Capítulo 2

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—  Eu achei que eu ia transar hoje. — Louis fala,  fazendo manha e eu revirei os olhos bebendo meu Mojito.

— Não se preocupe, gato, essa boate está cheia de gente querendo ser comida por você. — o consolei

— Hum, isso é verdade! — ele deu uma risada que me contagiou. — E se a gente brincasse de dar em cima das pessoas aqui?
— Da última vez que fizemos isso deu muita merda. — relembrei.

— Aquele homem que era um safado! Casado e ainda de flete contigo. — passou a mão pelos cabelos e logo fez reconhecimento de campo. Eu estava tranquila bebendo meu drink; não iria participar dessa palhaçada, mas também estava tirando as casquinhas de homens que estavam na pista.

— Nossa, olha aquele gatinho. — pontei para um moreno de sorriso maroto e olhos claros.

— Quer ir lá?

— Está de brincadeira, né? Eu disse que eu não vou brincar disso.

— Você não é nada divertida, Ana. — Louis me repreendeu. Novamente, voltei a encarar o moreno, até que um homem de terno preto, acompanhado por outros dois, se sentou na minha frente, atrapalhando meu campo de visão. Bufei, revirando os olhos, e vi o mesmo homem erguer as sobrancelhas. Foi aí que me toquei de que estava sendo observada por ele. Seu olhar estava me deixando louca de inquietação, o que logo virou um jogo intimidador, do qual o homem de preto saiu vencedor. Não estávamos muito perto, nem tão longe, mas o suficiente para que ele visse o meu rubor. Talvez as luzes do lugar estivessem me ajudando a disfarçar, mas nada que eu fizesse conseguia desviar o meu olhar do dele — penetrante e intenso. Baixei a cabeça, envergonhada, e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha. Mordisquei o lábio inferior, nervosa, e louca para fugir de seus olhos. Olhei por entre os cílios, e ele ainda estava lá, me encarando. Pegou o seu whisky duplo e bebeu; em seguida, passou a língua nos lábios, o que despertou meu desejo acumulado. Era demais para mim. O ar parecia se esgotar, e eu sentia que precisava dele. Urgentemente.

— Vou ao banheiro — informei ao Louis, que assentiu. Peguei minha pequena bolsa e fui em direção ao banheiro. Lá dentro, coloquei a bolsa no balcão e lavei o rosto e o pescoço. Segurei firme no mármore, fechei os olhos, inspirando e expirando fundo, tentando normalizar a respiração.

O banheiro estava vazio, o que era estranho para uma boate. Mas o que realmente chamou minha atenção foi o barulho da porta se trancando. Abaixei-me para pegar a bolsa, mas a pressa fez com que ela caísse, espalhando tudo no chão: a chave do meu carro, minha identidade, meus cartões de crédito, chave de casa e algumas moedas perdidas. Me xinguei mentalmente pelo descuido e me abaixei para pegar tudo. Algumas moedas rolando para longe me obrigaram a me rastejar pelo chão. Senti um vento bater na minha bunda, lembrando-me de que estava usando um vestido curto e, agora, estava ali no chão. De quatro.

—  Merda! — murmurei, vendo a última moeda no chão e logo um luxuoso par de sapatos Oxford acompanhado de uma charmosa e elegante calça preta. Laventei meu olhar completamente confusa pois, era o banheiro feminino. Tenho certeza que isso é incomum.
O terno preto sob medida já era o suficiente para que eu deixasse meus sinais de alerta ligados, mas o corpo alto e esguio debaixo dele era sensacional. Ainda assim, mesmo depois de toda aquela demonstração de masculinidade, foi só quando eu olhei em seus olhos que eu reparei de quem se tratava.

