A festa de calouros -Capítulo 2

145 17 9
                                    


Eu estava finalmente na cidade do letreiro de Hollywood e dos bastidores das produções nos estúdios Paramount Pictures, Universal e Warner Brothers.

Bom, não era nem uma Harvard ou Stanford, mas era a faculdade de medicina da Universidade da Califórnia.

Apenas respire fundo e sorria. Apenas respire.

O início das aulas começava em agosto. O final das férias de verão! Tudo que eu mais precisava era levar uma vida normal e me concentrar nos estudos. E esquecer.

Meu nome é Michael Nordans. Não sou exatamente o tipo de cara musculoso. Talvez bonito. Um metro e oitenta conseguiam arrancar suspiros quando passava pela rua onde morava antes de mudar. E os cabelos negros são os mais rebeldes que já conheci. Nunca ficam do jeito que você arruma. A prática de exercícios físicos tinha me dado um excelente físico com ombros largos e músculos muito bem distribuídos por todo o corpo.

Bom, eu finalmente tinha conseguido mudar para a cidade de Los Angeles. E trabalhava meio período na lanchonete para ajudar a pagar as contas. Tinha alugado um quarto até que bem barato para economizar o dinheiro.

Estava também aprendendo a ser econômico. Ser expulso de casa e deserdado por minha mãe não tinha sido tanto desastre. Havia a herança de meu pai. E era dele que eu sentia agora falta.

Para mim mãe, eu nunca teria sido o filho perfeito. Era o aluno de notas altas, o deslocado, o tímido e sem amigos que jamais seria o que ela esperava. Havia sido difícil finalmente conseguir realizar o sonho de estudar medicina. Era a primeira vez que estava vivendo por minha conta e não estava mais nos meus planos voltar. Era mais ou menos como minha velha costumava falar. A gente não anda para trás.

Ela queria um filho perfeito numa família perfeita e tradicional e respeitada. Tudo o que importava para ela era manter as aparências. Essa era a vida dela. Não a minha.

O problema todo foi o preconceito e a chantagem. Meu gênio não era dos piores, mesmo assim eu era o cara que nunca ia ser o rapaz tradicional. Ainda mais quando sua melhor colega é uma mulher e você fica também admirando as fotos dos homens nas revistas.

Eu gostava de rapazes. Viu como não é tão difícil falar isso agora? Dava até a impressão que meus problemas tinham ficado para trás. Minha família era rica e, no mínimo, esperavam que eu seguisse os passos do meu pai, cuidando da empresa e esquecido dos meus sonhos.

Acho que todos que conviviam comigo não ficaram tão surpresos. Minha sexualidade dizia respeito apenas para mim. Minha mãe não tinha concordado. E eu me joguei no mundo dando "foda-se" para todos.

Eu posso garantir que as piores agressões vêm de casa. Existem feridas que não deixam marcas no corpo, mas duram uma eternidade. São piores daquelas que alguém sofre na escola. Alguém deveria ter contado para ela que se cria filhos para o mundo. Agressões físicas? Para quê? As psicológicas têm requintes de crueldade e são tortura mental. E ela se passava por vítima. Eu que não prestava. Pelo menos na frente de todos e aí, quando os bastidores se fechavam...

Encarnava o verdadeiro demônio. Fiquei com cicatrizes que ninguém poderia ver. Hollywood perdeu a atriz do século. Se uma mulher não deseja filhos, deveria não os ter.

A Suprema Corte garantiu o direito ao procedimento do aborto até o chamado "ponto de viabilidade" do embrião, mais ou menos entre 24 e 28 semanas de gestação. Depois disso, considerava-se que o feto podia sobreviver fora do útero da mulher. Bem, ela decidiu um belo dia entrar com pedido com rescisão contratual do cargo de mãe e não satisfeita adotar o filho de outra mulher.

Na cama com um AlienOnde histórias criam vida. Descubra agora