IV

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POV LAUREN

Estava adiantada.

Ainda faltavam vinte minutos para a prova de Tecnologia Metalúrgica.

Eu já estava sentada em meu lugar para realizar a prova, cuja importância era tanta, que passei a noite inteira estudando e só pude descansar quando o relógio marcou três e quarenta da manhã.

Mas, quem disse que eu estava pensando na prova?

"Dentre todas as centenas de pessoas caminhando, passeando, fotografando, estudando, correndo, comendo e estudando... Ela tinha que tropeçar nos meus livros."

Não consegui acreditar quando nossos olhos se encontraram.

Aqueles olhos. Nunca esqueceria daqueles olhos que, mesmo sem conseguir ver a cor dos meus, soube enxergar dentro da minha alma naquele momento.

Devo ter divagado mais do que pretendia, visto que 'acordei' dos meus pensamentos quando ouvi a professora Clara chamar meu nome na chamada e me chamar para entregar as dez questões para as quais eu havia me preparado tanto.

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Após quase quatro horas de prova, consegui concluir tudo e entreguei à professora.

Ao sair da sala recebo uma mensagem de Troy, um amigo que cursava o oitavo período de Engenharia e pagava algumas cadeiras comigo, mas não porque ele havia repetido, eu quem era muito adiantada e estava pagando algumas cadeiras mais avançadas devido ao meu Q.I um pouco acima da média.

Ligação ON:

– L? Já acabou a prova?

– Não, Troy.. Tô atendendo telefone durante a prova.

– Ih, cavala... Quando for dar coice, relincha antes avisando, viu?

– Vai, idiota. Acabei sim... Tecnologia de Metalúrgica

– Foi com a Clara? – ele tinha um crush insuperável nessa mulher.

– Foi sim e, se quer saber, ela estava linda hoje.

– Calada! Ela está sempre linda.

– O marido dela também acha, T. – digo rindo

– Um pobre rapaz pode sonhar... Mas ei, te liguei pra convidar pra jogar boliche mais tarde, o que me diz? – não estava nem um pouco a fim de sair de casa hoje.

– Tenho uma contraoferta... Cerveja e filmes lá em casa, que tal? – digo já sabendo qual seria a resposta.

– Você sabe como convencer um reles mortal a se curvar perante seus desejos, cara mia. – ele diz rindo.

– Eu tenho descendência cubana, idiota, não italiana.

– Tanto faz, to saindo do trabalho e passo lá na tua casa. Te cuida, cavala – antes que eu tivesse chance de xingá-lo, ele desligou o telefone.

Desliguei e me dirigi ao estacionamento da NYU para pegar minha moto e ir pra casa.

Ao montar na moto me ocorreu uma lembrança...

Há algum tempo atrás

Eu sentia meu corpo quente depois de dançar com aquela mulher.

Muito quente.

Se a Vero não tivesse gritado por mim, eu a teria em meus braços agora.

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