Brincando com o Inimigo - Tá com você...

Capítulo 14 - Christoffer... Christoffer...

Ele desceu bastante assustado, havia muito sangue em suas roupas. Esquivei-me para um móvel próximo e ele caiu diante dos meus olhos. Devagar me levantei e me aproximei dele, antes que eu pudesse tomar qualquer atitude ele se levantou e encarou meus olhos enquanto me enforcava até eu perder totalmente minha consciência. Quando abri meus olhos, estava amarrada de ponta cabeça ao lado de diversas carcaças de animais, eu estava completamente nua e com alguns cortes nos pés onde estavam as amarras. Ele veio em minha direção com uma maleta e a colocou em uma mesa que estava a alguns centímetros de mim. Abriu sua maleta e havia diversos tipos de ferramentas para tortura, eu só conseguia implorar por misericórdia, ele sorriu doentio enquanto pegava uma arma de choque e a direcionava para mim. Antes que ele fizesse qualquer coisa comigo, um telefone tocou e ele saiu para atender. Respirei aliviada por alguns segundos, mas minha calma acabou assim que ele entrou com um balde com água. Ele jogou em mim e em seguida usou a arma de choque. Eu gritei por algum tempo até que perdi minha consciência novamente. Dessa vez quando abri meus olhos eu estava no mesmo buraco de sempre, minhas costas ardem e minha barriga também. Volto a ouvir sons no cômodo superior. Estou mais um dia nesse inferno, já desisti de qualquer ajuda e vou sair daqui sozinha. Deixei um presente para você debaixo da escrivaninha. Seja uma sobrevivente.

- Com Amor,

Lucy.

NARRADO POR CHRISTOFFER

Hoje convidei Jenna para tomar um café, eu aproveitaria para investigar algumas coisas. Helldale guarda muitos segredos em cada esquina, e a única coisa que quero descobrir é sobre o Halloween em que assassinaram minha irmã. Tamanha brutalidade para se fazer com uma criança, tão frágil e inocente. Ainda me lembro daquela manhã.

Flashback

Algum tempo antes...

Estava prestes a completar meus 16 anos, Kemilly havia me ligado cedo para que eu não perdesse meu voo. Eu viajo para diversos lugares desde que perdi minha mãe naquele maldito acidente de carro, passei um tempo com meu pai e minha madrasta que acabou cuidando de mim como se eu fosse seu filho e eu acabei criando um vinculo com ela, era como se ela realmente fosse minha mãe. Fico bastante feliz e orgulhoso de mim mesmo por estar me sentindo tão bem, tanto psicologicamente quanto espiritualmente, parece que essa sensação de liberdade me mudou completamente. Levantei-me e organizei minhas malas, passei na recepção do hotel para fazer o check-out e logo que sai peguei um taxi para o aeroporto. Eram cinco horas de viagem, então comprei algumas coisas no caminho para me distrair no voo. Entrei no aeroporto, fiz o check-in e já despachei minhas malas, fiquei aguardando a chamada em um banco próximo ao banheiro. Fiquei por aproximadamente 20 minutos ali, apenas observando as pessoas passando com suas malas enormes, famílias grandes, casais apaixonados e alguns poucos solitários como eu aqui nesse imenso lugar. O telão muda de repente e meu voo logo é destacado, fomos guiados até o portão de embarque que era próximo dali. Assim que o portão abriu eu entrei no avião e logo procurei meu assento, sempre gostei de sentar na janela para ver o quão alto nós que somos tão pequenos podemos chegar. Do meu lado sentou-se um jovem com os cabelos negros, físico um tanto magro e ao mesmo tempo atlético, seus olhos eram claros, sua boca era linda e estava invadindo meu pensamento, a cada olhadela eu tremia sem sair do lugar, eu não sei por que fiquei tão nervoso com a presença dele, então tive a genial ideia de me esconder atrás de uma das revistas que havia comprado, assim eu poderia passar melhor o tempo e tirar o meu foco dele.

- Você também gosta de "Last way"? – Disse o rapaz olhando fixamente para mim e para a revista em minhas mãos.

- Acho uma banda bastante inovadora, mas não sou o maior dos fãs...

- Entendo... Oh, mas que indelicadeza a minha. Chamo-me Luccas! – Ele sorria.

- Christoffer! – Eu retribui o sorriso.