Chego em casa depois de um longo dia na escola de música — estudo três instrumentos ao mesmo tempo e faço aulas de canto — Tomo um bom banho, coloco uma roupa confortável e tento me distrair um pouco com meu celular. Deslizo a tela e na minha timeline do Instagram aparece junto com uma amiga da infância, Sophie, um rosto familiar : Alisha. A garota pela qual me apaixonei. Tem uma história por trás disso: Nos conhecíamos desde pequenos, não éramos muito próximos no jardim de infância. Continuamos estudando juntos e, no início da adolescência nos tornamos amigos. Aos 13 anos passei a vê- la de uma forma diferente e isso se perpetuou até o ensino médio. Nos formamos, e, mesmo morando na mesma cidade, nunca mais a vi.
Olhando fixamente para a foto pude perceber como ela estava linda — sempre está—, esbanjava seus lindos cabelos black power soltos, vestida de um cropped tie-dye e uma calça de cintura alta preta. No rosto, não usava muita maquiagem, apenas um iluminador em cima das suas lindas maçãs de rosto. Quando se trata dela, me transformo magicamente em um poeta admirando cada um dos seus detalhes .
Parei de babar pela beleza dela e cliquei em seu user que estava marcado na foto. Seu feed deixava claro que ela era diferente das outras meninas que conhecíamos.(Que desde muito novas só pensavam em meninos, fazer compras e fofocar) Exibia postagens de ações sociais que participava, em uma delas tinha uma foto abraçando uma idosa fofa e abaixo escrito:" Vovó Rose" Era assim que costumava te chamar. Lembro de quando a conheci. Estava numa cadeira de balanço, fazendo um cachecol de crochê. Dizia que estava fazendo para dar de presente a quem viesse te visitar. Os três anos que passei com a senhora me ensinaram muitas coisas. Me fez me sentir amada, me adotou como neta ( quase uma filha). Sempre que passava no abrigo, a encontrava com um sorriso dizendo que me esperava. Obrigada por tudo, você foi pra mim o que nunca ninguém foi. Sei que aí no céu, você me vê. Agora sinto paz porque pode descansar. Não precisa sentir mais as dores que sentia no peito que tanto me assustavam. Eu te amo pra sempre. Com amor, sua neta postiça, Ali" Postagem feita há dois meses atrás
Me senti inspirado, decidi pesquisar lares de idosos e orfanatos que pudesse participar.
Depois de uns minutos pesquisando encontrei um asilo, que se chamava "Green Fields"*.Havia uma vaga para ajudantes e companhia para velhinhos. Não pensei duas vezes e me inscrevi. Amanhã mesmo estarei lá .
DIA SEGUINTE
Desligo meu despertador super irritante ( que por sinal no dia não me irritava tanto), vou até o banheiro, tomo uma ducha gelada para despertar ao som de Kiwi do Harry Styles —sim, eu gosto de One Direction — visto uma roupa legal e calço meu tênis da adidas.
Desço os degraus correndo, pego um cereal no armário, jogo rapidamente na tigela, me sento na cadeira começo a comer. Minha mãe chega na cozinha, me vê ansioso e pergunta:
— Pra que tanta pressa? Onde está indo a propósito? Hoje é sábado, filho.— Me inscrevi para ser ajudante num lar de idosos aqui na cidade. Preciso chegar lá bem cedo. — Respondo me levantando e segurando a tigela com restos de cereal
— Fico orgulhosa de você, querido.— diz minha mãe colocando os pratos na mesa para o café da manhã.
— Obrigado, mãe. Preciso ir— beijo a testa da minha mãe.
— Tchau, tenha um ótimo dia! Amo você! — minha mãe exclama.
— Tchau, também te amo — digo enquanto pego minha mochila e a coloco em meu ombro.
Mal sabia eu, que estava entrando numa porta sem saída. Acabava de embarcar em uma viagem que não sabia se saberia voltar.
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Oi gente! Primeiro capítulo, eu espero que vocês gostem, é a minha primeira história então perdão qualquer erro!
* Green Fields : Campos Verdejantes (referência à Salmos 23: 2)Boa leitura <3
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𝐀 𝐒𝐞𝐜𝐫𝐞𝐭 𝐋𝐨𝐯𝐞 | 𝚗𝚘𝚊𝚑 𝚞𝚛𝚛𝚎𝚊 (✓)
FanfictionNoah é um menino branco, de família conservadora e Alisha é negra e destinada a lutar pela justiça. Os dois têm algo em comum: o amor. Será que as diferenças realmente importam quando o temos?