Prólogo

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(Perdoem os erros)

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Alguns anos antes...

A chuva bate no meu para-brisa em uma sucessão de pancadas fortes, imagens claras da discussão de mais cedo com a Belize voltam a minha mente sem parar. Belize Terry Anderson é minha esposa, não lembro de amar outra mulher antes dela.

Nos conhecemos a anos, desde o primário quando era um garotinho metido tentando chamar a atenção de uma garotinha linda com cabelos cor de cenoura, lembro de cada detalhe do seu rosto coberto por sardas e das roupas chiques que estava usando.

A maneira como ela se comportava deveria ter me enviado um sinal, mas quem presta atenção em sinais quando tem sete anos, ninguém. Belize e eu nos tornamos melhores amigos, ela era diferente das garotas com quem estava acostumado a conviver e conforme os anos foram passando me apaixonar por ela se tornou inevitável.

Éramos inseparáveis, ainda somos, mas algumas coisas mudaram agora. Namorar a Belize foi um desafio para um garoto de dezesseis anos, ela era uma garota acostumada a ter tudo e eu não tinha nada. Seu pai era o prefeito da cidade naquela época e o meu o jardineiro da família.

Para mim ser filho de um jardineiro não era problema, eu tinha uma boa educação e uma família amorosa. Meus pais são os melhores, os da Belize por outro lado me mostraram um lado que eu não conhecia da vida. A soberba. Para eles a princesinha da família namorar um pé de chinelo era um absurdo, eles encararam o nosso namoro como um ato de rebeldia.

No começo eles não davam muita importância, encaravam tudo como um amor de verão que terminaria depois de quatro meses. Mas para nós dois o relacionamento só ficou mais forte e mais intenso. Belize era tudo que conseguia ver, tudo que eu queria. Não existia outra garota para mim a não ser ela. Posso afirmar que para ela também era assim.

Foi quando fizemos dezoito anos e a Belize engravidou que tudo mudou. Assim como qualquer casal apaixonado e prestes a serem pais decidimos morar juntos e casar. Naquela época eu trabalhava como ajudante em uma loja de ferragens, não ganhava lá essas coisas, mas era o suficiente para pagar as contas e com a ajuda dos meus pais nos virávamos muito bem.

Eu não podia dar a vida que ela tinha antes, todas os luxos e confortos. Mas era uma vida digna, Belize não ligava para isso e tão pouco para o que as suas amigas diziam ou pensavam. O problema é que a vida para dois jovens antes dos vintes anos parece sempre fácil, quando na verdade não é.

Seus pais fizeram de tudo para tentar nos separar, com a influência deles perdi meu emprego, não consegui concluir a faculdade e muito menos pagar as contas em dia. As dificuldades faziam a Belize ter crises de ansiedade, a gravidez foi complicada e quanto mais o tempo passava achava impossível conseguir mudar a nossa situação.

Apesar de complicado nunca desistimos um do outro, ela sempre foi forte e determinada. Uma garota gentil criada em meio ao luxo que parecia me entender melhor do que eu mesmo. Éramos parceiros, cúmplices e acima de tudo apaixonados. Enfrentamos todas as dificuldades juntos como deveria ser e o nascimento da nossa filha foi a melhor coisa que nos aconteceu.

Seu perseguidor - Série "Café da Gloria" vol 3 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora