4 | Aceita tomar coca-cola?

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Nanda veio me interrogar porque eu não parava de ouvir a mesma música 367 vezes seguida.

- Você está apaixonada? - sugeriu ela, realmente acreditando naquilo.

- Não! - respondi logo em seguida - Não estou apaixonada, e muito menos pensando em me apaixonar no momento.

É a mais pura verdade o que eu disse a Nanda. Realmente eu não estou apaixonada.

Não ainda.

Até porque, não queria dar esse gostinho há ela. Se Nanda, pelo menos, suspeitar que o motivo de eu não conseguir parar de escutar esse música toda hora, for por causa de um garoto, e que esse mesmo garoto foi quem passou o nome daquela música, com certeza Nanda não sairia mais do meu pé. Ficaria grudada como chiclete por um bom tempo. E eu não queria aquilo nem se a Nanda vinhesse pintada de ouro.

- Here comes goodbay? - disse Nanda, pronunciando errado o inglês - O que significa?

- É ''Here comes goodbye'', Nanda. - eu disse, corrigindo-a - E significa ''Aí vem o Adeus''.

E antes que Nanda me pedisse para cantar uma estrofe da música em português, eu já estava lendo a primeira linha do refrão da letra da música:

''Aí vem o adeus, aí vem a última vez...

Aí vem o começo de toda noite sem dormir

A primeira lágrima de todas que eu vou chorar

Aí vem a dor, aí vou eu desejando

que as coisas não mudassem

E ela estava aqui nos meus braços hoje a noite,

mas aí vem o adeus.

- É muito linda a letra dessa música. - confessou Nanda, limpando a lágrima que havia deixado cair sem querer - Tem certeza que você não está apaixonada, Ana Clara?

Eu sorri depois daquela pergunta insistente da Nanda.

- Vou ter que repetir quantas vezes para você que eu não estou apaixonada? - eu disse, meio que furiosa. Realmente aquilo já estava me tirando do sério. Até entendo por que ela acha isso, realmente a música é muito linda mesmo - E se eu estivesse apaixonada de verdade, como você está dizendo, você não acha que seria impossível conseguir ouvi-la tantas vezes seguida sem ao menos deixar escapar uma lágrima sequer?

- Verdade! Nisso você tem toda a razão. - concordou ela, dando um sorrisinho logo depois - Eu que só ouvi ela uma vez, agora que você me mostrou a letra, já não resistir e acabei chorando.

A verdade mesmo, era que aquela música me fazia lembrar do que aconteceu no Colégio assim que o sinal indicando o termino do intervalo (ou final do recreio, se preferir) tocou.

Alguns alunos já estavam dentro da sala, sentados, cada um na sua carteira. Enquanto o resto dos alunos, ficavam do lado de fora mesmo, esperando o momento em que o próximo professor chegasse e ordenasse para entrarem na sala ao invés de continuarem nos corredores do Colégio.

Por algum motivo, (que eu não consegui entender o porquê) não resisti ficar um segundo sem olhar na direção em que Chris se encontrava. Parecia que ele havia me jogado um feitiço que fizesse com que eu não tirasse os olhos dele. Era inevitável. Era irresistível. E, sem ter mínimo controle sobre mim mesma, acabei fazendo algo que não deveria ter feito, de maneira alguma:

- O que você vai fazer depois do aula? - eu disse, sem pensar.

Chris me encarou, como se não estivesse nem um pouco afim de me relatar sua vida intima e pessoal, mas acabou respondendo:

Apaixonada Por Um IDIOTA!Onde histórias criam vida. Descubra agora