A vida não é fácil, pelo menos não quando se tem uma mãe ausente e um pai morto. Há quase quatro anos — desde que meu pai se foi — levou com ele o meu mundo. Brad Castilho era meu melhor amigo, um pai exemplar, o único que sempre me deu atenção e o maior amor que um pai pode ter por sua filha. Minha mãe, desde que me entendo por gente, sempre foi muito distante de mim. Ela leva uma vida profissional e social muito agitada e nunca tinha tempo para absolutamente nada que envolvia o meu nome. E óbvio que, quando se é criança, você se sente intrigada e rejeitada. Mas essa distância era algo que meu pai me fez compreender. Sempre questionei-o sobre a origem de toda essa frieza, e ele sempre dizia: "A vida é complicada, abelhinha."
Óbvio que agi feito uma tapada quando descobri o que era a vida de uma pessoa adulta. Sempre tive tudo, e, consequentemente, minha relação com responsabilidades não era das melhores. Mas a boemia acabou quando meu tio, Caio, me deu a chance de provar que eu tinha o sangue de uma Stark. Gostei da ideia de acordar às 6h da manhã e, quando dá 1h32 da tarde, sair correndo pela avenida para comprar café para um velho? É óbvio que não! Mas isso de fato mudou quando meu antigo chefe se aposentou da empresa e eu passei a trabalhar para o meu tio.
As coisas estavam até que indo bem. Entre oito da manhã e uma da tarde, eu trabalhava na Golden & Styles, e dàs 18h 21h da noite, eu estudava. Já estou cursando o meu segundo ano de Engenharia Mecânica na Loyola Marymount University (LMU).— Seria bom se a gente comemorasse. — Louis, meu amigo e colega de apartamento me incentiva.
— E vamos. A empresa vai fazer uma festa de boas-vindas daqui a dois dias. — disse eu, bebendo um pouco do vinho que ele me servira.
— Ana, deixa de ser careta. Eu estava falando sobre sair, encher a cara e trepar. — ele revirou os olhos e eu soltei uma risada nasal. — Há quanto tempo que você não libera ?
— Deixa eu ver... —pus a mão sobre a testa e fiz uma careta — Eu arrumei um emprego, entrei na faculdade, aluguei esse ap...
— Minha nossa, que vida tediosa. Quantos anos você tem? 39, 40? — seu tom de voz me fez soltar gargalhadas.
— Louis, não há nada de errado com a minha vida. — coloquei a taça de vinho em cima da mesinha no centro da sala e ele me encarou.
— Claro que há. Você é tão jovem,— fez um pausa, arrastando a fala.— e tão bonita. Que desperdício.
—Eu não quero desperdiçar meu tempo com amores fracos. — disse, me levantando, indo pro quarto e ele logo atrás de mim.
— Parece até que não superou o traste do Taylor.
— Bem, a desvantagem de ser traída não merece o benefício da dúvida, Louis. Isso fere orgulho até de quem não se ama.
—Escuta, você não conhece o termo de " é só uma sentada e tchau " ?
—Como é que é? — rir, jogando-me na cama e ele fez o mesmo.
— Vai, Ana, por favorzinho! — sacudiu-me, abrindo meu robe. — Que desperdício, hein. Olha ai... Se depila para ninguém ver.
—Louis. — chamei sua atenção. Eu estava somente com uma lingerie vermelha similar ao sangue
— O que ?
— Vai, me espera lá fora.
— Te esperar, gata ?
— A não ser que prefira sair sozinho hoje, claro.
— cruzei os braços, e ele sorriu.— Eu sabia que isso tudo era charme. Está loura liberar esse tesão acumulado aí. — eu neguei, estreitando minha visão.
— Certo, Louis, agora dê o fora daqui. — empurrei seu peso para fora do quarto e fechei a porta.
— Gata, você é demais! Não demore. — rir, baixinho, e comecei a me arrumar.
Ele estava certo, eu havia me depilado. E se eu tivesse um alguém, tal pessoa iria amar ter de olhar para mim hoje. Conheci Louis nas primeiras semanas de faculdade. O mesmo cursa Design de Moda e faz alguns Jobs como modelo. Ele e eu temos uma intimidade que parece não ter fim. Parecemos irmãos e eu amo isso. Como filha única, cresci só. Assim como eu, Louis também não é próximo de sua família. Eles não aceitam meu amigo por sua homossexualidade. O fato é uma ignorância e preconceito. Louis gosta de homens mas venera as mulheres e não larga elas de jeito nenhum. Vive pegando uma da LMU, Tatyana. Eu a odeio, mas não me envolvo no relacionamento dos dois. É um sexo casual, mas sempre que rola, aquela infeliz vem aqui e eu sou obrigada a ver e ouvi-la gemendo. Cretina! Terminei de me arrumar, passando um batom vermelho nos lábios e sair do quarto. Meu amigo me olhou da cabeça aos pés, batendo palmas.
— É dessa Ana que eu precisava. Por Deus, mulher, vamos varrer a pista! — fungou, e eu dei-lhe um tapa na nuca e saimos de casa.
A casa em que eu morava ficava em Bel Air. É um Bairro com casas luxuosas e nada baratas. Quando eu sair de casa, foi a primeira vez que eu vir minha mãe chorar. Ela me ajudou com todo o processo de mudanças e me disse que estava feliz com o meu passo para a liberdade e independência. Eu não sei como, mas ela fez com que eu pagasse a metade do preço do aluguel. Talvez suas manhas como advogada lhe deu vantagem.
De Bel Air até o centro de Los Angeles não era muito longe, com Louis do lado e Slow Down da Selena Gomez como trilha sonora foi realmente um pulo. Quando chegamos ao centro, logo me veio na memória do quanto que era bom sair para curtir numa sexta-feira à noite. No tempo do colegial eu apontava horrores. Los Angeles também pode ser uma cidade de pecados. Basta saber como e onde fazer isso. E ao que tudo indica, hoje eu vou ter vários flashbacks de minha adolescência de pilantragem. Assim que desliguei o carro olhei para Louis que já estava paquerando um homem pela janela do carro. Era incrível a maneira dele ser. Ele estava sendo ele, correndo um sério risco de ter a cabeça decapitada por qualquer bêbado que passasse por ali! O Mad Boy estava com o corpo todo para fora pela janela do carro gritando feito um louco! Por Deus!
— Louis, você perdeu o juízo? — gritei, para que ele me escutasse, mas foi inútil.
— Vamos lá em casa! — escutar sua voz dizendo essas palavras foi crucial para eu entender que essa noite seria longa e que talvez seria melhor que eu tivesse ter ficado em casa. Louis paquerando alguém é a segunda coisa pior no mundo. A primeira é ele bêbado.
— Okay, gato, eu preciso fechar o carro para sairmos daqui a entrar na merda dessa boate!
— ele estava um pouco se lixando. Sequer ouvia. Até eu buzinar.— Mas que merda é essa? — olhou-me incrédulo. — Gata, eu estava conseguindo o número dele! — ele abriu a porta do carro tão rápido que minha ótica nem acompanhou. — Eu sinto muito, muitíssimo! Não me espera porque talvez eu nem volte pra casa.
— Louis, eu...
— Gata, eu te amo. — ele saiu correndo pela que nem o segurança o barrou na porta da boate. Eu dei muita risada com a cara que ele fez. Também sair do carro e bloqueei. Guardei a chave na pequena bolsa que carregava comigo e então entrei na Boate.
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sʜᴇ • harrystyles
Misteri / Thrillero doce e perigoso desejo de ser sua. Copyright © Todos os direitos reservados. 2021 baseada nas séries de livros CROSSFIRE.