Há uma semana atrás, eu estava passando minhas férias na sítio dos meus avôs e, assim que soube da volta as aulas, retornei de volta para a cidade onde atualmente moro. E por um segundo motivo, minha prima estava loucamente desesperada pelo fato de que eu havia lhe prometido que eu só iria com uma condição: que voltasse logo.
Assim que cheguei, faltava dois dias para o meu niver, o que possibilitou muitas alegrias, além dos beijinhos e abraços que recebi com muito carinho. A minha prima veio logo na frente me abraçando e, ao mesmo tempo, me puxando pelos braços em direção ao nosso quarto.
Como de costume, queria ouvir as aventuras que vivi neste período em que estive na fazenda. Só que não tinha nenhuma chance de viver uma aventura cercada pela imensidão de árvores e mais árvores (Que na minha opinião, de preferência, no meio do mato). E então, narrei que a única diversão naquele lugar era poder assistir – repetidas vezes – o filme crepúsculo, a qual eu idolatrava debilmente. E por isso, em algumas vezes, vasculhava a pequena floresta formada ao redor do sítio a procura de um Edward – ou de um Jacob.
Depois de tanto blá-blá-blá em relação há essas e outras peripécias nada emocionantes, os dias se passaram e, finalmente, o dia do meu aniversário havia chegado.
Não teve festa, não teve bolo, e principalmente, não teve presentes. Não porque minha família não gostasse de mim, eles me adoram, mas, a verdade é que ninguém simplesmente se lembrou deste dia tão especial.
Tudo bem, eu nem liguei. Não estava tão desesperada assim. Mas também não significa que isso tenha aliviado minha dor por dentro. É triste ter que passar seu aniversário ao lado de tantas pessoas que a ama, sem ao menos receber beijinhos e abraços no dia do seu aniversário. Ou simplesmente um ''PARABÉNS''.
Por essa razão, tranquei-me no quarto durante a tarde toda como uma presidiaria é trancafiada em uma sela, assistindo aos meus filmes prediletos. E como não havia ganhado nenhum presente, decidi que eu mesma me presentearia com um DVD a qual eu ansiava para ver há muito tempo: Lua Nova. Já havia me acostumado a fingir que a pequena tela do meu laptop era uma imensa tela de cinema. No período em que estive na fazenda, a única diversão que tive era assistir aos meus filmes (e tenho quase certeza de que esse era o único motivo para conseguirem me manter viva durante todo esse período lá).
Meus olhos já ameaçavam distribuir lágrimas, enquanto eu entrava vagamente em um estado de choro emocional pela cena em que o Edward Cullen termina o namoro com a Bella Swan para tentar protegé-la, quando Nanda (esse é o nome da minha prima de quem eu tanto falo) veio conversar comigo...
— Ana Clara? — a porta estava entreaberta quando minha prima adentrou de penetra no quarto, me dando o maior susto.
Não sei se era pela cena do filme, ou pelo simples fato de que eu ainda guardava um pequeno rancor por minha família ter praticamente esquecido que HOJE é o meu aniversário, acabei encarando-a, meio que tentado disfarçar a tristeza no olhar que eu possuía naquele momento.
— Vai fazer o quê agora a noite? — continuou Nanda, agora bem ao meu lado. Percebi que seus olhos foram atraídos para a tela do meu laptop.
— Acho que... NADA! — menti. Iria passar meu aniversário sozinha, mas me recusava lembrá-los de que hoje era um dia muito importante.
— Fui convidada para ir em uma comemoração de algumas amigas da minha sala. — ela parou de observar a cena em que a Bella praticamente se perde no bosque a procura do Edward. — Você... quer ir comigo?
Qualquer coisa seria melhor do que passar o meu aniversário solitária. Por mais que eu me recusasse contar.
— Eu aceito! — eu disse, ainda olhando para o meu laptop — E... que horas iremos sair para essa comemoração? — eu quis saber, já que naquele momento eu me encontrava totalmente ocupada.
— As quatro e meia da tarde... — prosseguiu Nanda, olhando para o seu relógio de pulso. — Se você quiser, podemos ir mais cedo. E podemos caminhar por ai... O que você acha?
Fui obrigada a olhar as horas, só que desta vez pelo meu ladtop. Eram duas da tarde. Isso significava que eu teria mais duas horas para assistir ao meu filme.
— Acho que não é uma má ideia. — havia pausado o filme na cena em que a Bella dava início a uma série de comportamentos fora do comum pela falta do Edward, gritando debilmente enquanto dormia. Certamente por ter sonhado com seu amado Cullen. Isso também me fez recordar alguns dos momentos especiais que tive com o meu pai. — Preciso dar uma refrescada na minha mente.
Ou melhor, preciso encontrar o meu Edward.
Mas é claro que eu não disse isso a ela.
— Então tudo bem, as três e meia eu estou de volta. — Nanda já estava quase fora do quarto quando me dei conta.
— E... para onde você vai? — eu quis saber. Afinal, eu ainda tinha esperanças de ter uma companhia para o filme. Embora o meu lado egoísta aclamava para que eu continuasse a sós.
— Minha mãe decidiu passar na loja para comprar algumas blusas, e me pediu para acompanhá-la. E eu já estou atrasada. — ouvi-la dizer antes dela sumir atrás da porta.
Naquele instante eu até pensei que essas blusas poderiam ser o meu PRESENTE de aniversário SECRETO. Que ninguém tinha se esquecido do meu grande dia. Que tudo estava planejado, detalhe por detalhe, e... que Nanda estava proibida de me revelar.
Mas, quando finalmente as horas haviam se passado, acabei notando que as blusas eram uma encomenda para a Dona Cecília (nossa vizinha enjoada, que não deixa escapar nenhuma vírgula das bombas, em relação a vida de alguém), e que, a verdade verdadeira, era que todos realmente haviam se esquecido que HOJE eu deixo meus 15 anos para fazer meus 16.
• • •
Quando finalmente o ponteiro do relógio apontou para as quatro horas, Nanda e eu saímos de casa. Isso é, apenas quando o pedido de namoro feito por Edward a Bella na presença de Jacob, no final do filme, pois no mesmo instante aquilo me deu uma vontade enorme de criar o meu próprio triângulo amoroso. Embora para isso eu tinha quase certeza de que seria impossível. Não que eu não goste de namorar, mas nos últimos anos, meu único interesse era unir casais. Ou seja, já me considerava uma 'cupida' (embora um pouco atrapalhada, eu admito).
Enfim, era um conforto caminhar por aí, vagando sem direção. Isso me ajudava a pensar no que estava acontecendo e, mesmo parecendo impossível de acreditar, eu não me lembrava mais do meu aniversário.
A tarde estava radiante, e os raios de sol pareciam sugar todas as minhas dores, deixando um enorme espaço para a diversão. Como se fosse possível se divertir no meio de um bosque cercada por inúmeras árvores.
— Ah, não! Não pode ser! Isso não é possível. Quero dizer, é possível.
Assim que Nanda olhou para o seu relógio de pulso, percebeu que nós duas estávamos super ATRASADAS.
— E agora? — eu disse.
— E agora? — Nanda me encarou como se eu estivesse falado chinês — E agora, nós temos que correr.
E foi o que fizemos.
Corremos, com esperanças de chegarmos a tempo de que ninguém percebesse o nosso atraso, até conseguirmos chegar ao local marcado. Ficamos sem fôlego depois dessa falsa maratona, e então, decidimos parar um pouco para recuperá-lo antes de fazer a nossa entrada TRIUNFAL.
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Apaixonada Por Um IDIOTA!
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