.— Eu perdoei muitas coisas na minha vida, o abuso que eu sofri, perdoei Deus pelas coisas que ele permitiu acontece, perdoei a mim mesma. Porém, de tanto perdoa e recomeça, eu vi que eu não precisava perdoa ninguém, nem Deus, nem a mim.
Eu precisava culpar, gritar, chorar e superar.
- Adélia
O caminho de casa era sombrio pra Adélia, o amargo em sua boca a fazia sentir que estava chegando ao limite. Ela passou por um grupo de adolescentes jovens e alegres e por um momento pode sentir uma dor latejando em sua mente, amargura era só uma pitada das coisas que ela sentia, A dele aumentou o passo querendo chegar rápido em casa, querendo fugir dessa dor. Ela não teve um dia de felicidade assim, nunca saiu com os amigos depois de um dia de aula, nunca riu livre assim nas ruas, nunca..
Era triste imaginar que coisas tão comuns eram seu maior sonho, sua inveja profunda.
A luz acessa de seu apartamento era calorosa é rara para Adélia, alguém esperava ela em sua casa... esse pensamento fez um pouco de alegria crescer em seu interior. Abrindo a porta devagar, ela entrou hesitante e viu Jacey na cozinha.
— O que está fazendo, Jacey? — ela perguntou curiosa ao ver ele no fogão fazendo alguma coisa.
— Você chegou, bem-vinda de volta! — Ele disse com um sorriso terno enquanto olhava em seus olhos.
— Eu não lembro do meu nome, mas sei que eu cozinho bem, peguei alguns ingredientes que tavam na cozinha.
O cheiro era simplesmente divino fazendo assim a barriga da pobre Adélia roncar, seu rosto ficou escarlate e morrendo de vergonha ela fugiu.
— V-vou tomar banho.
Jacey riu vendo aquela cena rara, em seus pensamentos ele dizia " ora, ela consegue ser fofa " antes de voltar pro seu trabalho. A agua quente pelo seu corpo deixou o pesadelo que aconteceu hoje ir embora. Ela tentou concentrar em outras coisas, tentou guiar sua mente para qualquer coisa, qualquer que não seja sobre ela.
Depois do banho, Adélia se vestiu e foi até a cozinha, na pequena mesa lateral da cozinha Jacey colocava os pratos, vendo como ele se sentia a vontade fez ela sorrir um pouco.— Vai esfriar se não comer agora. — Jacey disse depois de nota lá parada na entrada. Ela andou e sentou-se enquanto olhava admirada para comida na sua frente. Era a primeira vez que ela lidava com essa situação, um amargo desceu pela sua garganta, ela lidou com algumas lágrimas que ameaçou sair, ela não queria ser tão emocionada.
Sentando-se na Adélia não hesitou ao comer, suspirando quando provou o caldo da sopa de tomate, era acolhedor e extremamente gostoso. O sentimento acolhedor vinha do fato dela nunca ter uma mesa posta, nunca alguém a sua espera e que dissesse " se apresse" era de alguma forma tão puro e quente, e por um momento seu corpo relaxou e a sopa foi sendo devorada rapidamente.— Gostou? — Jacey perguntou com expectativa.
— Nunca provei nada igual, é realmente.. muito bom. — Adelia murmurou enquanto olhava em seus olhos curiosos e profundos.
— Eu não lembro de nada sobre mim, mas assim que olhei pra esses tomates no fundo da geladeira senti que sabia usar eles, e de alguma forma senti que você precisaria..
Ouvindo com atenção ao que ele dizia Adélia ficou por um segundos congelada antes de olha pra cima e ver ele sorrindo de uma maneira tão pacifica, seus cabelos dourados, seus olhos claros, seu nariz fino e seu sorriso puro, tudo nele era uma imagem que ela nunca esqueceria.
E, naquele momento ela pensou que viu um algo especial.
Não era suas palavras, não era a sopa, não era nada além do seu sorriso.
Um sorriso que soava " confiança".
E ela sorriu de volta.
(...)
O amanhecer do sol passou pelo seu rosto despertando de uma bela noite de sono, sua orelheiras de semanas atrás estavam suavizadas, ela se sentia disposta e sabia o porquê, e apesar do medo gritante de mais um dia de trabalho, ela decidiu que tentaria as coisas diferentes hoje. O dia estava ensolarado e a neve derretia nas calçadas de modo que Adélia tomará cuidado ao anda perante elas, o caminho até seu trabalho estava próximo e tanto seu corpo e coração não estavam preparados, sua mente estava em branco e seu coração batia desesperadamente.
Chegando ao trabalho mais cedo que o habitual, Adélia guardou sua coisas no seu armário e se sentou por um momento. Adélia sabia que o que Joe fazia era incorreto, mas ela já passou por situações como essa e sabia que Joe não era alguém "comum", era normal na vida de Adélia as pessoas nunca acreditarem em sua inocencia.
No entanto, nesse momento de angustia Adélia pensou numa pessoa.
Não que ela confiava nele, ou era próxima dele mas Adélia sentia minimamente que ele era um pouco diferente, ser oprimida, pressa e humilhada diariamente era aquilo pelo que ela lutou pra sair, então pensou que deveria fazer essa tentativa.
Chegando no andar que iria limpar hoje, e consequentemente o andar que ela precisava no momento ela andou até a sala principal, o andar estava vazio e a empresa ainda não estava aberta Adélia bateu na porta, ela sabia que ele estaria por que sempre por essas horas ela esbarraria com ele na empresa por essa razão "desconfortavel" ela começou a vim um pouco mais tarde.
O som da porta fez eco e sua mão começou a suar logo em seguida a porta ser abriu
— Adélia? — O seu rosto era visivelmente surpreso
— E-eu gostaria de conversar com você.
Donavan nunca imaginou que um dia Adélia estaria em sua porta, a surpresa era apenas um dos poucos sentimentos que ele sentia naquele momento.
Logo Donavan deu passagem.
— Entre, por favor.
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Para meu, menininho.
RomanceAdélia nunca teve uma vida boa, na verdade sua infância foi terrível, maltratada e humilhada pela suas condições ela se trancou para o mundo e para todos em sua voltar.Até que em uma noite de nevasca, era um simples caminho de volta para sua casa ma...