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Daisy Martins

O táxi parou na frente de uma construção que se destacava naquela imensidão cinza e sem graça. Um sobrado pequeno de dois andares amarelo, minha casa.


Suspirei e segurei com mais força a caixa com meus bebês, ajudei o taxista a terminar de tirar minhas coisas do seu carro. Depois de todas as malas e caixas em frente ao pequeno estabelecimento no centro de Forks, eu olho novamente com mais cuidado pra minha nova casa.


Era amarela com branco, várias plantas, falsas claro, penduradas pelas paredes e na varanda da frente, com duas mesas de ferro fundido branco, uma porta branca de madeira com a metade de cima de vidro com o nome do café, Sweet Heart, meu olhos se encheram de lágrimas, esse era o apelido que meus pais me chamavam.


Um vento forte jogou meus cabelos coloridos pra trás, fechei os olhos com força, já estava sentindo falta do Brasil. Balancei a cabeça e comecei levando as coisas para minha casa, que ficaria no segundo andar. Assim que entrei pela porta quis chorar ainda mais, logo atrás do balcão, na parede, tinha um bordado na minha mãe, era o contorno da foto do meu aniversário de 15 anos, nos três abraçados como em um sanduíche, era nossa foto favorita, logo encima estava bordado a frase em português


Daisy te amamos pra sempre.


E tinha várias margaridas espalhadas pelo bordado. Eu sentia muita falta deles, eu ainda não acredito que eu não verei mais a mamãe e o papai, faz quase dois anos, alguns meses depois do meu aniversário de 15 anos, descobrimos que minha mãe tinha câncer, e infelizmente ele já estava em um estado avançado, não poderíamos fazer nada. E o pior meu pai estava morrendo com ela também. O amor deles era tão grande, tão forte e verdadeiro que eu duvidaria que meu pai viveria sem ela, e vice versa.


Assim eles decidiram vender tudo o que tinham, a casa, a loja de doces da minha mãe, os carros, colocaram todo o dinheiro em uma conta e transferiram os investimentos do meu pai, para o meu nome, eles me emanciparam e conseguiram meu passaporte e essa casa na antiga cidade dos meus avós paternos, meu pai era americano e minha mãe era brasileira.


Consegui colocar todas as coisas na parte de cima da loja, aonde era uma casa bem aconchegante, e já estava mobilhada, a sala era pequena pintada de azul pastel que se estendia até a cozinha. Na sala tinha apenas um sofá creme, quase caramelo, do lado da janela com cortinas lilás, uma TV logo abaixo um rack caramelo que já tinha uma caminha aonde o Breu e Sandy, já estavam dormindo. Tinha uma pequena ilha que separava os ambientes com dois bancos altos de madeira clara, uma cozinha com geladeira e fogão brancos, acho que uma das poucas coisas brancas na casa, poucos armários também em madeira clarinha, um banheiro em rosa queimado, quase branco, com alguns azulejos pequenos coloridos por uma faixa no meio do banheiro, e por fim meu quarto, ele estava com as paredes pintadas de verde água com vários vasos de flores vazios, por enquanto, uma colcha amarela bem clarinha, com desenhos do ursinho poof e potes de mel, um guarda-roupa antigo de madeira escura só com verniz, uma escrivaninha da mesma cor do guarda roupa.


Sim minha casa tinha muitas cores, eu detestava branco, cinza, preto, essas cores muito sombrias me deixavam triste, eu gosto de cores alegres vivas, isso reflete muito a minha personalidade.


___________Alice Cullen __________


Estávamos eu e Jasper abraçados trocando carinhos no sofá que tínhamos no nosso quarto quando o vento entra pela Janela e com ele um cheiro de sangue muito doce, misturado com algum tipo de flor, de longe foi o melhor cheiro que senti na vida. Olho para Jasper e posso ver que ele também sentiu, seu olhos estavam escuros, tenho quase certeza que os meus também.


Levantamos do sofá e fomos ao encontro da fonte desse nosso novo vício.


My Sweet Hearts Onde histórias criam vida. Descubra agora