A Proposta

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KAGOME

E lá estava eu naquela situação bizarra, aterrorizadora e...empolgante ? Como eu poderia estar pensando isso dado o perigo daquilo ?

Duas pessoas de estaturas gritantemente diferentes duelando, usando toda sua habilidade de luta para destruírem seu oponente e saírem vitoriosos desse combate mortal.

E pra minha surpresa, aquele cara minúsculo em relação ao seu adversário estava levando a melhor. E de um sentimento de medo misturado com apreensão inicialmente, pelo possível estrago que ele sofreria na luta, com o decorrer do combate eu estava no fundo era torcendo pra que ele continuassem subjugando o grandão e vencesse.

Era o mesmo sentimento de quando se tem vendo uma luta de boxe onde um lutador está quase pra vencer do adversário de modo bastante evidente, mas que por algum milagre ou surto de adrenalina repentino, aquele que estava anteriormente perdendo vira o jogo e passa a retrucar todos os socos levados e ascende na plateia uma chama de empolgação.

Tudo bem que o cara menor nem sequer chegou perto de "perder" por assim dizer, mas de início parecia que iria ser rapidamente esmagado por seu enorme oponente, de modo rápido e cruel, julgando o modo como aquele homem gigante falava e agia.

Nunca fui de me empolgar tanto assistindo UFC ou coisa assim, mas aquela luta... Ela mexeu comigo...

Era simplesmente uma batalha pela sobrevivência de cada um. De fato uma luta "verdadeira". Estavam dando tudo de si pra se manterem vivos, ou ao menos conscientes.

E aquele hanyo...quando tudo acabou veio falar comigo tão "casualmente" por assim dizer... e ainda ficou me observando correr pra longe daquele lugar... O que posso esperar é só não topar mais com ele.

—Kagome, querida! Você capotou no sofá de novo? Poxa, deve ter sido um dia de trabalho bastante cansativo ontem.

Já era de manhã cedinho, minha mãe havia me acordado do meu sonho refletindo sobre o acontecimento de ontem.

—Bom dia mamãe...—eu dizia com a voz um tanto grossa e grogue de sono ainda— Já tem café da manhã pronto ? Nem jantei ontem, só deitei e desmaiei de sono.

—Ah, tem sim minha filha, o seu avô acordou super cedo como sempre e aprontou tudo.

Subi lentamente as escadas para me arrumar. Ainda morta de cansaço por ter dormido mal no sofá. Mas pra minha sorte, o trabalho começava às 9 da manhã e ainda eram só 7:30, então eu podia ficar relaxando em casa e recuperando as forças antes de sair.

Depois de me arrumar, desci pra tomar café com minha família. Optei por omitir o que houve pra não haver brigas e proibições de eu fazer hora extra no trabalho. E apesar de eu não gostar de fazer, por sempre sair exausta e estressada, era preciso. Meu avô havia passado a morar conosco depois que minha avó faleceu, e minha mãe optou por se demitir e cuidar dele em casa. E pra não haver sufoco e viver contando os centavos, eu fazia esses horários extras.

— Bom gente, eu já vou indo pro trabalho agora.

— Mana, você vai sair hoje mais cedo ? — Sota me perguntou correndo em minha direção.

—Acho que sim Sota, por que ?

—É que vai lançar um jogo novo hoje naquela loja perto do seu trabalho e...eu queria que você comprasse pra mim...—ele ficou fazendo uma cara de pidão enquanto falava isso. E eu quase cedi a ele.

— Sota, eu já falei que não posso ficar comprando todos esses jogos sempre que lançam, me desculpa.

—Mas mana, eu vou ajudar a pagar — e ele tirou do bolso uma quantiazinha de dinheiro que ele disse haver economizado esses tempos pra esse lançamento. Agora que eu não podia negar pro bichinho.

O Torneio da Jóia de 4 AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora