Passei o sábado todo na cama. Estava demasiado cansada e com muito sono. Sono que perdi na semana anterior para fazer o trabalho de história. Não tive notícias de ninguém. Decidi tomar banho. Quando fui ao armário para ir buscar um pijama, sim ainda estava com a mesma roupa de ontem, lembrei-me que nunca mais fora às compras. Não trouxe muito comigo e a roupa suja era mais que a limpa. Amanhã tenho de ir lavar a roupa e comprar roupas novas. Hoje não. Amanhã. Decidida, tomei banho, vesti o pijama e enrosquei-me nos lençóis. Devo ter visto uns cinco filmes o dia todo. Programei o despertador do telemóvel, só para o caso de adormecer, e comecei a ver o último filme do dia.
O som do alarme invade o meu sono. 10h. Fogo! Já são 10h. Vou ficar na cama mais um pouco. Ao mesmo tempo que a vozinha que habita na minha cabeça diz isto, o meu cérebro alerta-me que a lavandaria da faculdade fecha às 12h ao domingo. Merda! Tenho mesmo de me levantar. Vesti umas calças de fato de treino, uma t-shirt larga, sapatilhas e lá fui eu. Levei o computador comigo para ligar ao Sam. Tenho certeza que está acordado porque ele é daquelas pessoas que se levanta muito cedo, todos os dias da sua vida. Depois de colocar a roupa a lavar, liguei-lhe.
- Então pequena? - disse o sorridente Sam. Ele detestava quando lhe chamava isso mas não conseguia não chamar. Ele estava sempre a rir por isso a culpa era tecnicamente dele. - Ui que cara é essa? Acordaste agora?
- Olá! Sim acordei agora! Alguma repreensão papá? - franzi a testa e disse-lhe.
- Sim filhinha. Devias ter acordado cedinho, tomar um pequeno-almoço reforçado, correr, e estar agora sentadinha na tua cama a estudar - disse ele com ar bastante sério.
- Pois claro. Aposto que tu fizeste ou vais fazer tudo isso.
- Claro que sim. Só falta mesmo a parte do correr e estudar. De resto está tudo despachado. - Sam disse e eu ri. Ele nunca gostou de correr, aliás, era preciso quase uma semana para o convencer a fazer qualquer tipo de exercício físico. Se não estou em erro, só o vira fazer exercício físico nas aulas, e porque era obrigado.
- Pois, eu sabia. Sammuel Thomas e atividade física intensa não combinam.
Ri-mos os dois. Ai que saudades que tenho daquela gargalhada. Sinto a falta do seu mau humor matinal, das vezes que ele fugia para o meu quarto e passávamos a noite em branco a falar e das vezes que me vinha acalmar quando me ouvia gritar durante a noite. Sinto falta do meu irmão. Adoro-o com todos os bocadinhos do meu corpo.
- Tenho saudades tuas. - Acabei por confessar. - Gostava tanto de te ter aqui. Ia ser fantástico.
- Eu sei meu amor, mas... - ele disse com cautela. - Eu sei que gostavas que estivesse aí, mas o curso que eu quero não há em Yale. Também gostava que cá estivesses mas sei bem o que isso significa para ti. Sei que queres mudar de vida e sair de tudo isto, afastares-te. Acredita que me custa imenso não estares cá e não te ver nem saber como estás a toda a hora é uma tortura. Dou por mim a pensar muitas vezes sobre o que estarás a fazer e se alguém te está a magoar. Se pudesse voava hoje mesmo só para estarmos um tempinho juntos.
- E anda. - disse-lhe com as lágrimas nos olhos e com tristeza. - Claro que hoje não, mas anda um dia destes. Vens de avião e eu vou buscar-te ao aeroporto. Um fim-de-semana.
- É algo a ponderar. Porque não? Qualquer dia faço-te uma surpresa. - ele afirmou entusiasmado. - Mas não te quero ver assim, quero-te a sorrir.
Limpei as lágrimas que corriam pela minha cara e ofereci-lhe um sorriso falso.
- Oh! Estás a ser falsa comigo. Ou pensas que já me esqueci de quão falso é esse sorriso? É tremendamente assustador e vou ter pesadelos - soltou uma gargalhada.

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Just Breathe
RomanceEmily Miller deixa família e amigos e vai estudar para a Universidade de Yale. Ela tenta deixar o seu passado para trás e espera que a sua nova vida traga menos sofrimento. Conhece Liam Price, o típico bad boy dos tempos modernos, que vira a sua vid...