XXXII

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É o segundo dia. Um dia após a missa, um dia após vê-lo em minha frente depois de ter sonhado com a sua presença de forma amorosa e também carnal.

Segunda-feira.

Na realidade é apenas mais um dia, não muito interessante para alguns, onde eu passava a maior parte do meu tempo lendo o livro sagrado que agora estava em minhas mãos, o que era totalmente diferente da segunda-feira em meu sonho.

Afinal, aquele era o dia em que eu supostamente sonharia com Jimin em meus lençóis brancos, sendo bagunçados pelo seu corpo despido e banhado pelos raios solares que invadiam as pequenas janelas e enfeitavam o quarto pintado de cores pastéis.

Lembro muito bem de tê-lo desejado ao ponto de ter me juntado a ele, observando o garoto me olhar com os seus olhinhos castanhos que me traziam calmaria mas também gritavam expectativa ao passo em que eu me aproximava cada vez mais, hipnotizado por toda aquela sua energia pesada que transbordava excitação.

Definitivamente eu estava perdido ao subir em minha cama e encaixar o meu corpo entre suas pernas fartas que me abrigavam sem demora. Perdidamente anestesiado ao ser terrivelmente, uma vítima do seu encanto que surrou o meu pobre coração, sem piedade.

Os seus lábios rosados e convidativos sendo sustentados por um sorrisinho cheio de malícia e realização ao me ver em cima do seu corpo, se esticaram, formando um sorriso maior ao me ouvir dizer por quanto tempo eu ansiava por aquele momento. Palavras que saíam da minha boca sem o meu consentimento, apenas se formando em minha garganta e sendo soltas sempre que eu ousava abrir os meus lábios, as libertando e deixando-as flutuarem pelo ar, dando sentido a minha ansiedade em querer tocar o corpo daquele que me deixava fora de órbita com apenas um olhar.

Park me tinha na palma das suas mãos desde o começo do meu delírio em forma de sonho.

Foi difícil resistir ao seu charme, a sua maneira atrevida de se comportar ao mesmo tempo em que a pouca inocência em seus olhos me desnorteava de uma forma perigosa, foi tudo o que ele precisou para ter aquele falso padre em seus braços.

E se eu tivesse continuado com aquele sonho, eu tenho certeza de que terminaríamos e daríamos um fim a toda aquela excitação que trazia um calor sem igual, ao nossos corpos colados um no outro. Por que em meu sonho, ele era a própria personificação da luxúria e eu era só mais um homem atraído pela sensação de pecar.

Naquela segunda-feira, eu acordei desesperado, frustrado e confuso, por quê eu era um padre desejando outro homem.

E quanto mais ele gemia necessitado ao olhar em meus olhos que o devoravam com uma fome insaciável, mais eu me entregava em seus braços.

Mas era apenas um sonho pervertido, um sonho, dentro de outro. Uma loucura vivida infelizmente por mim.

E se em meu sonho eu estava confuso com toda aquela situação, agora eu estou mais ainda, porquê em meu olhos, os meus verdadeiros olhos, Jimin é só um garoto doce e inocente, um pouco atrapalhado e que esquece facilmente dos seus compromissos, se atrasando em todos eles.

Seu sorriso angelical apenas me traz mais culpa.

Culpa por ter criado toda aquela sua personalidade vulgar e todas aquelas palavras profanas que saiam da sua boca, enquanto ele sentava forte em meu membro que transbordava do meu prazer a cada investida em sua entrada que insistia em engolir todo o meu comprimento, com vontade.

Mas como eu disse, naquele dia eu tinha acordado, me deparando com um volume no meio das minhas pernas, me assustando com o quão molhado estava o tecido que cobria a minha excitação dolorida.

Eu sentir vergonha.

Entrei em meu banheiro, despido, intensamente duro, melado e dolorido, tentando encontrar alívio embaixo do chuveiro que de lá saía a água gelada que acariciava o meu corpo quente. Meus pensamentos bagunçados eram o de menos, comparando ao meu falo que pulsava por ele.

Aquilo me desesperava de um jeito terrível, a minha mão direita descia em direção ao meu membro inchado, com receio.

Eu não me toquei, não me atrevir a continuar, porque era errado, eu tinha medo.

Mas mesmo que eu tenha parado com os movimentos, os meus pensamentos continuavam a todo vapor. Eu precisava encontrar Jimin para acabar com aquilo. O que não deu muito certo quando eu coloquei meus olhos em seu corpo depois de todos aqueles sonhos perversos ao seu respeito.

E um copo com água que se derramou em minha batina, nos impedindo de continuar, não me impediu de voltar para aprender a amá-lo com o meu corpo.

Por que em meu sonho foi difícil resistir, pois Park Jimim era a minha tentação.

Tentação...

— E não nos deixes cair
em tentação... — com a minha voz baixa, eu leio o versículo, calmamente, descansando as minhas costas no estofado bonito do meu sofá pequeno. Sentindo o cheiro gostoso do café forte na xícara que repousava em minha mesa de centro. — ... Mas livra-nos do mal. — respiro fundo, cansado de pensar demais.

Cansado, eu estou cansado, Deus...

— Porque teu é o Reino... — recito a frase tão conhecida que estava escrito no livro da vida, não precisando olhar para saber a continuação dela. — O poder e a glória para sempre. — bocejo, esticando o meu braço e pegando a xícara quente com os meus dedos, a levando até os meus lábios, que assopram o líquido, observando a fumaça se esvair com o vento.

Com o ato de bebericar do líquido forte, saboreando o seu sabor característico, meus olhos se fecham lentamente ao lembrar de que amanhã, é terça-feira.

O dia da confissão de Park.

— Amém.




✝️




Quero um abraço :(

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Está crescendo muito rápido?!?!?! Enfim, obrigada a cada um que estar fazendo parte desse crescimento. 💜

Esse foi o penúltimo capítulo, caralho... eu tô-

Esse capítulo demorou de ser postado por que eu estava sem coragem de começar a escrever ele. Então eu acho que o último vai demorar também. Não muito mas o suficiente para me deixar satisfeita com o final.

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Take Me To Church - 1° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora