___2° Capítulo: introdução
Eu tinha certeza que algo iria atrapalhar meu trabalho nos primeiros dias, a questão é que eu achava que seria meu nervosismo, eu ficaria feliz se tivesse sido minha culpa..mas enfim, hoje é dia 4 de janeiro de 3020, eu sou Orquídea BlackFlower e esse é o diário de pesquisa 666
___Parte dois:
Bom dia! Nesses primeiros dois dias eu apenas cuidei dos últimos detalhes e me afoguei em papel, hoje é realmente o dia de começar o trabalho de verdade e hoje sim eu peguei meu uniforme clássico: calça jeans e camiseta preta, aí sim! Eu botei meu jaleco na bolsa, joguei um monte de guloseimas e doces junto com as outras coisas que sempre uso e então fui pro carro, dirigindo alegremente. Ao chegar no instituto eu abri minha bolsa e fui até minha sala, linda em cada detalhe. Eu pus minha bolsa na mesa e..ah não cara, tá de brincadeira! Eu esqueci as chaves de casa. É óbvio que nesse momento alguém iria aparecer pra me dar um "bom dia" e essa pessoa foi o Connor, ele bateu na minha porta calmamente.
"Entra!"—era bem visível o mal humor na minha voz
Ele entrou sorrindo gentilmente e disse ao se aproximar de mim—"Bom dia doutora BlackFlower"
Eu respirei fundo e sorri de canto, a forma dele de falar e se comportar rapidamente me fez sentir que precisava fingir estar bem—"Pode me chamar de Orquídea apenas, a formalidade só afasta colegas de trabalho"
"Se prefere assim eu estou mais do que de acordo em chamá-la desta forma"—Ele disse ao se sentar na minha cadeira e sorrir, ele estava tentando me animar, mas senti algo falso no sorrio dele
"..Oque aconteceu?"—Eu perguntei meio preocupada, tinha algo errado ali!
Ele ficou um pouco mais sério, porém sorrindo meio chateado, ele pôs o cotovelo no braço da cadeira e apoiou o rosto na mão—"Bom..eu meio que tirei o Aiden do sério ontem e ele falou um monte de coisas pra mim, coisas que me deixaram bem triste"
Eu me aproximei dele sem pensar duas vezes. Alguns humanos acreditam que imortais predadores são mais perigosos quando estão emotivos, já eu sei que são perigosos quando se sentem sozinho e abandonados—"tipo?"
Ele olhou para os meus olhos, esperançoso—"Tipo que vocês só me chamaram por que não tinha ninguém disponível..e que você já tinha um substituto pra mim"
Eu respirei fundo, e falei rindo—"Se eu te contar uma coisa, tem que prometer não contar ao Aiden"
"Pode falar, ele não vai ouvir uma única palavra de mim"—ele disse enquanto eu me aproximava dele
"Eu menti pra ele! Eu intrevistei 7 psicólogos e então disse a ele que tinha gostado de um recém formado, mas nenhum deles superou seu currículo na minha opinião"
O sorriso no rosto dele não poderia ser mais sincero que aquele, ele se levantou e me abraçou—"Muito obrigado.."
ele se afastou de mim, coçando a cabeça sem graça—"Desculpa..eu sei, nem nos conhecemos e eu sou-"
Eu me sentei na minha cadeira, a ajustando pra ficar mais alta—"Eu gosto de abraços e imortais, estão na minha lista de coisas favoritas, e antes que ache que eu não tenho motivos pra me sentir confortável perto de vcs..eu tenho"
"tenho certeza que tem"—Ele sorriu, suas bochechas estavam levemente coradas,de forma quase imperceptível
"antes que o Aiden venha fazer um escândalo, é melhor ir organizar seu trabalho.. nos vemos em meia hora Connor"
Ele sorriu saindo e ajeitando sua jaqueta de couro—"Em meia hora então, Orquídea"
Ele saiu da sala e comecei a me organizar rapidamente, eu não gosto de enrolar pra fazer nada. Botei meus fones sem fio e minha playlist me guiou na chatice que foi arrumar aquela sala tendo apenas um pirulito de blueberry e minha própria companhia, porém logo chegou o momento de começar o trabalho. Eu fui até a sala central e todos estavam lá, apenas me esperando. Eu tinha feito questão de pegar intimidade com a maioria dos funcionários, eu acho meu trabalho mais fácil com alguma convivência, até por que alguns imortais tem um ódio generalizado por humanos e eles tem com motivo. Enfim, antes de qualquer coisa eu fui até Eddie. Aqui no instituto temos 5 divisões e ele é o chefe da parte que vai cuidar da organização do instituto em todas as formas: garantir matériais, limpeza.
