capitulo 3 : Orquídeas

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Hoje definitivamente é um dia que não queria ter que acordar
Eu estou chegando em um ponto de minha confissão que tenho vengonha...

─ Filho? ─ O padre me tirou do transe enquando eu tinha meu pão do café quase terminado em mãos ─ Vou estar ocupado mais tarde podemos fazer a sessão agora? ─ Essa era uma pergunta que eu queria evitar.... Mas eu disse sim

Era o mesmo banco a mesma sala as mesmas sombras de luz no rosto do padre, mas minhas palavras não seriam as mesmas de ontem e as novas.....Eu estou morrendo por dentro de ter que contar esse meu pecado

─ Esta pronto? ─ Eu acenei com a cabeça concordando e tentei me manter calmo

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─ Acha que tem mais? ─ Eu olho para o "buquê" que Gerard faz com algumas flores mortas e analiso sua Pergunta ─ Não, acho que você tirou tudo ─ Nós nos levantamos e jogamos elas no lixo ─ Elas são tão lindas, mas morrem tão cedo ....orquídeas são como algumas pessoas ... ─ Gerard não tirou os olhos das flores enquanto disse ─ Que maneira macabra de se ver as coisas Gerard, pense que elas só estão .... Esqueça não sei como melhorar esta situação ─ Ele riu, e eu amo ver ele fazer isso, o jeito como suas bochechas se contraem formando maçãnzinhas vermelhas, não ha plantação com maçãs tão cativantes, seu dentinhos tortos que entram numa junção muito agradável, seus labios ficando mais finos conforme vão esticando e o som do paraíso em meus ouvidos congelando tudo por dentro de uma forma.....quente?

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Não lembro como, mas estávamos ardendo! Queimando como gelo, tirando nossas roupas atrás do banheiro da catequese, eu pudia ouvir a musica divina tocar atrás de nós, mas não ligamos, Gerard era tão calmo agora, sua pele macia me apertando com movimentos rápidos e nessecitados, seus labios que chamam por Deus agora clamam a mim, ouvir meu nome soar arrastado de Gerard foi o que tirou o pouco de sanidade que me restava; Estávamos no meio dos arbustos, nós reclamavamos tanto dos espinhos deles, mas estamos tão confortáveis agora, os espinhos encostavam nos braços de Gerard conforme eu o impulsionava pra frente e para trás, a pele branca começou a ter uma cor mais vermelha com os os ferimentos de Gerard, mas ele não parecia se importar, algumas vezes até pude jurar que ele colocava os braços pela cabeça e se forçava a se cortar; estávamos a um tempo ali e meu querido Gerard colocou suas mãos cheias de sangue sobre meu rosto ─ Frank, eu te amo ─ Isso foi tudo o que precisava para nós dois chegarmos ao final

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─ Está com vergonha? ─ Gerard me deu um sorrizinho sacana enquando se ensaboava ─ Claro que não! Só... Um pouco sem reação ─ Você não gostou? ─ Chego mais perto dele até ficarmos os dois sobre a água do chuveiro, coloco minhas mãos sobre a pele molhada das bochechas de Gerard ─ Eu tive minha primeira vez com você, como eu poderia não gostar? ─ Ele sorriu e me abraçou ─ Você é tudo o que eu amo aqui dentro ─ Nos olhamos ─ E Alice?─ Meu melhor amigo, é um amor diferente ─ Sorri por que eu amei a resposta, olhei por um momento o corpo de Gerard ─ Temos que cuidar dos seus machucados ...─ passo a mão pelo seu rosto ─ Eu não quero que eles sumam quero ter a marca deste dia pra sempre! ─ Rimos e terminamos nosso banho .

