• Prólogo - O começo •

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— Joga logo a bola, vai, Noah

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— Joga logo a bola, vai, Noah. — Bato os braços ao redor do corpo para chamar sua atenção. A gente está brincando de jogar bola na rua, na frente das nossas casas coladinhas. Sempre gostei disso, ter meu melhor amigo separado por um murinho.

— Você fica fofinha fazendo birra, sua criancinha! — Ele fica me provocando.

— Não estou fazendo birra, querido. Só quero brincar logo.

— Eu cansei de bola, Eli. Queria ir no parquinho. — Olho para o outro lado da rua. Na frente das nossas casas têm um parquinho, mas a entrada é em outra rua. Tem apenas uma cerquinha feita de mato em volta de todo parque.

— Mamãe não vai deixar a gente ir até a outra rua. — Falo para ele.

— Não precisamos ir lá. Podemos passar no meio daquele mato. — Ele aponta para a cerca e eu faço que sim com a cabeça.

Entro em casa e escrevo um bilhete para mamãe dizendo que estou com Noah no parque. Eu sabia que tinha que avisar depois do dia em que nos perdemos lá no centro da cidade. Hoje ela está legal porque está deixando eu brincar com ele até agora. Saio de novo e vamos para perto da cerca.

— Você primeiro. — Ele fala para mim. — Tem que abrir um caminho e você é mais forte que eu.

— Você que é fraquinho e menor que eu. — Eu digo, rindo e medindo nossa altura. De perto dava para ver todas as pintinhas dele. Era a marca registrada do Noah. — Só reconheço você pelas pintinhas no nariz.

— Anda, vai logo! — Ele diz rindo da minha cara.

Me enfio no meio do mato, passando os braços nos galhos para abrir o caminho.

— Ai!!! — Algo me arranha e quando eu chego do outro lado, meu braço está sangrando com um corte pequenininho. Eu estou chorando um pouco, mas só um pouquinho.

— Deixa eu ver, Eli. Você é mais forte, mas sou eu que tenho que cuidar de você né. — Noah pega meu braço e dá um beijinho perto do meu machucado. Dou um sorriso para ele e levantamos para ir ao barquinho de madeira. Eu vou ser a sereia e ele o pirata. A gente sabia como se divertir.

— Noah. — Chamo ele.

— Hm. — Ele responde subindo no brinquedo.

— Eu vou sempre abrir o caminho pra você e você sempre vai cuidar de mim, né?

— Mas é claro, Eli. Pra sempre. — Dou um sorriso e começamos nossa brincadeira.

Passamos a tarde toda, foi o que pareceu, brincando no parquinho, jogando bola na rua de novo e cheirando as florzinhas que tinham na casa dele. Na noite passada, eu ouvi a mamãe e o papai falando que eu ficaria bem e que eu não sabia o que era amizade ainda. Não sei do que eles estavam falando, mas eu sabia que amizade era uma coisa muito boa e, para mim, tinha algo a ver com o Noah. Eu sabia assim que olhava para ele.

Pelo céu, já é fim de tarde e decidimos entrar em casa. Nossos pais estão sentados na mesa de comer e chorando.

— Vamos sentir saudades! Mandem lembranças sempre e quando quiserem visitar, podem ficar aqui. — Meu pai diz abraçando o pai do No. Eles são muito amigos, igual eu e Noah.

Olhamos um para o outro, confusos, e então a mãe dele começa a falar.

— Filho, dê tchau para a Elizabeth. Já vamos ir.

— Ir para onde, tia? — Pergunto para ela.

— Pode deixar que depois eu falo com ela. — Minha mãe fala antes que a tia conseguisse responder.

Eu e Noah damos um abraço apertado e fazemos nosso toque, rindo, como todos os dias quando nos despedíamos. Também dou um abraço nos pais dele e ele nos meus.

Na hora de dormir, meus pais vêm até meu quarto e explicam o que tinha acontecido hoje.

— Como assim? Nunca mais vou ver ele? — Pergunto chorando.

— Claro que vai, filha. Mas não todos os dias como costumava ser. Os pais dele conseguiram um emprego melhor em outra cidade.

Escondo a cabeça com o cobertor, não quero mais falar com eles. Não acredito que simplesmente não contaram nada para mim sobre meu melhor amigo ir para um lugar longe.

Não acredito em nada. Prefiro acreditar que, no dia seguinte, eu vou estar brincando no parquinho com ele de novo. Mas quando acordo no próximo dia, isso não acontece.

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Notas da autora

Eaí, meus amores. Como estão? Conseguiram aguentar uma semana por atualização? Passou muito rápido. Surto.

A imagem que coloquei é uma foto de Eastbourne, cidade da nossa personagem lindah. Vista linda não é? Lembrem dela.

Quem aí já consegue visualizar a história? hehehe dedo no cu e gritaria. Estou muito animada para o próximo capítulo. Quem será que vamos conhecer?

Vejo vocês semana que vem! 

Beijinhos, Maeve 💕

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