Capítulo 7 - A Saída

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NARRADO POR LUCY

      Depois de alguns minutos recuperei meus sentidos, mas estou perdendo toda noção de tempo aqui dentro, e ainda tenho duas portas para abrir. Minha cabeça dói, ele apenas me bateu para pegar a câmera e foi embora. Levanto devagar tentando não cair pois ainda estou tonta. Cheguei em frente da segunda porta, coloquei a chave e girei a mesma quantidade de vezes que a primeira porta, e ela abriu. Um vento gelado veio em meu rosto, acho que finalmente vou conseguir sair daqui.

       Eu estava tão desesperada para sair desse lugar que nem quis saber de qual segredo se referia a terceira porta, mas o importante é que eu saí dali e agora só penso em voltar para minha casa, quero apenas minha cama, preciso urgentemente descansar.
    Sai pela segunda porta e finalmente estava do lado de fora, o ar "puro" me deu tudo que eu precisava. Rapidamente segui até a fonte onde encontrei a próxima carta de instruções ao lado de um arbusto perto de uma fonte que estava desligada, sua aparencia era velha e provavelmente está aqui a bastante tempo. Enquanto eu pegava a carta eu ouvi muitos sons estranhos vindo do meio dos arbustos e o medo começou a se apoderar de mim. Com bastante receio peguei a carta e abri, mas ela estava em branco. Eu estava em completo choque, não sei mais o que fazer e em meio a surtos sento ao lado da fonte e choro ali mesmo. Automaticamente a fonte foi ligada, a formas com que suas águas desciam era linda, eu estava completamente vidrada naquilo.
     Já faz horas que estou aqui, estou com sede e fome, meu vestido está completando sujo, e a cada instante minha cabeça dói mais. Ainda estou escorada na fonte pensando no que fazer, meu surto interno está muito visível e estou com muito medo, pensei em gritar socorro mas não estou aguentando, meus olhos pesam, a tontura voltou. Ele saiu dentre os arbustos, amarrou uma se minhas mãos e me arrastou dali. Acho que não vou aguentar mais...

No dia seguinte...

NARRADO POR HOLLY
 
     Lucy não voltou comigo da festa, encontrei um grupo de amigos dela e eles estavam totalmente atordoados e completamente bêbados e não souberam ao menos especificar onde minha filha estava. Ainda é muito cedo para chamar a polícia, vou esperar mais algumas horas. Mas sinto que ela não está bem, meu coração aperta só de pensar nisso.

O telefone toca...

- Alô? - atendo preocupada.

-Alô, Holly? Aqui é a Mary mãe de Jenna!

- Oi Mary! Como estão indo as coisas? E Jenna? Teve alguma melhora?

- É sobre ela mesmo que eu queria falar! Lucy está?

- Infelizmente não, acho que ela dormiu na casa de alguma amiga depois da festa ontem!

- Ah sim o aniversário da cidade! Eu havia esquecido completamente... Mas avise ela que tenho uma ótima notícia! Jenna acordou! Os médicos disseram que isso é um milagre! Foi uma grande surpresa! Ela vai ter que ficar alguns dias de acompanhamento mas está tudo bem! - A felicidade em sua fala é muito notável.

- Graças a Deus! Que notícia ótima Mary! Estou super feliz por isso, assim que Lucy chegar eu vou avisá-la okay!

- Muito obrigado Holly... Por tudo...

- Sempre poderá contar comigo!

- Eu sei... Bom agora tenho que levar Jenna para fazer mais alguns exames, qualquer novidade eu te aviso! Tchau Holly!

- Tchau Mary! - desligo a ligação e me sento no sofá da sala.

    Minha preocupação com Lucy só aumenta a cada minuto que se passa. Sinto que o pior aconteceu. Não vou conseguir esperar, vou entrar em contato com a polícia agora.

Algumas horas depois...

