Olho para ele, e pela sua expressão entendeu mal a minha reação.

-Eu sabia que não ias aguentar.- diz com uma voz temível.

-O quê? Não...

-Não me mintas.

-Não. Percebeste tudo mal...

Começo a lacrimejar.

-Não quero a tua inútil compaixão. Percebe uma coisa, a cicatriz que eu tenho posso-te fazer a mesma coisa e ainda pior.- Ele solta uma amarga gargalhada.

O meu coração está prestes a saltar do peito para fora e as minhas pernas estão tremulas, mal as sinto, mas mesmo assim tento me aproximar dele.

-Não...fica longe Benedita.- avisa- Vai para o teu quarto.

Vira-se de costas para mim e pega no copo.

-Não posso deixar isto assim. James, por favor, escuta-me...-peço-lhe.

Num momento ágil, vira-se para mim e atira o copo contra o chão.

Olha para mim com os olhos arregalados, e direciona-me um olhar duro. Dou um pulo para trás com pavor dele.

-EU DISSE PARA IRES PARA A MERDA DO QUARTO- grita.

Nesse momento desce uma lágrima pelo canto do meu olho. De onde esta vem há mais.

Magoada e com receio de algo pior acontecer, saio de lá a passos largos.

Vou para dentro do chuveiro. Choro, choro até já não conseguir mais. 


O PECADO DE BENEDITAOnde histórias criam vida. Descubra agora