Capítulo 3

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CAPÍTULO 3

De manhã, Sunwoo vestiu um moletom com touca e saiu da barraca, direto pra cozinha lá dentro. Não trocou muitas palavras com ninguém, foi um dos primeiros a acordar. Pegou seu copo de suco e sentou no banco encarrando as torradas a sua frente, ao lado de Hyunjae e Juyeon. No fogão, Sangyeon e Hakneyon faziam panquecas. Na escada, alguns passos começaram a descer os degraus e Chanhee e Changmin chegaram juntos.

Chanhee acenou para Sunwoo e sentou ao lado de Juyeon, que ficou se perguntando se saia dali para Chanhee sentar do lado de Sunwoo, mas quando se ofereceu, Chanhee disse que estava tudo bem que ia sentar do lado do Changmin...

Tá, ele ia se fazer de difícil mesmo então.

Acontece que o jeito calmo do Chanhee lidava com tudo numa boa a menos que fosse algo grave, já Sunwoo se irritou fácil, era dia de gravação de jogos e precisou encarnar o personagem para não parecer irritado nas câmeras. Como assim ao lado do Changmin? Não dormiu com ele ontem, só falta ter dormido com Changmin também.

Sunwoo tinha muito a aprender sobre coisas chamadas confiança e ciúmes.

Aquela tarde foi de gravação. Mesmo que de férias combinaram de montar alguns conteúdos para os fãs. O grupo pelo menos se distraiu, mas Sunwoo nem tanto quanto queria.

De noite, voltou sozinho pra barraca, mais uma vez mexendo as cobertas irritado, até que o zíper abriu e Chanhee entrou por ela com um pijama branco todo fofo. Sunwoo o fitou e segurou a risada, ele estava extremamente fofo, mas permaneceu em silêncio enquanto Chanhee falava sobre a gravação de hoje. Bateu no travesseiro para afofar e deitou suspirando.

– Por que não apareceu ontem? – Sunwoo perguntou mudando o assunto da gravação.

– Achei que queria espaço. – Chanhee deitou de lado encarrando os olhos cor de mel do outro – Não era isso?

– Hm... Também não precisava grudar no Changmin o dia todo. – Chanhee se espantou com o comentário, mas não evitou em dar risada deixando Sunwoo irritado. – Ai, boa noite – empurrou Chanhee e deitou para o outro lado.

Chanhee continuou rindo até agarrá-lo pelas costas usando seus braços e pernas.

– Você com ciúme, hmmm que fofinho. – Sunwoo tentou tirar o braço, mas Chanhee apertava ainda mais ao corpo dele. Encostou propositalmente o queixo no pescoço do outro e sussurrou – Eu nem fico agarrado assim com o Changmin... Nem beijo o Changmin... – deu um beijo na bochecha de Sunwoo – Para de ser bobo.

– Só de falar Changmin todo manhoso, ta me irritando. – respondeu a contra gosto. Chanhee viu que não ia ser fácil então apelou, acertou uma mordida no ombro de Sunwoo que riu e se debateu tentando se soltar dele conseguindo. Virou o corpo e começou a fazer cócegas em Chanhee que soltou um gritinho um pouco alto e Sunwoo tampou a boca dele se deitando.

Esperaram para ver se alguém não ia notar que os dois estavam na barraca sozinhos, mas nada. Também se descobrissem não iriam suspeitar de nada. Mas quando se está nessa situação, começamos a achar que as pessoas estão vendo a situação do mesmo jeito que nós. E nem sempre...

Sunwoo continuou atento, a mão tapando a boca de Chanhee e os ouvidos bem abertos ao barulho lá fora. O outro percebeu que já não vinha ninguém e lambeu a mão de Sunwoo para que ele o soltasse.

– Credo! – Sunwoo riu e limpou a baba no pijama de Chanhee.

– Tá assim por que tá tímido, não é? – Sunwoo travou – tímido por minha causa...? Tá confuso? Pode me contar, tem que confiar em mim Sunwoo...