     A polícia acabou de chegar, mas disseram que não podiam fazer nada enquanto não desse 24 horas de desaparecimento. Faz 20 horas que não vejo minha filha e mesmo assim eles disseram que não era urgência e foram embora me deixando completamente desesperada. Um dos policiais deixou cair uma carta antes de ir embora, mas eu só percebi quando eles já haviam ido. Então peguei a carta e vi que o destinatário era Jenna. Rapidamente coloquei roupas mais casuais e entrei no carro pra ir ao hospital, Alisson me pediu para passar o final de semana na casa da avó materna então a levei logo que sai da festa ontem a noite, então não tenho que me preocupar com isso por enquanto. Fico feliz por ela estar lá enquanto eu tento resolver o caos que está aqui nessa cidade.
        Cheguei em alguns minutos no hospital, hoje a cidade estava sem nenhum congestionamento, algo muito raro de acontecer. Logo que entrei no hospital, perguntei sobre Jenna, a recepcionista me informou sobre tudo e me deu um crachá de visitante. Ao chegar no sexto andar, fui direto ao quarto número seis, porém Jenna não estava lá. Perguntei a uma enfermeira e ela disse que Jenna estava passando no neurologista e que eu poderia aguardar no quarto. Acho melhor esperar na poltrona ao lado da cama. Sentei e aguardei Jenna com bastante ansiedade e preocupação, Lucy não sai da minha cabeça, e essa carta também não. Pego o envelope do bolso e tento colocá-lo contra a luz, mas só consigo ver algo enrolado em um papel. Acho que ela não irá reparar caso a carta esteja aberta. Estava prestes a abrir quando Jenna voltou para o quarto. Escondi a carta atrás de mim assim que a vi entrar.

- Senhora Gogh? O que está fazendo aqui? - Perguntou Jenna um tanto contente por me ver.

- Lucy saiu e sua mãe me ligou, então decidi fazer uma visita - Falo sem graça e com vergonha. - Eu trouxe essa carta aqui para você! Entregaram na minha casa por engano!

- Uma carta pra mim? Isso é novidade - Ela sorriu bastante surpresa.

- Sim, achei estranho e vim entregar pessoalmente.

- Ah sim, pode deixar ao lado da cama que depois eu leio. Muito obrigado por trazer aqui! - Ela agradeceu com um meio sorriso.

- Por nada querida, eu gostaria tanto de ficar mais um pouco mas estou com pressa! Tenho que ir na casa da minha mãe levar algumas coisas para Alisson! Mas outro dia venho passar a tarde contigo! - Cortei totalmente o assunto, preciso procurar Lucy.

- Tudo bem, mas eu acho que daqui uns dias já estou em casa! Os médicos disseram que minha melhora foi um verdadeiro milagre!

- Fico muito feliz, Melhoras! - Lhe dei um abraço e fui embora.

     Sai do hospital e entrei rapidamente no carro, fechei todas as janelas do carro e olhei para todas as direções possíveis e não havia ninguém por perto. Estou sozinha no estacionamento. Devagar pego o papel que estava dentro da carta de Jenna, enquanto eu falava com ela consegui tirar o papel de dentro da carta deixando apenas o envelope, espero que não seja nada importante, mas de todo jeito irei devolver a carta de alguma forma. Deixei a carta de lado e desembrulhei logo aquele "presente", meu coração está palpitando. haviam três camadas de papéis, o primeiro era branco, o segunda estava com algumas manchas vermelhas e tons de marrom e o ultimo estava completamente ensopado por um líquido vermelho com um cheiro bastante desagradavél. Após desembrulhar tudo me deperei com uma cena na qual eu queria ter evitado. Um dedo humano. Havia um dedo humano que com o susto acabei derrubando em meu colo e sujou toda a minha calça , estava arrumando coragem para pegá-lo, é algo nojento demais então achei melhor reparar de longe mesmo e o mau cheiro estava me incomodando ao extremo.  Olhei bem cada ângulo daquela coisa e não consigo acreditar.  Eu conheço aquele esmalte, dei para Lucy um esmalte laranja que ela insistiu muito para eu comprar, segunda ela combinava com seu cabelo. Minha filhinha, meu doce Lucy... Esse dedo é da minha filha...

Brincando com o Inimigo - Tá com você...Onde histórias criam vida. Descubra agora