ONZE

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Depois que Paco sai com o pai para o jantar de negócios e Maria Antônia vai às compras na cidade, Bianca fica vagando pela mansão, admirando cada canto ricamente decorado com enfeites e adornos que deviam custar mais do que todo o dinheiro que ela movimentaria na vida.

Um quadro no corredor entre a sala de estar e a sala de televisão lhe chama a atenção por mais tempo.

O contorno de diversas mãos em 3D forma um imenso coração multicolorido atrás de um vidro.

É uma dessas obras de arte que parecem, ao mesmo tempo, terem sido extremamente fáceis de fazer, e absurdamente complexas.

— Gostou? — Bianca ouve a voz atrás de si quando já está muito perto.

Hugo, o irmão de Paco, está parado ao lado dela, encarando o quadro também.

— É incrível. — ela diz.

— Eu fiz com a minha avó. — Hugo comenta. — Uns dois anos antes dela morrer.

Bianca sente uma pontada de tristeza.

Paco mencionara a avó algumas vezes, e sempre ficava extremamente melancólico. Não para menos. A avó era uma presença marcante em sua vida, uma mulher de personalidade forte e saudável, que falecera repentinamente depois de um derrame agressivo.

— Acho que você gostaria dela. — Hugo diz, sorrindo para Bianca. — Ela era minha pessoa favorita no mundo. E do Paco também.

Bianca assente.

— Ele sempre fala muito dela.

— Você não imagina a falta que ela faz... — Hugo suspira. — Não consegui mais entrar no ateliê onde ela pintava depois que ela se foi.

O clima fica pesado demais e, para variar, Bianca não sabe o que dizer.

— Você quer ver os outros quadros dela? — o cunhado fake pergunta, parecendo um pouco mais animado.

— Com certeza.

Ele assente, e Bianca o segue pelos corredores e cômodos da mansão, completamente fascinada, e não só pelo quadro.


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