Parte XV.

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Fronteira Andorra- Espanha.
21:36 P.M.

– Qual é, Helsinki?! Deixa de ser idiota, me dá logo essa merda! – há mais ou menos uma hora Denver e Helsinki começaram a discutir sobre quem ficaria com as balas do jatinho.

Quase todos estavam rindo com aquela situação esquisita e engraçada dos dois gritando um com o outro por apenas balas.

Eu e Nairóbi permanecíamos sérias. Às vezes encarando a janela, às vezes encarando uma á outra.

– Porque você tá tão séria? – Manila sentou ao meu lado quando eu estava olhando para a janela e praticamente berrou em meu ouvido.

– Você não sabe falar baixo, não? – a encarei furiosa mesmo que ela não tenha feito nada demais. Eu estava irritada e acabei deixando os nervos à flor da pele.

– Ei, calma aí! – Manila se defendeu.

– Eu só tô preocupada com você, dá pra pelo menos fingir ser gentil?

É. Manila foi a única na viagem inteira que notou meu mau-humor e cara de bunda. E mesmo que ela estivesse tentando ser legal, eu consegui, sem nem mesmo perceber, ser uma completa idiota.

– Desculpa, Manila... É só que... Não tô no clima. – sorri fraco olhando para meus próprios pés.

– Ok, irritadinha. – Manila me deu um soco fraco no ombro e colocou os dois pés em cima do encosto do banco á nossa frente.

– Se quiser conversar pode falar comigo. Desde que você não esteja com esse mau-humor impregnado. – sorriu observando meu rosto sério.

[ . . . ]

– É bom estar em terra Espanhola novamente. – Berlim desceu do jatinho e suspirou enquanto esticava seu corpo.

– Onde estamos? – pergunto colando algumas pistolas com fita no meu corpo.

– Aeroporto de Madri-Barajas. – o amigo de Manila respondeu indiferente enquanto analisava uma pistola colada em meu corpo.

– Quanto tempo demora para chegarmos até Toledo? – Nairóbi pergunta.

– Estamos há 80km de lá. Se o trânsito estiver calmo, demoraremos em torno de uma hora. – respondeu.

– Como faremos para despistar os seguranças e policiais? – Sérgio pergunta e ao seu lado Lisboa permanecia quieta. Suas mãos entrelaçadas fizeram tudo aquilo que estávamos passando valer a pena.

Sorri para Lisboa que mandou uma piscadela de volta. Era bom ver Sérgio bem, e conosco.

– Eu cuido deles. – o amigo de Manila respondeu e saiu andando até uma das portas de entrada para o grande prédio.

– Ei! – gritei para ele e o mesmo virou em minha direção com o cenho franzido.

– Qual seu nome? – pergunto.

O homem virou totalmente seu corpo para mim e caminhou alguns passos até chegar em minha frente.

Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e respondeu a minha pergunta:

– Me chama de Rio.

Eu engoli em seco e fechei meu casaco que estava aberto para eu poder colar as armas em mim mesma.

Andei alguns passos para trás e esperei ele sair andando novamente.

Quando ele finalmente estava de costas para mim, senti como se tudo aquilo que eu estava fazendo fosse errado.

El Comienzo Del Caos.Onde histórias criam vida. Descubra agora