Descanse

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— Será que podemos conversar? — O elfo apenas acenou positivamente e foi para o lado, liberando um espaço para sentar. Por um momento ficamos em silêncio, Legolas apenas apreciava a paisagem sem dizer nenhuma só palavra. O que eu estava esperando? Que ele estivesse sorridente logo após de eu tentar matá-lo?! Fico frustrada ao pensar que sei lidar melhor com animais, do que com pessoas.

Bom, Por onde devo começar… Passei minha mão sobre minha perna em nervosismo e senti algo em meu bolso. Talvez isso seja um começo, suspirei e tirei dali o colar de seu avô, não sei porquê ainda estou com ele. O elfo estava com sua mão entreaberta e então, tomei coragem de colocá-lo sobre a mesma e o elfo travou seu maxilar tenso. Talvez eu tenha sido invasiva? Por Erú, Taurwen!

— Eu não vim atrás de seu perdão, até porque acho que não o mereço. Mas acho que você tem todo o direito de saber o que tenha acontecido… — Foi extremamente difícil dizer isto e por um breve momento travei e inspirei fundo. Legolas olhou para mim e franziu suas sobrancelhas confuso. 

— Achas que estou chateado com você? — Soltou uma fraca risada e apesar de agora eu estar confusa, não pude de deixar de notar seus traços perfeitos e belos. Legolas também me observava, ele deve estar achando que sou louca de ficar olhando assim para ele, ainda mais um príncipe. Engoli seco, tentando afastar a confusão de minha cabeça por não saber o porquê de eu ter feito isso. 

— Não está? — Franzi minhas sobrancelhas surpresa.

— Por que eu estaria? — Novamente o elfo ficou tenso.

— Por que...eu tentei te matar? — Legolas suspirou aliviado e riu anasalado.

— Eu entendo que não estava em seu melhor momento… — O elfo segurou minhas mãos. — Você não me deve explicações. Apesar de lhe conhecer tão pouco, sei que é uma boa pessoa. 

Foi como tirar um peso de minhas costas, nunca senti a energia de alguém tão presente em tão pouco tempo. Mesmo ainda me sentindo culpada e com vergonha de tudo o que tenha acontecido, as palavras do elfo aliviaram parte da tensão que sinto em meu peito.

Fiquei tão feliz que não consegui me conter em lhe abraçar. Por um momento, Legolas ficou parado sem reação, mas depois aos poucos cedeu me envolvendo com seus braços. 

— Obrigado por me compreender, não sabe o quanto isso me faz bem. — E ao desfazer de nosso abraço, me dei conta de meu ato impulsivo. O elfo estava parado à minha frente me fitando com uma expressão neutra. — Oh, eu não pensei… Desculpe-me alteza! — Senti-me na obrigação de reverência-lo. 

Suas mãos seguraram levemente meus braços me erguendo, e ao olhar em seus olhos, Legolas não disse nada e me abraçou novamente, desta vez quem foi pega de surpresa foi eu. Retribui abraçando sua cintura, apoiando minha cabeça sobre seu peito e sentindo o cheiro suave de seus cabelos longos e dourados.

— Sempre que precisar de algo, mesmo que seja apenas um simples abraço, estarei a disposição. 

— É muito bom saber que posso contar com você. Nada como o abraço de um amigo para acalmar a alma. — Nos soltamos e Legolas estava novamente sorridente. — Hantanyel Legolas. (Obrigado Legolas) 

O elfo estava a dizer algo mas parou de repente fixando seu olhar em algo, ou melhor, alguém atrás de mim. 

— Vamos Taurwen. — Era Éomer. Virei-me e o mesmo estava como sempre com seu semblante sério, colocando seu elmo e com seu cavalo ao lado. Olhei uma última vez para o elfo com uma breve reverência, me retirando. 

[...]

Éomer estava cavalgando mais rápido que o normal e dizia poucas palavras, ele sempre teve esse jeito mais fechado, mas dessa vez havia algo de errado. Terminamos toda a vistoria pelos arredores e Éomer fez o sinal de retorno, tomei as rédeas de Elrohir em direção ao palácio. 

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