Capítulo 8 - O que houve?

32 4 0
                                    

Duas semanas depois

NARRADO POR JENNA

Fazem duas semanas que estou no hospital, estou arrumando minhas coisas porque amanhã já estou de alta. Faz duas semanas que não vejo Lucy, e perdi totalmente o contato com a família dela. Minha mãe me disse que elas foram passar uns meses na casa de alguns parentes distantes, mas acho que isso está muito estranho. Ainda não abri a carta que a mãe de Lucy deixou para mim, gostaria de abrir em casa, esse lugar monótono me assusta. Cada minuto que se passa a saudade de minha casa aumenta, e a vontade de ver o mundo lá fora não passa. Preciso ver como está a minha pequena cidade e como estão andando as coisas, quero muito saber tudo sobre o festival e se tudo estava como planejado.

NARRADO POR MARY

Jenna finalmente está pronta, mas vejo que ela está bastante pensativa ultimamente, acho que ela sente falta de Lucy. Estranho a família dela ter saído daqui tão de repente sem avisar, a última vez que às vi foi pouco antes do festival, Lucy veio visitar Jenna pouco antes de ir. Ela estava linda como sempre, com seu vestido amarelo, seu grande sorriso e seu olhar triste. Ela ficou por pouco tempo, mas sinto que foi por ela que Jenna acordou. Minha família é bastante religiosa, acreditamos muito em milagres, e Lucy faz Jenna muito bem. Acho que elas estão conectadas de alguma forma. Bom tenho que assinar os papéis da alta, sigo em direção a recepção. Graças a Deus hoje é o último dia dela nesse lugar.

No dia seguinte...

NARRADO POR JENNA

Finalmente estou livre desse inferno, minha mãe e eu saímos o mais rápido que pudemos desse lugar. Pedi para minha mãe fazer algumas paradas em alguns restaurantes antes de seguirmos para a nossa casa, a comida daquele hospital tinha um gosto horrível, na verdade o gosto seria horrível se houvesse algum gosto, mas o importante é que sobrevivi a isso e agora posso comer tudo que tenho direito. Enquanto estávamos no carro tive uma longa conversa com a minha mãe sobre o que pode ter acontecido com a família Gogh, fora outros assuntos que só aumentaram o meu vínculo com a minha mãe, fazia muito tempo que não tínhamos um tempo só nosso. Mesmo sendo filha única é difícil ter um tempo em família, estou quase terminando os estudos então passo muito tempo procurando faculdades e pensando no que vou fazer com a minha vida e meus pais vivem ocupados com seus trabalhos.
Bom chegamos na primeira parada, aqui na cidade temos um restaurante/lanchonete que se chama BigHunger é um lugar bastante aconchegante, parecia ter saído de um filme antigo, tudo ali estava em harmonia e eu costumava vir aqui com meus pais. Mas hoje o ambiente estava estranho, como se todo o encanto tivesse sumido, estava tudo vazio. Mamãe e eu descemos do carro e fomos em direção a entrada, a placa pendurada na porta indicava que estavam funcionando. Entramos e escolhemos uma mesa, porém o local estava um completo deserto, não havia uma alma viva, como se todos tivessem sumido. Tocamos o sininho que fica no balcão mas ninguém respondeu.

- Acho melhor ligar no telefone daqui - Mamãe sugeriu.

- Eu acho uma ótima idéia - falei sorrindo.

Mamãe mexeu nos bolsos e não encontrava seu celular, como o meu está confiscado com a polícia a única solução é voltar para o carro e procurá-lo.

- Tudo bem para você ficar aqui Jenna? Não vou demorar nem 10 minutos no carro! - Ela perguntou preocupada.

- Tudo bem mãe, vou ficar bem!

Assim que mamãe saiu do local eu corri para o banheiro, com a pressa acabei me esquecendo de fazer isso no hospital. Chegando no banheiro enquanto caminhava entre as cabines, pude ouvir assovios vindo de uma das cabines e preferi não atrapalhar. Terminei de fazer minhas necessidades, quando estava prestes a sair do banheiro as melodias de assovios pararam de repente e uma voz bastante familiar começou a cantarolar. Rapidamente saí assustada do banheiro, fui para a mesa que eu e minha mãe escolhemos porém ela ainda não tinha voltado. Esperei por cerca de mais dez minutos, e nada dela chegar. O desespero tomou conta de mim, fui até o carro atrás dela, mas quando cheguei não havia ninguém. Encontrei uma carta no banco do passageiro, seu envelope parecia ser muito antigo. Entrei no carro e peguei a carta. O suspense e a ansiedade tomam conta de mim, posso sentir meu espírito surtar e me matar por dentro. Após abrir a carta percebi um fio de cabelo branco grudado na carta que provavelmente foi escrita a mão com uma caneta tinteiro. Minha mãe tem cabelos negros e não conheço ninguém que tenha cabelos brancos nessa cidade, exceto os idosos. Guardei o fio e fui ler a carta que dizia:

"Alguém está trapaceando nesse jogo, as informações da última carta não foram seguidas! Quebre mais uma regra que ganharei mais um troféu para a minha estante... Mas acho que seria bastante monótono esses lindos olhos azuis em minha parede...
- Com amor..."

Estou completamente assustada, quando sinto uma mão em meu ombro pelo lado de fora da janela do carro. Dei um pulo de assusto, mas graças a Deus era minha mãe. Acho que nunca vou ter um momento de paz...

Brincando com o Inimigo - Tá com você...Onde histórias criam vida. Descubra agora