Duas semanas depois
NARRADO POR JENNA
Fazem duas semanas que estou no hospital, estou arrumando minhas coisas porque amanhã já estou de alta. Faz duas semanas que não vejo Lucy, e perdi totalmente o contato com a família dela. Minha mãe me disse que elas foram passar uns meses na casa de alguns parentes distantes, mas acho que isso está muito estranho. Ainda não abri a carta que a mãe de Lucy deixou para mim, gostaria de abrir em casa, esse lugar monótono me assusta. Cada minuto que se passa a saudade de minha casa aumenta, e a vontade de ver o mundo lá fora não passa. Preciso ver como está a minha pequena cidade e como estão andando as coisas, quero muito saber tudo sobre o festival e se tudo estava como planejado.
NARRADO POR MARY
Jenna finalmente está pronta, mas vejo que ela está bastante pensativa ultimamente, acho que ela sente falta de Lucy. Estranho a família dela ter saído daqui tão de repente sem avisar, a última vez que às vi foi pouco antes do festival, Lucy veio visitar Jenna pouco antes de ir. Ela estava linda como sempre, com seu vestido amarelo, seu grande sorriso e seu olhar triste. Ela ficou por pouco tempo, mas sinto que foi por ela que Jenna acordou. Minha família é bastante religiosa, acreditamos muito em milagres, e Lucy faz Jenna muito bem. Acho que elas estão conectadas de alguma forma. Bom tenho que assinar os papéis da alta, sigo em direção a recepção. Graças a Deus hoje é o último dia dela nesse lugar.
No dia seguinte...
NARRADO POR JENNA
Finalmente estou livre desse inferno, minha mãe e eu saímos o mais rápido que pudemos desse lugar. Pedi para minha mãe fazer algumas paradas em alguns restaurantes antes de seguirmos para a nossa casa, a comida daquele hospital tinha um gosto horrível, na verdade o gosto seria horrível se houvesse algum gosto, mas o importante é que sobrevivi a isso e agora posso comer tudo que tenho direito. Enquanto estávamos no carro tive uma longa conversa com a minha mãe sobre o que pode ter acontecido com a família Gogh, fora outros assuntos que só aumentaram o meu vínculo com a minha mãe, fazia muito tempo que não tínhamos um tempo só nosso. Mesmo sendo filha única é difícil ter um tempo em família, estou quase terminando os estudos então passo muito tempo procurando faculdades e pensando no que vou fazer com a minha vida e meus pais vivem ocupados com seus trabalhos.
Bom chegamos na primeira parada, aqui na cidade temos um restaurante/lanchonete que se chama BigHunger é um lugar bastante aconchegante, parecia ter saído de um filme antigo, tudo ali estava em harmonia e eu costumava vir aqui com meus pais. Mas hoje o ambiente estava estranho, como se todo o encanto tivesse sumido, estava tudo vazio. Mamãe e eu descemos do carro e fomos em direção a entrada, a placa pendurada na porta indicava que estavam funcionando. Entramos e escolhemos uma mesa, porém o local estava um completo deserto, não havia uma alma viva, como se todos tivessem sumido. Tocamos o sininho que fica no balcão mas ninguém respondeu.- Acho melhor ligar no telefone daqui - Mamãe sugeriu.
- Eu acho uma ótima idéia - falei sorrindo.
Mamãe mexeu nos bolsos e não encontrava seu celular, como o meu está confiscado com a polícia a única solução é voltar para o carro e procurá-lo.
- Tudo bem para você ficar aqui Jenna? Não vou demorar nem 10 minutos no carro! - Ela perguntou preocupada.
- Tudo bem mãe, vou ficar bem!
Assim que mamãe saiu do local eu corri para o banheiro, com a pressa acabei me esquecendo de fazer isso no hospital. Chegando no banheiro enquanto caminhava entre as cabines, pude ouvir assovios vindo de uma das cabines e preferi não atrapalhar. Terminei de fazer minhas necessidades, quando estava prestes a sair do banheiro as melodias de assovios pararam de repente e uma voz bastante familiar começou a cantarolar. Rapidamente saí assustada do banheiro, fui para a mesa que eu e minha mãe escolhemos porém ela ainda não tinha voltado. Esperei por cerca de mais dez minutos, e nada dela chegar. O desespero tomou conta de mim, fui até o carro atrás dela, mas quando cheguei não havia ninguém. Encontrei uma carta no banco do passageiro, seu envelope parecia ser muito antigo. Entrei no carro e peguei a carta. O suspense e a ansiedade tomam conta de mim, posso sentir meu espírito surtar e me matar por dentro. Após abrir a carta percebi um fio de cabelo branco grudado na carta que provavelmente foi escrita a mão com uma caneta tinteiro. Minha mãe tem cabelos negros e não conheço ninguém que tenha cabelos brancos nessa cidade, exceto os idosos. Guardei o fio e fui ler a carta que dizia:
"Alguém está trapaceando nesse jogo, as informações da última carta não foram seguidas! Quebre mais uma regra que ganharei mais um troféu para a minha estante... Mas acho que seria bastante monótono esses lindos olhos azuis em minha parede...
- Com amor..."Estou completamente assustada, quando sinto uma mão em meu ombro pelo lado de fora da janela do carro. Dei um pulo de assusto, mas graças a Deus era minha mãe. Acho que nunca vou ter um momento de paz...
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Brincando com o Inimigo - Tá com você...
Misterio / SuspensoVocê já se perguntou se pode estar sendo observado nesse exato momento? Jenna não desconfiava disso, sua amiga Lucy muito menos. Uma cidade pequena chamada Brokenwood, na qual todos os dias são iguais... Exceto nesse ano... Assassinatos começam a...