Eu cheguei próxima a ele e perguntei calmamente—"Sei que foi pouco tempo, eu deveria ter organizado melhor nesse quisito..mas enfim, conseguiu fazer tudo oque pedi?"
Ele sorriu orgulhoso—"Alguns podem até usar o tempo como uma desculpa Doutora BlackFlower, mas eu não sou deste grupo. Meu trabalho foi concluído, nehuma tarefa faltando"
Eu sorri como se estivesse o aprovando—"Perfeito, se tem uma coisa que gosto é eficiência"
Então eu fui até Clara: a chefe do departamento de registros, e então ri—"E meus 900 documentos?"
Ela sorriu deixando seus olhos, orelhas e rabo de gato aparecerem—"Tenho que admitir que não foi minha tarefa mais fácil, mas nós estamos em dia também. Checamos 5 vezes, tudo em ordem"
Então eu caminhei até o Connor, que como já falei é o chefe do departamento de psicologia—"E vocês, prontos?"
Connor é péssimo em disfarçar os próprios sentimentos, o sorrio dele valeria mais que mil redações—"Tem dúvidas?"
Eu dei as costas, sorrindo—"Nehuma"— e então fui até Ryan: segurança, sem precisar falar uma palavra ele simplesmente me deu um envelope amarelo com um olhar bem sério—"Pode olhar se quiser"
Ao abrir..uau, nunca vi nada tão detalhado—"Imprecionante"—eu devolvi para ele, e mesmo com ele disfarçando eu pude perceber que aquilo significava algo
E então a última, Rebecca: minha assistente no departamento de pesquisa, ela sorriu nervosa—"Eu cuidei de tudo pra você, Doutora"
Eu sorrio confiante me afastando de todos—"É ótimo que todos estão preparados para desempenhar suas respectivas funções, começamos oficialmente em 40 minutos"
Pude ver de canto alguns olhares meio irritados, mas Eddie foi o único que decidiu me questionar nesse aspecto—"Já estamos num processo preparatório a dias, não está na hora de começar a pesquisar esses animais!?"
Eu me virei pra ele, um pouco mais séria que o normal, e com meu sangue fervendo por dentro das véias, nesse momento todos ali estavam com medo da minha postura—"…Está demitido, vou achar alguém que preste para te substituir"
Ele começou a rir de nervoso quando se deu conta do que disse—" E-eu não falei sério, por favor, me perdoe Doutora-"
Eu o cortei ainda com aquela mesma expressão—"Meu pai é um imortal, assim como muitos dos seus colegas de trabalho.. então se não consegue respeitar as pessoas não deveria estar no meu projeto. Não só não tolero seu preconceito quanto aos outros como me sinto pessoalmente atacada por tal xingamento"
Nesse momento, Connor me olhava tremendamente surpreso, mas voltando ao Eddie: ele se ajoelhou em minha frente—"Eu juro que isso nunca mais vai acontecer Doutora, me dá uma segunda chance"
Era difícil de ignorar o olhar em seu rosto, eu olhei para todos os outros na sala..todos os trabalhadores daquele lugar: alguns tristes, outros raivosos e algum neutros—"No final da semana eu decido oque farei com você..os outros irão decidir se o lixo que se mostrou merece perdão"
Nesse momento dei as costas denovo e comecei a andar para os quartos novamente, indo checar os imortais do nosso experimento, com uma forma amigável de começar a conversa na ponta de minha língua
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Os infortúnios de um imortal
Ngẫu nhiênComo você imagina os anos 3000? Você acha que não existiriam por que o ser humano destrói o planeta..ou talvez você ache que já existiriam carros voadores, né? Bem eu diria que é uma mistura dos dois. Eu sou cientista e pesquisadora, sou conhecida p...