Capítulo I

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Nota: 

Olá! Aqui eu usei o cenário do terceiro jogo, mas quem acompanha qualquer mídia de The Wicther pode entender.
Os nomes dos personagens foram mantidos como na obra original, então:
Jaskier = Dandelion.
Plotka = Roach/Carpeado

Boa leitura!

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Era noite e a lua cheia iluminava parte do chão barroso com imperfeição; as árvores impediam que o local fosse totalmente enxergado e aumentavam o barulho do forte vento. Um tempo desfavorável, típico daquele local, mas para o bruxo os empecilhos não faziam tanta diferença naquele instante. A poção tomada minutos atrás já fazia efeito, e a visão estava em perfeita forma. As pupilas semelhantes as de um felino se tornaram um pouco grossas enquanto apertava o cabo da espada de prata. Ele se manteve com os pés parados, mexendo apenas a cabeça enquanto procurava por algum sinal. O barulho das árvores o impediam de ouvir os passos com clareza, mas havia uma agitação diferente entre elas. O som parecido com o de uma foice cortando o ar agitado o fez mover a espada e os pés. Um pulo para trás e a lâmina cortou o nada, frustrando-o pela terceira vez naquela noite. Era preciso paciência para se livrar daquela criatura, e ele sempre tivera de sobra no trabalho, mas os ombros tensos e a constante preocupação não o deixavam se aquietar para tentar seguir a forma invisível que o circulava há mais de uma hora, sem conseguir encontrar brechas para atacá-lo, mas também não dando oportunidades para ser agarrada.

O bruxo fechou os olhos por um breve momento, passando a sentir com mais clareza os movimentos constantes, porém, só tivera um real sinal quando os abriu novamente, para ver as folhas de uma pequena árvore caírem aos montes sobre sua cabeça. Finalmente a criatura havia escorregado e denunciou de onde havia pulado. Os seus sentidos se agitaram e rapidamente deu dois pulos para o lado. Preso no cinto de couro, havia uma bomba de pó de lua e ele a segurou com firmeza antes de jogá-la na direção de onde antes estava. O grito que se espalhou pela floresta quase o fez suspirar aliviado, porém, aquele era somente o começo de seus movimentos, que deveriam ser precisos e rápidos para não perder a oportunidade. O pó cobriu a criatura, que mantinha a forma invisível, mas cintilava com a reação da explosão. Imediatamente o bruxo moveu a mão, formando o sinal Yrden, prendendo-a no chão por poucos segundos, até levantar a espada de prata e enfim cravá-la no crânio que se tornou completamente visível ao forçá-la um pouco mais para baixo, até que o agudo grito da criatura diminuísse o tom, se extinguindo rapidamente.

Ele puxou com força a lâmina para fora. O sangue escuro espirrou em seu rosto, mas não se expressou contra isso. O suspiro aliviado finalmente foi dado, e o bruxo se abaixou no momento em que a armadilha Yrden sumiu. A espada foi limpa de maneira desajeitada antes de ser guardada na bainha, e uma faca foi tirada da cintura. A cabeça do monstro que se parecia com um morcego maior do que um humano foi separada do corpo, o bruxo soltou um assovio ao se levantar, e a fiel égua surgiu entre ás arvores. Ele amarrou o troféu ao lado do alforje, mas não subiu na sela.

A poção estava perdendo o efeito, mas ele ainda podia enxergar com clareza, e mesmo se não pudesse, era difícil não sentir aquela presença que há mais de um mês o seguia com insistência. Ele suspirou pesadamente antes de se afastar de Plotka, e devagar andou até uma das árvores da região. As mãos foram até a cintura, e o queixo se levantou.

— Você sabe que ele poderia ter subido aí, não é? Ele cortaria a sua garganta em segundos.

O bruxo se incomodou com o sorriso e a risada que soou de lá de cima.

— Com você aí em baixo? Duvido muito!

O som do alaúde substituiu o da risada do bardo, mas os lábios continuaram esticados enquanto olhava para baixo, se forçando a enxergar os cabelos brancos iluminados pela lua.

Pelo Ouro e o TrovadorOnde histórias criam vida. Descubra agora