Conto escrito para o desafio 21 do perfil RomanceLP.
Constança é apaixonada por fotografia desde que o pai lhe ofereceu uma máquina fotográfica digital pelo seu décimo aniversário. Fotografar é a segunda coisa mais importante da sua vida: a seguir à...
Fado é definido no dicionário como força superior que se crê controlar todos os acontecimentos; algo que tem de acontecer, independentemente da vontade humana. É sinónimo de destino, fortuna ou sorte.
Contudo, o fado também é um estilo musical tipicamente português. Geralmente é cantado por uma só pessoa (o/a fadista), acompanhado por uma guitarra clássica e uma guitarra portuguesa. É, na maioria das vezes, lento e triste, especialmente quando se canta sobre amor ou saudade, essa palavra de tradição lusitana que nem tradução tem, e que os turistas têm dificuldade em compreender até sentirem na pele. Porém, o fado também pode ser animado e jovial quando aborda temas sociais ou festivos. Surgiu na Lisboa popular por volta do século XIX e difundiu-se pelo resto do país, sendo hoje em dia o estilo versátil que caracteriza a cultura de Portugal.
Este conto vai tentar misturar ambas a definições com a tradição portuguesa, a fotografia e o amor: tanto aquele jovem e verde como aquele amor de uma vida inteira.
Nunca fui uma ouvinte assídua de fado. Gosto de ouvir um ou outro como qualquer bom patriota, mas não conheço muita coisa. Ou melhor, não conhecia.
Quando vi o desafio do RomanceLP , não consegui deixar de sentir uma certa urgência em mergulhar nas entrenhas da cultura portuguesa. Tive de pesquisar e ouvir muita coisa. E sem desrespeitar ou desconsiderar todos os grandes nomes deste estilo musical, agarrei-me à Rainha do Fado, à sempre eterna Amália, para dar vida a estas personagens. Espero que, a seu tempo, consigam perceber a inevitabilidade da minha escolha.
Boa leitura!
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Não se preocupem que eu ainda sei distinguir a Mariza da Amália. A música deste capítulo é a única que não é da falecida artista, por uma razão muito simples: esta letra tanto é fado como o traduz na perfeição. Para além disso, o poema é original da Amália, segundo dizem.
