___5° Capítulo: introdução
Minha última semana tinha sido um perfeito inferno e eu só queria esquecer tudo..cada parte dela, porém infelizmente eu tinha que voltar ao trabalho e isso significava que eu não tinha o direito de esquecer…Hoje é 8 de janeiro de 3020, meu nome é Orquídea Blackflower e esse é o diário de pesquisa 666
___Parte 5:
Aí aí, pode ser em 2020 ou em 3020, acordar de manhã numa segunda continua sendo o mesmo inferno!
Eu me vesti, peguei minha bolsa e fui pro carro, tudo como sempre...a última coisa que eu queria era ter que lidar com o Connor hoje, mas acho que faz parte do ambiente profissional lidar com pessoas difíceis.Eu dirigi até que tranquila, cheguei no instituto, fui pra minha sala, estava tudo até que muito calmo... até que eu ouvi uma batida na porta. Eu disse, ainda calma e sorridente—"Entra"
Connor entrou na sala, com as mãos juntas nas costas e sorrindo sem graça. Ele fechou a porta e disse sem olhar diretamente pra mim—"Eu sei que você está chateada comigo.. muito chateada..e eu sei que eu deveria ficar no meu lugar e te dar um tempo-"
Eu interrompi ele séria, apontando pra cadeira a minha frente—"…sim, eu estou muito chateada com você, mas eu não sou covarde…vou te dar uma chance de se defender. Senta aí"
Ele se sentou.. normalmente Connor é espalhafatoso e confiante, mas no momento ele sabia que não estava em postura em ser assim—"Olha.. eu sei que eu fiz coisas erradas e eu realmente me arrependo...eu me arrependo de cada uma das chances de ajudar aquelas pessoas que eu joguei fora...eu não tenho a menor intenção de te machucar pq gosto de você Orquídea, eu não tenho nenhum interesse.. obscuro por trás das minhas ações"—O sorriso dele se tornou um..sorrio de bobo apaixonado
Eu sabia no momento em que falei a ele da minha raiva que tinha errado.. não se expõe sua cabeça a um homem manipulador, ele sabe mexer com a sua cabeça perfeitamente..Eu abaixei minha cabeça, com as mãos no rosto e pensei em alguma forma de responder aquilo—"…Eu não tenho capacidade de acreditar em você Connor..Eu simplesmente não consigo nesse momento"
Me senti uma completa idiota por querer me justificar, mas o olhar nos olhos dele era tão..eu não podia me rebaixar a isso por algo que não tinha como ter certeza. Eu sorri visivelmente bem triste e disse—"Eu nunca esperaria isso de você, justo você..E-eu não posso me arriscar entende? Eu só preciso de um tempinho pra pensar,se você puder fazer isso por mim"
Ele se levantou, sorrindo daquele mesmo jeito que estava.. levemente mais preocupado—"Não se preocupa..eu posso me afastar um pouco pra você pensar"—Ele pôs a mão dele sob a minha na mesa e sorriu.
Então ele saiu da sala, eu abaixei minha cabeça deitando sob meus braços em cima da mesa e comecei a chorar…me sentia na adolescência novamente: eu não sabia quem era confiável ou não, quem me amava ou tinha outros interesses por trás..tipo acertar um taco de baseball na minha cabeça por ser literalmente filha do meu pai...pela minha genética
Eu precisava de um tempo...um tempo do meu cotidiano agitado e um tempo das pessoas com quem eu convivia..tinham muitas coisas que eu estava deixando pra resolver depois e elas estavam me sufocando..e agora tendo o problema do Connor eu finalmente consegui ver isso.
Eu peguei as minhas coisas, fui até o Aiden e disse—"Eu não tô me sentindo bem..eu vou passar uns dias longe do trabalho tá?"
Ele disse sorrindo como se estivesse me confortando—"Tá tudo bem, você tá passando por maus momentos..deixa que eu me viro"
Eu saí do instituto e fui pra casa. Logo ao entrar eu tirei minhas roupas ficando só com as de baixo e me deitei, me enrolando no cobertor.
Naquele momento, sozinha e isolada na minha casa com o peso absurdo que tinha nas minhas costas eu me lembrei da minha infância..eu sorri enquanto me lembrava das coisas que fazia, eu era extremamente levada! Gostava de mexer com o sobrenatural e sempre fui chegada a religião..nisso eu me lembrei de um velho e querido amigo que eu deixei de lado ao cursar biologia.
Eu e Edgar brigamos feio quando eu decidi deixar meu lado religioso pra trás, eu me sentia abandonada pelo mundo espiritual então eu me voltei a razão e racionalidade..mas tudo oque eu precisava naquele momento era deles...