Entrou num beco sem saída agora. Era falar ou falar.

Não é como se ele não confiasse em Chanhee... Só não sabia explicar.

– Tô... tímido pelo que eu to sentindo.

– e o que é? – Chanhee sabia o que era, ou pelo menos imaginava, mas ia deixar que Sunwoo falasse, precisava ouvir da boca dele.

– hm... – Os dois sentaram. Sunwoo com o rosto incendiando de vergonha – não sei dizer. – mentiu. Chanhee entendeu que ele não ia falar mesmo – só vamos deixar pra lá melhor.

– Sunwoo... Fala. Fala do jeito que está na sua cabeça, do jeito que consegue explicar.

– Eu só... acho que to me pressionando a entender o que eu sou ou onde me encaixo, mas acho que não preciso me preocupar com isso tanto assim... – Sunwoo preferiu omitir a parte do desejo por Chanhee, ainda não conseguia, não conseguia...

Chanhee entendeu. Explicou que era normal se sentir assim, mas que Sunwoo deveria relaxar e só seguir, afinal era tudo ainda novo pra ele. Sunwoo assentiu o conselho silenciosamente e Chanhee o abraçou forte. Depois, olhou para o rosto dele e o segurou juntando seus lábios. O beijo não era nada com segundas intenções, era calmo e puro. Sunwoo ficou completamente derretido naquele momento, e quando as bocas se separaram sorriu que nem um bobo encarrando os olhos claros a sua frente.

Deitaram novamente, Chanhee se aconchegou no abraço de Sunwoo e respirou fundo o cheiro doce que vinha dele. E foi deitado naquele abraço que ouviu o coração de Sunwoo bater freneticamente, pousou sua mão no peito dele e o sentiu respirar fundo. Ainda tinha as outras dúvidas que ele não falara... Mas Chanhee podia sentir, podia imaginar, sentiu aquele dia no sofá e na praia como Sunwoo ficou.

Levantou o rosto e o olhou nos olhos. Um olhar de quem parecia sentir a mesma coisa naquele momento, mas foi Chanhee quem se aproximou e o beijou novamente com um pouco mais de urgência que antes.

Se fosse possível Sunwoo teria um taquicardia ali mesmo. Era pior ainda quando Chanhee tomava o controle das coisas porque ele não fazia ideia do que esperar, apenas se render e apreciar os beijos intensos e as suas mãos acariciando seu rosto, descendo pelo seu ombro e apertando o braço com delicadeza. As mãos de Sunwoo passearam pelas costas de Chanhee e pararam na sua cintura fina trazendo-o mais para perto do seu corpo.

Afastou os lábios só para colá-los novamente na clavícula exposta de Sunwoo, beijando a extensão do osso a mostra e depois sugar seu pescoço. Foi a vez de Sunwoo fechar os olhos e suspirar, mas Chanhee não se afastou como ele, continuou os beijos até voltar para sua boca já sentindo calor demais se comparado ao frio um tanto gelado que fazia na noite ali fora.

Tirou seu tronco de cima de Sunwoo e desceu sua mão pelo seu abdômen até o fim a camiseta adentrando alguns dedos por baixo dela, tocando a pele quente. Só foi a mão de Chanhee descer um pouco mais, para um pouco de consciência mover a mão de Sunwoo e segurar a do outro.

– Tudo bem... – Chanhee disse baixinho, o rosto encaixado no pescoço dele – Tudo bem se não quiser.

– Não é que eu não quero... – Sunwoo sussurrou com certa dificuldade, parecia estar prendendo o ar há muito tempo, mas era só nervosismo... – eu só... só...

– Não tem ninguém aqui além de nós.

Sunwoo engoliu seco, ansioso, curioso, um misto de sensações dentro do seu peito e na sua cabeça.

Não pensou por muito tempo. Apenas soltou devagar a mão de Chanhee e deixou que naquela madrugada a sua mão respondesse até onde ele podia perder a sanidade do jeito mais gostoso possível. 

2 KIDSOnde histórias criam vida. Descubra agora