.

Olhamos para meu pai que dormia tranquilo, ele não parecia sentir dor alguma, mas dava para ver que ele estava mal, muito mal. Peguei na mão da minha mãe e sorri de leve para ela.

- O que você escolher estarei apoiando, não importa o que seja. Você sabe o que é melhor para ele.

Ela assentiu e encostou sua cabeça em meu ombro. Eu suspirei e me senti totalmente cansado, um peso enorme estava sobre mim, me fazendo ficar cansado e desanimado. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para a Micaela, dizendo que não poderia ir até o encontro, eu iria explicar depois. Eu sei que ela iria ficar brava comigo, principalmente por que não falei o motivo, mais resolveria depois.

Acordei assustado com o barulho de uma movimentação, ao olhar vi o médico mexendo com pressa no meu pai, tudo estava em câmera lenta pra mim, via minha mãe chorando aflita atrás do médico e o aparelho apitando dizendo que o meu pai tinha morrido. Meu mundo parou, eu não conseguia respirar, eu estava paralisado.

- Eu sinto muito - ouvi o médico dizer. Me forcei a me movimentar e corri até a minha mãe que chorava mais e estava muito fraca para ficar em pé. Eu não conseguia chorar, eu não conseguia ter nenhuma reação. O que apenas vinha na minha cabeça era que eu perdi meu pai. Para sempre.

*  *  *

Espero que tenham gostado desse capítulo, por favor votem e comentem. Me ajudaria demais.

Até a próxima! 💙