Eu agarrei meu telefone e procurei nos meus contatos..talvez eu não tivesse apagado o número dele. Alguns minutos e eu achei.. é, demorou, estava beeeem lá no fundo mas eu achei! Eu salvei o número dele como favorito e mandei mensagem: "oi Eddie.. é a Daisy"
Edgar me chamava de Daisy pq ele dizia que era uma flor muito mais delicada que uma orquídea.. não demorou nem 3 minutos pra ele me ligar de volta, eu nem consegui abrir a boca antes que ele falasse,estava visivelmente muito eufórico—"Daisy!!! Eu tava com tanta saudade de você"
Eu respondi, com uma voz bem cansadinha—"eu também tô com saudade Eddie.. muita saudade"
Ele respondeu num tom que ficava gradualmente mais preocupado—"Oque aconteceu com você minha margarida?"
"Eu.. tô passando por muita merda..e eu acho q tô doente também-"
Ele me cortou, bem preocupado—"eu quero te ver depois de sair aqui do trabalho, cê tá morando onde?"
"não precisa cuidar de mim Edgar, eu não quero te atrapalhar"—Eu tinha um tom de quem não quer incomodar. Eu não falava com o cara a anos e agora que estava mal eu ligava pra ele?!
"SSHHHHHHHHH, Para com isso! Eu quero cuidar de você!!!! Você vai me passar seu endereço mocinha"
Eu sorri..ele não mudou nadinha—"Eu tô morando na Deimos, número 25.. só dizer meu nome que vão te falar o apartamento"
"Não piore enquanto eu não estou aí!"
"eu vou ficar bem Edgar, fica tranquilo"
Edgar disse num tom bem carinhoso—"Até logo, Daisy"
"Até, Eddie"—Eu desliguei, pondo o telefone no peito e... relaxando, eu precisava muito do meu amigo e ele estava do meu lado agora!
Edgar sempre foi muito cuidadoso e me convencia a deixar ele cuidar de mim..ele conseguia atestados mágicos pra cuidar de mim quando estava gripada e pedia ao meu pai pra me levar pra sair nos dias ruins..tampava meus ouvidos quando meus pais brigavam e me ajudava a desenvolver minhas habilidades..ele era meu tudo e eu joguei tudo fora.
Algumas horas se passaram e eu pude ouvir uma batida na porta, eu pus meu pijama e me levantei.
Ao abrir, eu vi Edgar..o visual dele havia mudado o suficiente pra eu estranhar um pouco: Ele tinha uma franja jogada dela lado..mas tinha mantido o cabelo daquele jeitinho que vc não sabe se é cacheado ou liso, a pele dele estava mais oleosa que nunca e os olhos azuis dele estavam simplesmente brilhando de felicidade.
Eu sorri, visivelmente exausta—"Oi Eddie..faz um tempão.. você tá bonito"
Ele esperou que eu lhe desse o espaço pra entrar, e então disse enquanto deixava as coisas dele em cima da mesa—"Não precisa fingir que está confortável, eu sei que mudei muito."
Ele botou a mão na minha testa, preocupado—"Febre.. é impressionante como você nunca muda, sempre que se estressa arranja um motivo pra ficar na cama"
"Você ainda está na-"—ele me interrompeu, sorrindo enquanto me levava até a cama
"Sim, estou. E se quiser voltar você já sabe minha resposta"
Ele me deitou na cama, me cobrindo e sentando ao meu lado—"Eu adoraria Eddie..mas eu nn tenho tempo pra essas coisas no momento"
"Vc só tem tempo pras coisas que não importam de verdade..mas deixa pra lá.. você precisa descansar"—Ele se levantou, indo pra cozinha
"Eu vou fazer alguma coisa pra vc comer, pq claramente vc n tem comido direito e depois a gente põe o papo em dia"
Eu rio, ainda naquele tom exausto—"Deveria se impressionar que eu lembrei de fazer o almoço!"
Eddie como sempre tomou o espaço lá em casa sem nem pedir permissão. No dia seguinte, avisou que o chefe dele havia lhe dado uma "semana de férias totalmente surpresa" e que ele ia aproveitar pra cuidar de mim..acho que não preciso falar que não foi surpresa pra ele.
Enfim, Eddie passou o resto da semana comigo: cuidando de minha, da minha casa, me contando histórias...e eu tenho que admitir que nunca estive tão feliz por largar o meu orgulho uma vez na vida..
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Os infortúnios de um imortal
RandomComo você imagina os anos 3000? Você acha que não existiriam por que o ser humano destrói o planeta..ou talvez você ache que já existiriam carros voadores, né? Bem eu diria que é uma mistura dos dois. Eu sou cientista e pesquisadora, sou conhecida p...