Não era pra ser

Quem é ela?

Eu e Babi fomos ao shopping no carro dela. Chegando lá fomos para uma loja de produtos da Apple. E acabo escolhendo um iPhone Xr branco. A Babi me ajudou na escolha, ela entende muito dessas coisas. Nós lanchamos na praça de alimentação do shopping e logo em seguida fomos embora. Conversamos muito durante todo esse tempo, a Babi é muito engraçada e inteligente, além de muito cativante.

Ao chegarmos na mansão vejo o Victor saindo pela porta, saímos do carro e nos aproximamos dele.
Ele coloca as mãos no bolso do seu moleton, realmente está muito frio aqui fora.
- E aí, Coringa. Tá fazendo o que aqui fora? - pergunta a Babi, e quando ele estava a ponto de responder...
- Coringa!! - me viro pra trás para ver quem era a dona da voz, uma garota dos cabelos pretos e longos, pele clara, bem bonita.
Olho para o Victor e sua expressão muda, parece um pouco assustado, percebo que ele tenta esconder.
- Oi - ele responde e acena para a garota.
- Não vai vim aqui? - ela pergunta cruzando os braços, o Victor passa a mão na nuca e vai em direção a garota.
- Vem, Isa - diz a Babi, sinalizando com a cabeça para entrarmos na casa, eu concordo e entramos.
- Essa é a Clara, nossa vizinha - diz a Babi após fechar a porta.
- Ah sim, bem bonita. - andamos em direção a escada.
- Verdade, mas não muito simpática.
- Eles são bem próximos? - estava me segurando pra não perguntar isso, mas não resisti.
- Na verdade, sim. Mas eu acho que quem deve falar sobre isso pra você é o Coringa. - chegamos a porta dela.
- Não, tudo bem. Só estava um pouco curiosa- digo disfarçando o fato de eu ter ficado bem incomoda com a situação - obrigada por me acompanhar.
- Que nada, pode contar comigo pra tudo - ela responde gentilmente e entra eu seu quarto, sigo em direção ao meu.

Estou meio confusa, queria muito saber quem era aquela garota. Se eles já tinham ficado. Que tipo de idiota eu sou? É claro que já ficaram. Mas estava morrendo de vontade de saber pelo Victor quem ela era e o que significa pra ele. E confesso que espero que não signifique nada. Que idiota, o que eu estava pensando?? Me jogo na cama em meio a tantos pensamentos, escuto alguém bater na porta. É o Victor.
- Oi, tudo bem? - ele sorri de canto.
- Tudo ótimo - dou um sorriso completamente falso, odeio o fato de não conseguir disfarçar meus sentimentos.
- Quer sair pra comer?
- Não. Obrigada, acabei de lanchar com a Babi. - eu realmente não consigo esconder, sei que minha cara estava péssima e até consigo sentir o quanto estou quente. Sempre fico assim ao sentir raiva.
- Tudo bem, mas tem certeza que você tá bem? - ele pergunta, mas eu tenho quase certeza que sabe a resposta, mas eu não não sou nenhuma idiota. Não vou perguntar quem era a garota, ele não me deve satisfação de nada.
- Pareço não estar? - pergunto cruzando os braços, já estou bem incomodada com a situação o que faz com que eu não consiga olhar em seus olhos.
- Na verdade parece que tá muito brava - ele fala arregalando um pouco os olhos.
- Não, eu não estou brava com nada. Na verdade eu estou feliz. - lembrei da minha anunciação e de como as pessoas estão sendo acolhedoras nas redes sociais.
- Puxa, se essa é a sua cara feliz, tenho medo da zangada.
- Que tal nos falarmos amanhã? Já que sabe que eu estou bem zangada. - acabo confessando algo que já estava bem na cara.
- Mas eu sou o motivo?
- Você vai ficar fazendo essas perguntas até quando? Porque não entra e faz um questionário pra mim? Tenho todo tempo do mundo pra responder! - falo dando passagem pra ele entrar, esperava que ele se ofendesse e decidisse ir embora depois do que eu falei, mas muito pelo contrário. Ele entra e se senta na minha cama.
- Desculpa, é claro que eu sei o motivo, só que não tenho certeza e não quero agir feito um idiota. - fecho a porta e vou em direção a ele, fico parada a sua frente e cruzo os braços.
- Então fala o que você acha que é.
- Aquela menina, é a Clara. Mora a duas casas daqui. Fiquei com ela a alguns meses, ela acha que eu devo satisfações, então me chamou pra conversar, só que...
- Para. Não quero que se explique pra mim. Não quero que pense que eu acho que me deve satisfações, até porque só ficamos uma vez, não sou essa tal de Clara.
- Eu não devo satisfações pra ela porque não gosto dela, não me importo com o que ela acha, mas me importo com o que você acha. Mesmo só tendo ficado uma vez com você. Falei pra ela que não quero mais que me ligue nem me cobre nada, ela já tá a algum tempo no meu pé.
- Tá, já entendi. Não quer mais saber da Clara, eu não duvido de nada disso. Mas quero deixar claro que não vou impedir você de nada, até porque não temos nada.
- Tá bom, tá bem claro isso. - ele fala meio incomodado.
- E sobre a gente ter ficado, você não acha que isso é meio errado?
- Você acha?? - me sento ao seu lado.
- Não sei. Só que, a gente meio que trabalha junto, isso foge do do profissionalismo. - ele sorri do que eu disse.
- Que bobagem é essa? Se não quiser ficar comigo é só falar.
- É claro que quero, deve tá estampado na minha testa.
- Então qual o problema? Isso aí é besteira, ninguém é proibido de nada aqui.
- As pessoas iriam aceitar?
- Ninguém tem que aceitar nada, Isa. Ninguém nem precisa saber.
- Entendi, acho que tem razão.
- Mas ninguém precisa saber de nada por enquanto. Não quero que pense que só quero esconder porque quero ficar com outras pessoas, porque eu nem quero.
- Você não precisa me iludir, Victor. Não tem necessidade disso.
- Eu não tô querendo isso. Acho que você não tá afim de entender. - deu pre perceber a sua irritação no tom da voz - melhor eu ir - ele levanta - amanhã falo com você.
E ele simplesmente sai do quarto.