Bellatrix

Destino

(Este é o último capítulo Ç.Ç)

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 1974 – 4º ano da Primeira Guerra Bruxa

Eu estava encostada em minha poltrona, completamente destruída. A última batalha havia sido muito acirrada – devo dizer que tive sorte por ter sobrevivido.

Narcisa estava ao meu lado, curando meus ferimentos. Recém-casada. Não deveria estar se preocupando comigo.

Muitas coisas haviam acontecido nos últimos anos. Dentre elas, mais um buraco em nossa tapeçaria – Sirius, outro desertor. Lá no fundo, sempre soube que era um traidor. Tal atitude não me surpreendeu em nada.

Um covarde, de fato. Uma vida honrada como a minha não era fácil de se levar.

Embora... Confesso que em determinados momentos, desejava a morte. Talvez fosse mais fácil - me tornar um fantasma e amedrontar trouxas pelo resto de minha existência.

Mas infelizmente, eu era habilidosa demais para ser derrotada com facilidade. Creio que esta fosse a minha verdadeira maldição.

Ouvi estalidos no piso de madeira. Alguém se aproximava, mas estávamos sozinhas.

Narcisa ergueu sua varinha e pôs-se na defensiva, entre a porta e mim. Quando a presença se revelou, minha irmã baixou sua guarda. "Milorde." Cumprimentou-o.

"Sra. Malfoy. Preciso conversar com Bellatrix a sós." Seus cumprimentos foram breves. Minha irmã saiu do quarto sem demora.

Não queria que ele me visse daquela forma. Mas ali estava. Daria-lhe um sorriso, se minha boca não estivesse toda estourada.

Voldemort aproximou-se, com um pesar em seus olhos. "Vai se casar com Rodolfo?" Foi tudo o que disse.

Ergui a sobrancelha, desacreditada. "É isto que lhe perturba, milorde?" Principalmente comigo neste estado?

Milorde não reagiu àquela provocação. Bufei, sentindo o gosto do sangue. "Meu pai insistiu. Quer ter um neto o mais rápido possível, para tentar manter o que resta do sangue Black. Apressou-me, quando percebeu que a possibilidade de que eu morra cedo tornou-se inevitável."

"Deixe que Narcisa o tenha." Insistiu Voldemort, quase que ordenando.

Não pude evitar de rir. Não é assim que funciona. Não com os Black. "Eu sou a primogênita. Sabe disso."

Voldemort continuou a encarar-me, como se quisesse me dizer algo. Mas é lógico que seu orgulho não permitia que o fizesse.

"Maldito Lestrange, não é mesmo?" Brinquei. "Não pode se livrar dele, muito menos eu."

Milorde permaneceu em silêncio, com os punhos fechados e olhos repousados no chão.

"Você teve a chance de desposar-me, milorde. Inúmeras vezes. Afastou-me em todas elas." Recordei, com amargura. Provavelmente para não perder a vantagem do meu sentimento platônico, utilizando-me como fantoche. "Poderia estar te dando um herdeiro a esta altura."

Voldemort revirou os olhos. "Só há a necessidade de herdeiros quando se morre. Eu sou a imortalidade."

Ergui a sobrancelha, frustrada. Respiraria fundo, se minha caixa torácica não doesse tanto. Se insiste, milorde. "Devo admitir que quase me comove, milorde, despendendo de seu tempo para me visitar quando tantas outras atividades lhe exigem a atenção. Embora confesso que ache cruel dar-me a ilusão de que se importa, após todos estes anos."

Sempre, era o que eu queria que ele respondesse. Mas esta era outra história.

Ingênua de mim, pensar que seria possível arrancar qualquer sentimento de alguém como ele.

Talvez, me atrevo a dizer, talvez até tenha conseguido em algum momento. Mas não era de seu feitio render-se a algo tão nobre.

Sem mais nada dizer – por não conseguir ou apenas por não ser capaz de fazê-lo – Tom saiu tão rapidamente quanto entrou.

Assim fui deixada na companhia de minhas feridas, sozinha mais uma vez.

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Muito obrigada a todos que acompanharam! <3 1K, não to nem acreditando! Y.Y

Caso tenham interesse, também tenho outra fanfic de HP, "A Roda da Fortuna". Está disponível no meu perfil o/

E pra quem quiser, um aesthetic da família Black que gostei muito e quis compartilhar: