Correr teve um efeito maravilhoso em si, parte das preocupações que tinha estavam cessando, o vento frio da manhã ajudava a diminuir sua temperatura causada por sua longa corrida. Tom só estava aproveitando toda a calmaria até o momento que ouviu um baixo uivo, suas orelhas se mexeram em várias direções até achar aonde o som estava.
O uivo não parecia com nada que ele tenho ouvido antes, era um uivo desleixado e alguém poderia dizer até ruim de se ouvir, mas ele entendia perfeitamente o que o uivo queria dizer, era um uivo para chamar um alfa, o mesmo tipo que era usado normalmente quanto ômegas estavam no cio, mas não foi isso o que lhe surpreendeu, nem mesmo o fato dele ouvir isso no meio de uma floresta, o que lhe deixou surpreso foi não poder resistir ao chamado desse uivo, foi um chamado tão necessitado e carente, que foi para si impossível não ir atrás.
Tom iniciou novamente uma corrida desta vez para ir atrás do portador do uivo. Ele nunca se sentiu assim antes, por ser um alfa líder, o lobo já recebeu mais uivos do que consegue se lembrar, mas o que lhe faz tão procurado também lhe ajuda evitar esses uivos por possuir uma tolerância maior que outros alfas. Quando ômegas uivam em busca de parceiros, seus uivos tem quase o mesmo efeito que o "canto de uma sereia" isso torna mais fácil atrair alfas, por isso alguns alfas poderiam se "encantar " facilmente com um ômega sendo difícil resistir ao mesmo, o que para um alfa líder como Tom não apresentou nenhum problema visto sua alta tolerância à qualquer ômega, entretanto agora essa tolerância parecia sequer existir, ele só queria chegar o mais rápido possível a esse ômega e o reivindicar como seu o mais rápido possível.
O alfa correu o mais rápido que podia ignorando qualquer obstáculo em seu caminho, ele atravessou um pequena estrada de terra no momento que um segundo uivo foi ouvido, desta vez mais alto, de forma mais necessitada e com mais intensidade. O fervor da corrida aumentou muito mais e logo à frente Tom já podia visualizar uma pessoa.
Era um homem de estatura mediana, possuía cabelos negros como à noite, os longos fios tremulavam com a brisa fria da manhã, sua pele leitosa e suas roupas completamente ordenadas, além da câmera que carregava denunciavam alguém que estava ali mas por um passatempo do que por qualquer outra coisa, o que era estranho visto que o mesmo não parecia precisar da ajuda de uma alfa.
Talvez ele tivesse uivado por que pensou que ninguém poderia lhe ouvir, seja qual for à razão Tom havia ouvido o uivo e estava mais do que disposto a responder seu chamado. O alfa caminhou lentamente até o homem, ele estava confuso somente ômegas podem fazer esse uivo mas Tom não conseguia detectar o cheiro de um ômega no ser à sua frente, o que lhe fez por breves segundos se perguntar se o mesmo não era um beta. Talvez o mesmo fosse marcado, mas aí somente o alfa do mesmo poderia responder esse chamado, o que não foi o caso. Não importava mais ele já havia posto os olhos no homem.
O outro parecia um pouco perturbado com o uivo que o alfa havia emitido, diferente de anteriormente que o mesmo parecia quase apático ao grande alfa se aproximando de si, agora o mesmo aprecia ponderar sobre o que fazer, Tom uivou para o mesmo para responder seu chamado, e pela primeira vez o alfa estava ansioso, sobre se ele ia ser aceito ou não, anteriormente ele não precisava fazer nada para os ômegas irem até ele, então ele tinha confiança e até mesmo um pouco de arrogância, mas agora ele parecia ter perdido tudo isso na frente do outro. O mesmo uivo esganiçado de antes foi ouvido, desta vez de forma mais baixa quase tímida, essa foi a deixa para Tom voltar a sua forma humana.
Em sua forma humana Tom era uns bons centímetros mais alto que o outro, ele se aproximou na mesma medida que o outro começou a recuar, mas ele parou assim que suas costas encontraram um árvore, assustado e sem saída ele engoliu em seco.
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Tom chegou perto o suficiente para que o outro pudesse sentir sua respiração. O pescoço exposto foi um convite para o mesmo o farejar. Snape estava com medo, medo de que o mesmo iria achar ao saber que ele não possuía aroma ou qualquer cheiro, mas ainda sim ele inclinou seu pescoço para o lado o deixando exposto, ele podia sentir o alfa o cheirar e isso o estava deixando completamente ansioso.
Tom se atreveu a colocar suas mãos na cintura fina do outro enquanto o cheirava, mas mesmo perto o alfa ainda sim, não conseguia sentir o cheiro do outro, ele se afastou levemente para olhar o pescoço, mas não encontrou nenhuma marca de alfa que pudesse restringir o cheiro, isso o deixou intrigado.
- Você não parece estar no cio, ou precisando de ajuda. - Não foi uma pergunta, foi uma afirmação, mas mesmo assim Snape não sabia como responder.
- Eu... eu não queria chamar ninguém. - Se arrependimento matasse. - Não achei que alguém ouviria, ou até mesmo... responderia. - Não era mentira, ele só havia uivado por que achou que seria interessante fazer isso fora de seu ninho, não era como se alguém fosse realmente responder.
- Bom, mas eu ouvi... - Mesmo não possuindo um cheiro, tinha algo que o atraia até esse ômega, ele simplesmente não queria deixá-lo ir. - E eu respondi o seu uivo...
Ele tinha razão ele havia respondido, o que significava que ele o queria, mas Snape nunca teve um relacionamento antes então ele não fazia ideia do que tinha que fazer.
- Eu... - Ele precisa lhe contar a verdade se quisesse que o alfa lhe entende-se. - Eu nunca tive um chamado respondido então sinceramente não sei oque fazer. - Era mais do que óbvio o motivo do mesmo não ter tido alguém que o correspondesse, mas Tom estava tão fixado no ômega que não conseguia entender direito porque ninguém nunca o tinha respondido, seu uivo era 'ruim' mas ainda sim o mesmo não era menos necessitado.
Eles olhavam nos olhos um do outro e era como se toda à natureza ao seu redor tivesse sumido, só havia ele e o ômega e nada mais, em algum momento tom olhou para baixo e pode contemplar a pequena e rosada boca do ômega, ele lambeu levemente seus lábios e se aproximou cada vez mais do pequeno que não parecia mais querer fugir.
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PRIMAL »Snape
FanfictionPRIMAL: Significado; [primitivo], [original], [primeiro] - Estava tudo indo bem na vida de Severo Snape, ele lecionava História em uma prestigiada faculdade, possuía uma bela casa perto de um lindo bosque, e sempre que podia se dedicava ao seu hobby...