Terceiro Arco: Planos

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– Você não devia estar dando aula? – a primeira pergunta do Comandante ao me ver.

– Hoje é dia de prova. Eles já estão no último ano. Hoje será um dia inteiro voltado para a prova teórica; e semana que vem será a prova final na Terra. Depois disso vem a graduação e então eles decidirão para qual tropa se juntar.

– Entendi.

– Já preparou o seu discurso para a nova turma?

– Será o mesmo de todos os anos. Devo mostrar como é a verdadeira tropa de ataque. Eles terão que decidir se oferecerão ou não os seus corações.

– Foi por causa de um discurso desses que vim parar aqui nessa sala.

– E desde então tem contribuído para a reconquista do nosso planeta.

– É, talvez você esteja certo.

– Bom dia, Comandante – Sarah entra e presta a continência.

– Por favor, deixe as formalidades apenas para os soldados. Vocês têm passe livre aqui. Sente-se, por favor.

– Bom dia, Capitão – ela acena para mim.

Apenas cumprimento com a cabeça.

– Não se preocupe com ele, provavelmente está preocupado com seus alunos.

Eu realmente estava preocupado com eles. A prova teórica é bem puxada. São poucos que conseguem reprovar nela, mas sempre há aqueles que não atingem a meta.

– Então Comandante, como será a negociação?

– Iremos definir a missão dele. Primeiro, iremos nos aproximar de um observador e tentar conversar com ele. Caso não haja resposta, tentaremos falar com um flamejante comum. Entendido?

– Sim. Posso pedir uma coisa?

– Claro que pode.

– Gostaria que o Capitão Levi o acompanhasse.

Mesmo com a cabeça baixa, tenho certeza que perceberam as minhas sobrancelhas se levantando.

– Algo contra, Kirigaya?

– Nada. Apenas fiquei surpreso.

– Então ficou claro a nossa proposta?

– Com certeza – respondi.

– Muito obrigado pelos seus esforços, doutora Sarah. Agradeça a sua equipe por mim.

– Avisarei sim. Fico agradecida.

– Podem se retirar. Levi, quero que venha na minha sala quando estiver se sentindo bem.

– Tudo bem.

Após sairmos da sala, Sarah puxou a manga do meu sobretudo militar.

– Levi, me acompanhe até um lugar calmo, por favor.

– Tudo bem – abaixei minha cabeça, peguei a mão dela e a deixei me guiar.

Após andarmos por muitos lugares, finalmente chegamos ao lugar onde ela queria me levar.

– Por favor, deite-se aqui.

Ela se senta no sofá que estava no meio do cômodo e pede para que eu encoste minha cabeça em suas pernas, tornando-as um travesseiro.

– Como está?

– Cansado.

– Eu sei. Está pensando em desistir de tudo?

– Não. Eu só estou cansado de ter que descer e ver todo mundo morrer. E mesmo assim eu volto vivo.

– Por que você não tenta agradecer por ter sobrevivido mais uma vez?

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⏰ Última atualização: Sep 09, 2020 ⏰

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