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Foi tudo culpa do destino...

- o que você pretende fazer da sua vida?
Ela perguntou vestindo o meu casaco
- não sei, não tenho nada planejado, e você?
- sério que você não tem um sonho ou qualquer coisa do tipo?
- não gosto muito de pensar no meu futuro, as coisas nunca saem como eu espero
Falei desviando o meu olhar do dela
- eu tenho minha vida inteira planejada
Ela riu
- conte-me mais então
sorri e sentei no chão vendo ela fazer o mesmo
- pretendo acabar a faculdade e estar estabilizada financeiramente, daí quero viajar para París, acho que lá eu vou ter grandes oportunidades no mundo da moda, depois de conseguir o meu emprego dos sonhos eu quero viver e aproveitar um pouco, quem sabe namorar e me casar aos 26 e ter dois lindos bebês

Ela falou toda sonhadora, essa foi a primeira vez que eu realmente escutei o que uma mulher estava dizendo e me manti interessado, ela parece ter o controle do mundo inteiro nas mãos, sorri do jeitinho como ela me contava aquilo

- eu falei demais né, caras como você não estão interessados de verdade
Ela falou olhando para o lado
- eu estou interessado sim ou nem estaria aqui -soltei uma risada leve- você parece bem confiante em tudo que diz
- eu acho que se acreditarmos naquilo que queremos as coisas realmente acontecem
- é, pode ser
Respondi sorrindo
- espero que quando você tiver seu emprego, seu marido e os seus dois lindos bebês você decida voltar pra cá, vou gostar de ter depois de anos
Sorri
- pode deixar que eu dou uma passadinha aqui pra ver qual rumo a sua vida tomou
Ela falou rindo
- espero que eu ainda seja um lutador e que pelo menos não esteja lutando só no bar do Daniel
- viu, você tem um sonho, eu sabia, quer ser um grade lutador
Ela falou animada
- você quer casar?
- ei gatinha, vai com calma, acabamos de nos conhecer
Falei na brincadeira e ela riu
- você é um bobão sabia?
Falou sorrindo
- já me falaram isso -sorri- mas pra casar antes eu preciso me apaixonar e isso seria quase impossível
Nós dois rimos

Conversamos por mais um tempo sobre coisas extremamentes inúteis, rimos bastante, Kelianne tem um senso de humor bem parecido com o meu então estávamos sempre fazendo uma piada, ironizando ou zuando um com o outro, parecia que nos conhecíamos de anos. Realmente o clima entre nós tinha mudado, ela já não tava mais com aquela cara de emburrada dela e as coisas pareciam estar se acertando

- vamos?
Levantei vendo ela me olhar confusa
- se você quer chegar antes do hostel fechar eu acho bom irmos indo
Estiquei minha mão pra ela que segurou e usou como apoio pra se levantar
- você é responsável mesmo ou só tá fazendo pra me imprecionar?
- você tá imprecionada?
Perguntei rindo e ela riu junto

Nós descemos lá de cima do farol e fomos bem rápido pra dentro do carro, tava bem friozinho na rua, liguei o som e o aquecedor e dei a partida

- vou falar uma coisa mas não quero que isso aumente o seu ego
Ela falou seria
- a duas horas atrás eu nem olharia na sua cara e mal falaria com você
- era exatamente isso que você fazia
Falei rindo vendo ela me olhar braba e logo abrir um leve sorriso
- mas acho que você não é tão ruim como eu pensava
- vou entender isso como um elogio loirinha
Sorri
- não me chama assim
Ela falou parecendo braba e eu só ri
- por que você não gosta que eu te chame assim?
- sei lá, nem te conheço direito fora que ninguém me chama por nenhum nome além de Kelianne ou Keli
- exatamente. Eu sou único minha querida
Ri e ela riu junto
- não sei nem por que eu falei, você não vai parar mesmo
- ainda bem que você adivinhou

Ela foi o caminho me contando em como descobriu que queria faculdade de moda, ela parecia um livro de futebol, um livro porque eu nunca me interesso pelas histórias e de futebol por que certeza é um livro que eu leria, ela é a junção de duas coisas que eu nunca pensei, nunca pensei que estaria interessado em escutar histórias de uma mulher, normalmente quando elas começam a falar eu ativo um modo em que paro de prestar atenção mas com Kelianne é diferente, eu escuto cada palavra que ela diz. Depois de muita conversa nós chegamos na balada, haviam várias pessoas no lado de fora, algumas indo embora e outras chegando, estacionei o carro e nós descemos e fomos entrando, nos aproximamos do lugar onde Júlia e Nate estavam e os dois ficaram nos encarando

- então os pombinhos já pararam de se beijar?
Perguntei me sentando na frente deles
- onde vocês se meteram?
Júlia perguntou meio braba
- fomos dar uma volta, não queríamos ficar pra ver vocês se comerem
Respondi fazendo eles ficarem constrangidos
- e nós precisamos ir ou as meninas vão perder o horário do hostel
Falei me levantando, vi que Júlia e Nate se olharam e ficaram quietos
- vamos?
Kelianne perguntou já de pé ao meu lado
- sabe, eu queria aproveitar mais e também dormir na casa do Nate
Júlia fala pra Kelianne
- tudo bem
Kelianne fala meio triste
- eu posso te levar, Nate e Júlia vão de uber
Falei e vi ela sorrir
- tudo bem pra vocês?
Ela perguntou olhando pra Nate e Júlia que concordaram com a cabeça

Nós nos despedimos deles e fomos para o carro, quando entramos ela parecia outra pessoas, ela parecia extremamente zangada

- o que aconteceu?
Perguntei dando a partida
- desde que a Júlia começou a namorar com o Nate ela sempre me deixa sozinha
Falou triste
- ela é a minha única amiga de verdade, não quero perder ela por causa de homem
Eu soltei um pequeno riso
- eu te entendo
Falei olhando pra ela que riu
- pois bem, estamos perdendo os nossos melhores amigos
Ela falou com um ar triste
- mas pode ter uma coisa boa nisso
Olhei rapidamente pra ela e voltei o olhar pra estrada
- podemos nos aproximar já que consequentemente vamos estar sempre juntos
Falei sorrindo
- talvez eu te dê esse voto de confiança e deixe você ser meu amigo, talvez
Ela falou e nós caimos na risada

O resto do caminho foi tranquilo e bem divertido, nós cantamos algumas músicas, conversamos sobre algumas coisas mas principalmente sobre Júlia e Nate que estavam mudando muito com nós dois, depois de quase meia hora nós chegamos em frente ao hostel, eu estacionei e nós nos olhamos, ela se aproximou e me deu um beijo na bochecha com um tchau, ela tirou o casaco e deixou em cima do banco e logo saiu do carro, fiquei parado ali até ela entrar, queria ter certeza de que ela chegaria bem, assim que ela entrou eu dei a partida e fui direto pra casa.
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Continua?

Foi tudo culpa do destino...Onde histórias criam vida. Descubra agora