Prólogo

973 74 16
                                    

Sozinho... de novo.

O castelo estava silencioso como sempre e como será até os fins dos tempos.

Alucard apreciava um bom vinho da adega, enquanto via o sol se pôr, às vezes, olhando para seus antigos convidados.

Seus corpos sendo bicados por corvos, o sangue seco no chão e a carne podre fedendo, seu mal-cheiro cada vez pior e se espalhando pelo ar, penetrando seus micróbios pelo castelo.

Fazia algumas semanas que aquilo havia acontecido, Alucard ainda conseguia ver as marcas do "ferro-corda" que lançaram em seu corpo nu.

Covardes era o que eram.

Era bem melhor que tivessem tentado lhe enfiar uma estaca, doeria menos que aquela traição. Ele pensava que já poderia confiar na raça de sua mãe novamente, um erro que não cometeria mais por enquanto.

Alucard estava melancólico, observando o chão e em seguida olhando para o sol. Como era radiante e caloroso, mesmo se pondo.

Alucard poderia até sorrir, mas com lembranças tão agonizantes, ele não conseguia ficar pelo menos feliz pela comida boa e o ótimo vinho que bebia. Os pensamentos daquele dia voltaram e a única palavra que se destacava era "vulnerável".

As palavras que rodavam em sua cabeça eram tantas... mas, o que aconteceu naquele dia? Porque ficou tão vulnerável a meros dois humanos e era tão frio com Sypha? Belmont ele trataria daquela forma mesmo.

Deveria ter continuado frio, assim como um poço gelado.

Como da última vez, sozinho. Passara um mês sozinho, e o que o ainda deixava "feliz" ou calmo, era falar com aqueles bonecos de seus conhecidos.

Onde aqueles dois estariam naquele momento? 

Apenas tinha a certeza de que estavam felizes. Onde estivessem juntos, estariam felizes.

Alucard olhou mais uma vez para a paisagem à sua frente e deu as costas para o exuberante sol e a aqueles cadáveres desgraçados.

As Últimas BelmontsOnde histórias criam vida. Descubra agora