sixteen

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han jisung






Era domingo e ele estava novamente isolado em seu quarto, os pais não paravam de brigar e ele odiava ouvir toda aquela cena. Sentia-se exposto, totalmente vulnerável.

Não gostava das palavras grosseiras que o pai gritava, mas também não gostava da forma como sua mãe agia, achava ambos egoístas e na maior parte do tempo ele só queria fugir dali, fingir que nunca os conheceu. Ir para algum lugar onde ninguém soubesse seu nome, onde pudesse ser verdadeiramente feliz, não parecia lhe parecia uma má ideia.

Um lugar onde só estivesse ele, Haneul, Hyunjin, Felix e Minho. O resto não tinha tanta importância e provavelmente não sentiria sua falta.

Era a milésima vez que chorava naquela semana e ele estava emocionalmente exausto, mesmo que fizesse o possível para esconder isso das pessoas ao seu entorno.

Nesse momento é comum surgirem dúvidas, tais como: por que ele não falou sobre com a melhor amiga, ele não confia nela? ele tem algum real motivo para esconder?

E a resposta é simples:

Apesar de confiar em Haneul mais do que em si mesmo, o seu remédio diário era fazê-la rir. Não queria ser mais um motivo para as suas preocupações, nem deixar o clima tão pesado ao ponto de perder um dos melhores sorrisos do mundo.

A verdade é que Jisung foi apaixonado pela Choi durante cinco anos de sua vida, e mesmo que já tivesse superado esse sentimento, sentia um carinho extremo por ela, um apego emocional que não tinha por mais ninguém, nem com seus próprios pais, ou até mesmo com Minho. Deixá-la preocupada não o ajudaria em nada, apenas faria com seu sentimento de culpa aumentasse.

Não contaria a Hyunjin porque se sentia envergonhado com a situação, e o mesmo valia para Felix. Já Minho, não queria que ele soubesse daquele seu lado, não queria afastá-lo. Era seu primeiro relacionamento sério, apesar de não ser oficialmente um namoro e ainda ser escondido. De qualquer forma, não queria trazê-lo até o seu caos interno.

— Um, dois... três... — Contava de olhos fechados, tentando acalmar a ansiedade que dominava seu corpo, e, como se o universo tivesse ouvido seus desejos que se quer foram ditos, o telefone do garoto começou a tocar.

Vendo o nome de Minho na tela, o Han não pensou duas vezes em atende-lo; Lee parecia animado, mas assim que ouviu o silêncio e os suspiros do seu - quase - namorado, seu tom se tornou mais baixo e preocupado.

— Jisung? — O chamou, e obtendo apenas um murmúrio com resposta, continuou. — Amor? Você está bem? — Ele era sempre tão atencioso e, ainda que estivesse em uma explosão de sentimentos, Jisung sabia da sorte que tinha por tê-lo.

— Um pouco ansioso, mas sua voz me acalma... — Disse baixinho, Lino (apelido que seus amigos deram) podia ouvir no fundo da ligação a discussão dos pais do garoto, o que o fez entender de cara o que estava acontecendo.

— Tenta vir pro meu apartamento, eu vou cuidar de você, tá bem? — Ditou calmo, logo continuando. — Estamos juntos, vamos passar por cima de tudo isso, certo? Você pode confiar em mim, Jisung. — Suspirou, também lhe doía saber que o 'namorado estava naquela situação e ele faria o possível e o impossível para ajudá-lo. — Assim que você se formar, você pode... — Pareceu hesitante, mas na verdade era apenas receio de estar indo rápido demais. — Você pode pegar suas coisas e vir morar comigo.

Naquele momento Jisung sorriu, apesar dos conflitos mentais que sua família o deixava, saber que tinha tanto apoio das pessoas próximas - as quais ele realmente considerava família - o confortava e fazia com que sua respiração, aos poucos, se tornasse regular novamente.

— Eu vou tentar sair sem eles perceberem, obrigado por isso. Eu não queria dizer essas palavras assim, por ligação, mas... eu te amo, Minho. Obrigado por cuidar de mim, obrigado por existir, obrigado por tudo.

Ditou e, por pura vergonha e nervosismo do que acabara de dizer, desligou na cara do rapaz.

      [primeira pessoa]...

Minhas mãos tremiam e naquele momento eu já não sabia mais se era pela ansiedade, pela briga entre meus pais, ou por finalmente ter dito que o amo.

Não queria vê-lo depois disso por medo da resposta, mas ao mesmo tempo em que pensava sobre isso, pulava a janela do quarto para que pudesse encontrá-lo o mais rápido possível.

Não havia necessidade para correr, entretanto, eu corri até a sua casa e, feito um bobo de filmes clichês, me apoiei na porta de seu apartamento, controlando a respiração enquanto criava coragem para bater.

Não queria que ele tivesse contato com esse meu lado, não queria que ele soubesse da parte "sombria" sobre mim, mas eu sabia que, se eu o quisesse na minha vida (e eu realmente quero), teria que me mostrar por completo, e, com sorte, fazer com que ele amasse todas as minhas partes por igual; até mesmo essas que eu tanto fujo.

Hesitante, bati na porta e coloquei as mãos nos bolsos da calça. Pensei que fosse demorar alguns minutos até que fosse atendido, mas para a minha surpresa, em questão de segundos eu já tinha os braços de Lino me apertando com força, como se me segurasse para que eu não caísse. E de fato, era isso que ele estava fazendo.

— Eu também te amo, meu amor. — Sussurrou, me arrastando para dentro, enquanto conferia cada canto para ter certeza de que eu estava bem, e sem nenhum arranhão. — Prometo que nada vai te atingir enquanto estivermos juntos. 

E naquele momento, tendo as mãos macias de Minho em meu rosto, ainda processando seus ditos, conferindo cada centímetro, eu tive a absoluta certeza de que ali eu estava seguro.

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opa n me matem pfvr ):

especial do jisung e do minho pq sim...

e... o que me motivou a escrever foi algo triste, meu coelhinho morreu ontem... então eu precisava focar a cabeça em algum lugar, e pra sorte de vocês, resolvi focar na escrita

é isso, beijão

"Red" › HyunJin. Onde histórias criam vida. Descubra agora