Um mês inteiro se passou e nós não nos desgrudávamos. Aquilo pra mim era assustador. Eu não tinha mais vontade de sair com a rapaziada, não tinha mais o compromisso de ver futebol toda quarta, nem sair pra beber. Tinha dias que a gente faltava aula pra ficar trepando e fazer programinha de casal dentro de casa. Eu mesmo nem estava me reconhecendo mais.
Naquela manhã ele havia saído pra comprar algumas coisas pra gente ficar juntos na última semana que antecedia das férias. Eu já estava de saco cheio da faculdade e faltava pouco para pegar meu diploma. Agora era só fazer os estágios e pronto. Eu estava livre daquele inferno.
Assim que ele saiu, eu mais do que depressa fui tomar um banho. Eu estava completamente sujo. Ficávamos horas transando e não nos dávamos conta do quanto ficávamos suados e nojentos.
Abri o chuveiro e sentia a água bater no meu corpo. Era uma sensação de paz e liberdade sentir aquela água caindo e me deixando ainda mais relaxado.
Escutei a porta se abrir. Já estava planejando o que poderíamos fazer para o almoço. Eu estava faminto e provavelmente Alex também estaria.
_ Leleco, já chegou?
_ Não... nós chegamos! -escutei a voz do meu pai me fazendo gelar a espinha.
Fiquei em silêncio, xingando mentalmente toda a minha geração. Fechei a porta imediatamente e saindo do meu maravilhoso banho para ver o que ele queria.
_ Alex não está em casa? -escutei sua mãe perguntar.
_ Não, Alice. Alex foi ao mercado, mas já deve estar voltando.
_ A menina da faxina parou de vir aqui? Esse apartamento está podre. -meu pai reclamava. E foi aí que lembrei. Para ficarmos o dia todo trepando sem interrupções , demos folga para a faxineira por um mês.
_ Acho que... sei lá pai. - eu dizia vestindo algo apresentável.
_ Ligue pra ela vir essa semana e aproveite que vocês não vão estar em casa e peça ela pra caprichar. -Alice disse me deixando confuso.
_ O que tem essa semana, Alice?
De repente a porta se abriu e lá está meu pecado em forma de gente trazendo as compras pra nossa semana de sexo que acabava de ser cancelada.
Alex tomou tanto susto que quase deixou as coisas caírem no chão. Ele sorriu sem graça para sua mãe e assim que soltou as sacolas, correu para um abraço.
_ Alex, meu filho. Você está mais magro. O que aconteceu? Parou com a musculação? -ela disse me fazendo rir para ele. Estava um mês fodendo sem parar e fumando maconha que nem um pouco. Óbvio que estaria na capa do batman.
_ As provas finais me deixaram na merda, mãe. -ele tentava dar a desculpa. Seu rosto ficou vermelho. Me deixando ainda mais vidrado nele.
_ Já sabem quem vai levar pro aniversário da sua avó, meu filho? -meu pai perguntou meio irritado ainda com a casa bagunçada.
Eu olhei pra Alex que estava meio sem graça. Todo fim de ano tinha a famosa festa na casa da Vovó em Búzios. Sempre íamos com amigos ou acompanhados, até porque eu sempre tava com alguém nessa época. Só que por incrível que pareça, tínhamos nos esquecido completamente da data. O que era super justificável. Estávamos tendo nossa própria festa há mais de um mês.
_ Não sei se vou levar alguém esse ano. -eu disse entre os dentes.
_ Como não? E a Marcela? Sua avó gostou tanto dela verão anterior ... até mês passado vi ela com você.
_ A Marcela deve estar ocupada esse fim de semana, pai.
_ Pode deixar comigo, Diego. Eu convenço ela. Que mulher não aceitaria passar o fim de semana numa mansão em um lugar paradisíaco?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Me apaixonei por um idiota (CONTO GAY)
Short StoryEsse conto se trata de uma história inusitada de Alex e Diego. A mãe de Alex se casou com o pai de Diego e teve a maluca ideia de colocarem os dois para dividirem um apartamento. O que nenhum dos dois sabiam é que em meio a tanta desavença entre os...