Estava quase na hora das aulas bíblicas, iriamos aprender novos hinos hoje, mas parece que Gerard não iria poder ir, Judy esta na porta esperando Gerard terminar de abotoar sua blusa e colocar os sapatos
─ Vou esperar na direção esta bem? ─ Gerard se surpreende com a fala inesperada e levanta o olhar para ela parando por um momento de fazer as coisas ─ Tudo bem eu não demoro ─ Ela se retirou depois de me olhar por um segundo seguindo em frente  ; Gerard estava pronto ─ Eu não vou demorar! Volto antes do primeiro hino acabar! ─ Ele colocou as suas mãos sobre meus ombros me olhando
─ Acha que é algo serio? ─ Não, se fosse serio acho que minha mãe estaria pessoalmente aqui! ─ Ele me deu um beijo demorado e se despediu

Os hinos novos eram bonitos, eu não sei, não prestei atenção em nenhum, estava pensando em apenas Gerard e a notícia de sua mãe, torcendo para que não seja nada que ele tenha que ir embora daqui; vi Gerard e Judy passarem pelo vidro da porta enquanto todos cantavam o quarto hino, não pude ver bem mas acho que ele estava chorando, fui interrompido com a professora me chamando a atenção para o hino então tive que desviar o olhar e prestar atenção na aula

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─ Eu não entou bem Frank...─ já era noite e nós estávamos debaixo da cerejeira tão amada por Gerard, ele estava com a cabeça no meu colo ─ O que você tem? ─ Eu o carinho e lhe dou um beijo em sua cabeça ─ O sangue que você viu hoje ...esse corpo! Nada esta bem! ─ Eu comecei a me desesperar com as palavras de Gerard ─ Eu tenho leucemia Frank...., foi antes de eu voltar pras aulas, antes de vir eu fiz os exames , todos deram positivo ─ Aquilo me matou, eu me senti inseguro de não poder cuidar de Gerard como queria, um dia como aquele acabando assim, eu me derramei na frente de Gerard que tentou de todas as formas me reconfortar, mas seria inútil, foi um dos piores dias da minha vida .

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─ Meu deus filho ..... O que vocês dois fizeram! ─ Ele saiu de sua pequena área de madeira esfregando os dedos nos olhos

Eu estava em lágrimas , não conseguia formar uma palavra direito ─ Padre ...o que eu tenho que fazer para Deus padre? Tirar isso de mim? ─ Filho! O pecado de vocês foi enorme, eu me lembro de ter cuidado de Gerard o máximo que pude mas nada fazia efeito, sua doença se espalhava mais rápido e o corroía como ácido... Agora eu entendo tudo! ─ Não! Padre! ─ Eu vou até ele e me agarro em sua manta ─ Não foi minha culpa! Padre ...ele só precisava de um médico! De remédios e tratamentos ─ Ele me olhou com nojo um olhar que eu nunca esperaria ver de um padre , me empurrou de perto dele ─ Quem precisa disto é você! Vocês dois cometeram o maior pecado desta terra .... E você ainda quer ser padre? Desrespeitar tal divindade, você se entregou! E ainda com um homem! Não me surpreende isso ter acontecido foi um castido pelo seu erro! ─ Eu apenas chorei enquanto ele falava ─ Eu quero consertar isso padre eu sei que não deria ter sentimentos por outro homem, e muito menos me entregar a ele, não queria que Gerard pagasse por um erro desses.... Eu faço qualquer coisa! ─

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Gerard morreu a 6 anos, nos meus braços quanto saboreavamos as cerejas, acho que esta era nossa maçã, ele era como as orquídeas, são minhas flores favoritas e eu ainda não sei melhorar o pensamento dele; eu sou o padre de uma igreja local da minha cidade, irei servir a Deus pela eternidade se for preciso para que ele me perdoe e me tire esse sentimento de culpa ......e amor, mas não posso mentir, eu não quero , Gerard foi e sera pra sempre meu único homem, eu não quero perder a sensação de estar apaixonado por ele, de amar o som da sua risada ainda congelada em mim; Acho que estou apenas tentando ter um lugar no céu, pois por mais que ele também tenha errado, não tem como alguem como Gerard não ter ido para la......

The Forbidden Fruit Of Paradise ▪ Frerard Onde histórias criam vida. Descubra agora