- Eu gosto de escrever.
Foi essa a resposta que Mew deu ao Gulf quando o mais novo perguntou o porquê da escolha do seu curso.
- Eu sinto que é a única coisa na qual posso fazer de forma confortável, eu posso ser eu mesmo.
- Você gosta mesmo de ler.
Fez uma cara de desconforto bem óbvia.
- Eu não consigo ler, me distraio facilmente e acabo lendo automaticamente.
Contou, enfiando o garfo em seu bolo.
Já era cinco e meia e Gulf ainda estava passando seu fim de tarde bem proveitoso, conversando sobre coisas aleatórias enquanto se divertiam na presença um do outro.
Gulf notou que, a cada palavra dita, Mew ia se soltando mais. Já sorria para ele com maior frequência, não se esquivava de seus olhares e sempre o respondia com frases maiores que uma palavra.
Ele não era nem um pouco emo.
Tímido, talvez.
Exatamente inteligente, ele também notou.
E, com toda a certeza, um avido leitor- devorava livros em questão de segundos.
Seus óculos ainda se mantinham em seu rosto, lhe dando uma aparência intelectual ainda maior.
Adorava seus óculos e tudo sobre eles.
Não sabia ao certo o porquê, apenas os adorava.
Adorava o jeito com que eles refletiam a luz que vinha da janela, adorava o jeito com que se encaixavam perfeitamente em seu rosto. Adorava o jeito como eles o deixavam mais atraente. A tez morena e macia do rosto chamava cada vez mais atenção domais novo, como se estivesse convidando-o para tocá-la; queria acaricia-lo nas maças do rosto, dizer que ele era uma criatura adorável e que não queria ir embora da sua casa, nunquinha.
- Eu acho que o café já está pronto, Gulf.
- Ah!...
A voz grave de Mew despertou de seus devaneios, o fazendo piscar, confuso, e olhar para trás, onde se encontrava apenas o coador de café que já estava seco, somente como pó marrom grudado no tecido.
- Ah! Você tem razão...
Começou retirando o coador de cima da garrafa térmica e, pois, sobre a pia.
- Porque você não compra coadores de papel, P'?
- Porque são caros e o de pano é reutilizável. Por que continua me chamando de P'? Eu já disse que está tudo bem me chamar apenas pelo nome, não disse?
Mew mudou radicalmente de assunto, agradecendo quando Gulf colocou a garrafa térmica sobre a mesa, servindo em sua xícara.
- Ah, desculpa é meio automático...
Coçou a nuca, servindo café para si mesmo. Ergueu as sobrancelhas quando bebericou sua xícara, prestou atenção nas feições do mais velho ao experimentando seu café pela primeira vez.
Teve vontade de rir.
Seu café era extremamente amargo mesmo se colocasse uma boa dose de açúcar. Adorava daquele jeito. Já Mew parecia ter um paladar meio, diferente.
Juntou as sobrancelhas, fazendo uma careta de desgosto, como se acabasse de ter chupado um limão.
- Ah, Gulf, que amargo!
Reclamou, colocando sua xícara sobre a mesa, passando a língua sobre seus lábios para se certificar de retirar os resquícios da bebida em sua boca.
- Nem deu para pôr um pouco de açúcar?
Gulf riu, inclinou-se, limpando com seu polegar o canto da boca de seu P', que estava com resquício de café.
- Eu posso colocar açúcar para você!
Gulf pois sua xícara junto ao do seu P' mantendo contato visual com este, queria desvendar cada segredo do outro, aproximou-se devagar deste, suas mãos finalmente tocando-o no rosto, a maciez de sua tez acariciando seus dedos, confortavelmente. Mew não piscou nem por um momento, querendo manter aquele contato visual.
Mew tocou a cintura de Gulf o trazendo para junto do seu corpo, uma coisa dentro de si fez um grande ziguezague gostoso, seu coração começou a bater um pouco mais rápido, poderia ser comparado a uma bateria em seu ritmo mais elevado.
Gulf já não pensava em nada tão pouco o mais velho que envolveu o outro em seus braços bem trabalhados, o mais jovem envolveu seus braços ao redor do pescoço do outro sentindo assim um ao outro a pele quente pela tensão causada do ato, um choque delicioso se alastrou pelos corpos, Mew iniciou um beijo calmo assim como almejava em seus pensamentos mais íntimos, ficando surpreso por ser correspondido de tal maneira.
Beijar Mew, era a melhor coisa que poderia ter feito, pensou Gulf que corresponder aquele ato, fazia seu coração flutuar de tamanha alegria, os lábios se moviam em uma sincronia delirante, seus toques sendo quentes, os sons do beijo sendo abafados pelos murmúrios que Gulf soltava vez ou outra.
- P'...
Gulf estava amando sentir o doce amargo que continha a boca do mais velho, a mistura do hálito com o café amargo poderia se dizer que aquela era primeira maravilha no mundo do mais novo.
Nunca ninguém havia beijado Mew daquela maneira. Pelo menos, não com aquela intensidade, com aquela necessidade, estava completamente imerso e perdido, seus lábios mordicando os de Gulf, gemendo roucamente, todas as vezes que os toques se tornavam mais intensos aprofundando o beijo.
O amargo em seus lábios já havia se esvaído há muito tempo; agora, contaminando todo seu ser com algo que ele provavelmente tomaria como necessidade (muito mais que seus livros) estava aos beijos com Gulf em seu apartamento.
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bons sonhos <3, preferi postar logo como forma de me redimir pelo meu atraso espero que gostem
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The Moon is Beautiful
FanfictionEles se conheceram por coincidência em um desses sites de trocas de livros, MEW Suppasit tinha em sua coleção os livros que Gulf KanaWut precisava mais que tudo em sua vida. Suppassit apesar de sua beleza descomunal, era muito na sua chegando a se...