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__ Com muita dificuldade, mas sim, ele deixou - Khalil riu da cara de Peter.

__ Não ri otário, tô surpeso que seu pai deixou, eu não deixaria, você é um safado - ele diz dando de ombros e Khalil lhe dá um cascudo.

__ Para com isso, não sou safado, só tenho bom gosto e gosto das morenas!

__ E das loiras, das ruivas, das brancas, das negras, das amarelas, até daquelas doida que pinta o cabelo de azul - Peter diz descontraído, mas com um leve tom de sarcasmo na voz.

__ Bom... mamãe passou açúcar em mim - ele ri - ou melhor, melado, que nem na chuva sai - ele estaciona o carro em frente a uma casa enorme de dois andares e com uma bela varanda, que dava de frente para um grande jardim.

__ Mano, essa casa é foda - Peter disse boquiaberto - se você não comprar eu compro.

__ Você quer mesmo? - Khalil ofereceu de bom grado.

__ Só se eu der o c* pra pagar - Peter ri e Khalil faz uma careta.

__ Boca suja - Khalil revira os olhos.

__ Mas agora sério, eu compraria se eu fosse me casar, porque isso é casa de família.

__ Entendi, já eu não sei o que fazer em relação ao casamento - Khalil deixa escapar.

__ Eu não sou bom em dar conselhos cara, na verdade eu uso as minhas piadas sem graça pra escapar de compromissos - Peter coça a nuca sem jeito.

__ Fica tranquilo, eu falei sem pensar.

__ Eu não queria que você se casasse tão cedo, na verdade eu não queria que se casasse nunca - Peter ri e Khalil acaba rindo também.

__ Eu também não queria - ele suspira pesado - então, vamos embora?

__ Vamos sim - Peter assentiu despreocupado.

Eles estavam à caminho de casa quando Khalil fez uma curva que Peter não conhecia.

__ Onde vamos? - ele perguntou curioso.

__ Vou comprar a casa - Khalil disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.

__ Ah, e quanto vai dar nela?

__ hummm... 120 mil - Khalil disse tentando se lembrar se ele virava para esquerda ou para direita.

__ Você é doido - Peter o olhou abismado - ainda bem que moro no porão dos meus pais.

__ Você entra lá sem eles verem!

__ Eu não disse que eles sabiam, eu disse que moro lá - ele dá de ombros

__ Porque você é safado, você ganha um bom dinheiro na sua fábrica de orgânicos.

__ Verdade, eu vou comprar uma casa pra mim - ele diz pensativo - minha mãe vai fazer venda de garagem amanhã, se ela ver meus bagulhos lá ela vai tacar fogo neles - Peter diz sério e Khalil ri.

__ Chegamos! - Khalil para o carro perto de uma casa simples, mas com um jardim exuberante e um chafariz com cupidos.

__ Essa casa dá de 10 à 0 na casa dos meus pais - Peter diz e assobia

__ Mora de favor e ainda fala mal. Eu tirava você à pontapés da minha casa!

__ Ainda bem que não moro contigo!

Khalil revira os olhos e toca a campainha e um senhor de meia idade sai de lá com uma mulher jovem. Ela era loira de olhos azuis e um corpo bonito, provavelmente tinha uns vinte anos. Peter arregala os olhos e sussurra para Khalil:

__ Até o velho tá melhor que eu, que mulherão!

__ Fica quieto!! - Khalil cutuca a costela dele.

O senhor vem andando lentamente e se senta em uma cadeira de balanço na varanda, então ele se vira para a bela mulher e diz:

__ Filha, abre o portão para aqueles senhores entrar.

__ Claro papai - responde a moça e então Peter arregala os olhos mais ainda.

__ Eis o momento em que um homem como eu pensa em se casar... quer dizer, eu me enganei, o velho não ta tão melhor que eu assim.

A moça se aproxima e abre o portão, um vento suave sopra seus cabelos e um leve aroma de rosas se espalha do mesmo.

__ Bem vindos, meu pai esperava você apenas semana que vem - ela sorri para Khalil.

__ Eu decidi vir antes, porque vou viajar amanhã. - ele dá a viagem como desculpa, mas na verdade ele se lembrou que o dono da casa havia dito que a filha chegava hoje.

__ Ah sim - ela sorri e então olha para Peter - oi!

__ Oi - Peter fala feliz da vida.

Casamento às cegas Onde histórias criam vida. Descubra agora