Eu te amo

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O objetivo deste blog era tornar os caras mais espertos. Claro que quem precisava ficar mais esperto era eu. Podem celebrar, pessoal: o Sr. 3 Encontros e Vc já Era teve o que merecia. Ele acabou comigo. E é uma desgraça.

Hoseok ficou tanto tempo olhando para a tela que seus olhos começaram a doer. O resto dele também doía. A sua vida nunca fora tão ruim, e ele não sabia como melhorá-la. Navegara em águas desconhecidas com Taehyung — desde o momento em que o conhecera, ele o surpreendera. Tinha sido tão desagradável e irritante quanto maravilhoso. Tornara-se ainda mais maravilhoso. E desagradável.

O ex assistente não entendera a mensagem que ele deixara no blog, a respeito de deixar que suas ações falassem — ele entendera tudo errado, e Hoseok não poderia culpá-lo—, porque não tivera coragem de explicá-las nem para si mesmo. Nunca sentira aquilo por ninguém, e estava caminhando no escuro. Mas ele tentara, querendo fazer mais e ir mais além com Taehyung do que fora com qualquer outra pessoa. Passara cada momento que pudera com ele — isso não era se importar? O que mais ele queria? Para Hoseok, aquele não era um caso, era muito mais do que sexo.

Mas não, aparentemente, para Kim Taehyung. Para o moreno, aquilo não passara de uma satisfação vazia. O outro dissera que se importava com as coisas de uma maneira tão apaixonada, que o sangue de Hoseok fervera. Então, por que não se importava com ele? Ele seria tão desagradável? Seria impossível de se amar?

Sim, no fundo, era isso que ele mais temia. Que ele o tivesse conhecido melhor nos últimos dias, e que o advogado não fosse suficiente, como Taehyung dissera no blog. Que ele não tivesse nada além do charme superficial que se apagara.

Desde a adolescência, ele dera duro para ter certeza de que ninguém mais iria deixá-lo, sendo um filho e irmão encantador e divertido. Sendo gentil com as pessoas. Pessoas que ele deixava antes que elas o deixassem.

Com Taehyung, nada seguira o padrão. Eles tinham se envolvido num jogo idiota, que incentivara o antagonismo e a atração e que passara a ser o que havia de mais importante em sua vida. Mas velhos hábitos são difíceis de eliminar e, quando ele se vira confrontado com a palidez de Taehyung, com as lágrimas em seus olhos perfeitos, o seu instinto fora fazer tudo para que ele voltasse a sorrir.

Talvez tivesse sido provocante demais? Talvez devesse apenas tê-lo abraçado acolhedoramente? Mas, quando ele o rejeitara, Hoseok ficara injuriado e reagira agressivamente. Dissera coisas sem refletir, cruamente, e Taehyung fizera o mesmo. Não poderia ter sido mais claro.

Pela primeira vez, Hoseok fora chutado por outro. E isso doía muito mais do que ele pensara, porque ele achava que tinha lhe dado muito mais do que dera a qualquer outro.

Ele estivera tentando se entregar... em seu próprio tempo. Mas parecia ter sido tão pouco, que o moreno não percebera.

Hoseok releu as palavras que digitara e que pareciam ser inúteis, além de debochar dele. Não havia sentido em escrever alguma coisa. Taehyung jamais acreditaria nele.

Uma, duas, centenas de vezes, ele apertou a tecla “delete”.

Taehyung se enroscou na cadeira, abraçou os joelhos e olhou para a tela e para os comentários que Hoseok postara para provocá-lo a apenas uma semana atrás. Não havia nada de novo e não fazia sentido procurar. A efervescência estava se apagando porque não houvera envolvimento emocional. Pelo menos, por parte dele. À medida que os dias passavam, ele concluía que estivera certo ao duvidar. Agora, sabia que não era do tipo que tinha casos. Não conseguia “usar” ninguém daquele jeito e acabava sendo usado. Como acontecera com Jae. Não podia confiar no próprio julgamento.

Paixão Perigosa [ Uma adaptação Vhope ]Onde histórias criam vida. Descubra agora