— Tudo bem aí? — sua voz era suave e refinada, com um toque de rouquidão e um belo sotaque que faz com que meu estômago gelasse. Era uma bela evocação ao sexo. Ao o melhor que o sexo tinha. Por um momento eu acreditei que seria capaz de gozar. Mas aí, sentir meu rosto esquentar e em um belo sinal de elegância o mesmo se abaixou para me ajudar. Meus lábios estavam ressecados e eu umidecir antes de falar. Puxando meu corpo para cima, finalmente nossos corpos se tocaram e o escudo de mistério que havia em seus olhos se desfez, mostrando-me somente o magnetismo que ele tinha para me oferecer. Eu ainda estava olhando para ele, não tinha mais nada para fazer, né.  De fato, ele parece ser mais novo do que eu deduzir lá fora. Meu palpite era menos que trinta. Ele era lindo. Fascinante. Incrivelmente implacável e seguro. Um moreno completamente perigoso. Era de qualquer mulher perder a cabeça e eu estava prestes a perder, precisava sair dali. Sair da grande hipnose que era está diante de seus olhos procurei fechar minha bolsinha para cair fora do banheiro.

— Tem certeza de que está tudo bem?
— Escuta, o que faz aqui? É um banheiro feminino. — ignorei sua pergunta e em gesto bruto, me afastei dele.
— Não. — ele ainda estava sério.— Esse aqui é o banheiro masculino.

Talvez por isso que estava tão vazio. Homens qualquer lugar que der, mija. — pensei. Tentei sorrir pra disfarçar, mas ele percebeu isso. E então se aproximou mais ainda.

— Como se chama?

— Ana. — disse, engolindo o seco.

—Ana. — murmurou, como se estivesse saborando meu nome, e repetiu abaixando o seu tom de voz. Involuntariamente, eu dei um passo para trás. —  Parece lúcida, Ana. O que te fez errar o banheiro?

— Eu... — estava perdida na imensidão de seus olhos que sequer percebi que enquanto ele falava, estava me encurralando contra parede. — Apenas senti que precisava de ar. — colocou sua mão por cima do meu ombro e eu coloquei a mexa que impedia meu contato com o dele, para atrás da orelha.

— Ana. — seu tom ficou muito o íntimo, meu nome não soava mais como estranho total.

— O que?

— Quantos dedos você vê? — ele estendeu sua mão, e mostrou seu dedo indicador.

— Um. Por quê ?

— Preciso de você lúcida.

— O que? Para quê ?  — minha voz saiu como um fio prestes a partir.

— Para te beijar.  — sussurou, antes de selar nossos lábios onde numa perfeita sincronia se encaixaram. Minha bolsa novamente foi ao chão e eu segurei sua nuca para aprofundar o beijo. Querendo a mesma coisa, o deus nórdico diante de mim, entrelaçou seus dedos em meus cabelos e logo em seguida puxou meu pescoço deixando a vista e mercê de seus lábios. Ele me virou, deixando-me de costas para ele e de frente ao espelho. Minha bunda roçou em seu volume e eu suspirei sedenta. Ele tocou em meu pescoço, meus ombros, braços, e em meus seios. Arfei jogando meu pescoço para trás sentindo seus dedos brincarem com o meu mamilo rígido. Uma mão em meu peito esquerdo e outra alisando minhas pernas foi o suficiente para que eu queresse dar pra ele. Mas eu não podia. Eu estava em um banheiro de uma boate. Com um desconhecido.

— Tenho que ir. — disse, áspera, me separando dele e pegando minha bolsa do chão. Eu mal olhei para trás. Tentei abrir a porta, mas parecia emperrada.

— Ana. — chamou minha atenção, balançando a chave no ar, e eu o olhei sem a menor expressão.

— Você me trancou aqui dentro?

— Sim. — disse, sem pudor algum, e logo abriu a porta. Que cara louco.

Saí o mais rápido que pude, dessa vez olhando para trás e vendo seu sorriso malicioso. Assim que encontrei Louis, saí da boate o mais rápido possível.

sʜᴇ • harrystylesOnde histórias criam vida. Descubra agora