Agora que ele se foi embora, posso finalmente tomar o pequeno-almoço. Felizmente, sobrou o suficiente para eu não ter que cozinhar uma 2ª vez.

Assim que termino a refeição começo a arrumar a cozinha. Tenho a impressão que hoje vou ter um dia bem cansativo; dado que tenho um monte de roupa para lavar, esticar e passar a ferro, aspirar a casa, limpar o pó, limpar a coleção de armas dele, colocar lençóis novos nas camas, e ainda, limpar as casas-de-banho.

"Vamos lá Benedita. Mais trabalho e menos conversa"- penso.

Quando vi a casa pela 1ª vez, fiquei um bocado sobressaltada. É uma casa normal e simples, mas cômoda. Uma sala-de-estar humilde, a cozinha, o quarto dele que tem casa de banho e um cômodo, que eu utilizo para tratar da roupa e guardar alguns utensílios de limpeza...basicamente uma lavandaria.

O único lugar que ele não me deixou entrar foi a porta que está de frente para a minha cela. Tenho um pressentimento que ele esconde alguma coisa macabra lá. Sinceramente, não tenho interesse em saber o que está lá.

Desligo o ferro de engomar e coloco a roupa dele no seu armário. Dói-me o corpo todo, só quero mesmo é tomar um banho quente. Vou até à minha cela, ligo a água e deixo correr para aquecê-la, enquanto isso, tiro a roupa ficando completamente nua. 

Tomo banho vagarosamente. Fecho os olhos para aproveitar melhor as gotas de água que escorriam pelo meu corpo. Saio do chuveiro, seco-me e visto o pijama. Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali, mas sinto-me mais aliviada e menos cansada. 

Apanho a minha roupa do chão para colocá-la a lavar e, de seguida, subo as escadas. Vou até à lavandaria e coloco a mesma no cesto de roupa suja.

"Amanhã lavo-a. Hoje não me apetece."

Acendo a luz da cozinha, ligo o fogão e começo a preparar o jantar. Como só há legumes, preparo uma deliciosa sopa de legumes. Enquanto, a sopa acaba de cozer, coloco a mesa. 

Olho para o relógio e já são 23h17.

Realmente, vai chegar mesmo tarde a casa. Desligo o fogão e coloco a panela da sopa em cima da mesa.

"Será que aconteceu algo?"- questiono-me.

Eu estou com imensa fome, por isso decido comer. 

Depois de jantar, arrumo a cozinha. Não tenho nada para fazer e não tenho sono ainda, por isso vou até à sala de estar. A prateleira do canto da sala tem vários livros, que parecem ser interessantes. Fecho os olhos e escolho um ao calhas. Frankenstein, de Mary Shelley. 

Ligo o candeeiro ao lado da poltrona e sento-me na mesma. Começo a ler à espera que ele regresse. Tenho a intenção de lhe perguntar o seu nome, afinal já estou aqui à algum tempo, e dado que, não me vou embora tão cedo gostaria de saber.







O PECADO DE BENEDITAOnde histórias criam vida. Descubra agora