Dando Tudo Errado

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[...]

Acordei inspirado certo dia. Fui pra escola mais arrumado do que de costume, e com um bom humor que não era meu. Sem dúvidas, tinha alguma coisa estranha comigo, mas não me importei.

Como de costume, fiquei com meus amigos conversando antes de começar a aula. Logo vi de reflexo que um banco logo à nossa frente foi ocupado por uma menina que era ninguém menos que Mari. Meu coração deu uma batida mais rápida quando a vi, uma gostosa sensação de felicidade surgiu em mim.

Por um impulso involuntário, deixei meus amigos e fui conversar com ela.

Foi uma conversa ridiculamente ridícula e curta. Meus neurônios estavam explodindo. Quando enfim voltei à consciência, deixei ela sozinha e voltei para meus amigos. Eu devia estar com uma cara péssima...

- Cara, cê tá bem? - Perguntou um dos meus amigos, meio preocupado. - Cê parece meio pálido...

- Acho que minha pressão abaixou - menti -, mas estou bem sim, relaxa.

[...]

Ah... A CDF sempre fica estudando na sala depois das aulas. Estudos aqui, estudos lá... Ficaria surpreso se alguém me contasse que ela dorme ao invés de estudar.

Fiquei até depois das aulas também pra resolver algumas coisas com meu treinador. Na hora de ir embora, de repente se tornou uma boa ideia bisbilhotar uma pessoa estudando. Por quê? Não sei.

Fiquei na porta a observando. Devo admitir, ela era fofa quando se concentrava em algo.

Não sei quanto tempo fiquei ali. Ela já estava arrumando seu material, e eu queria ter uma conversa descente com ela.

Quando me dei por conta, minha visão estava levemente avermelhada, eu estava segurando seu braço, agindo de um modo que eu mesmo me assustei.

Obviamente, não tivemos uma conversa descente. Eu estava dividido em dois extremos entre ser fofo e ser ameaçador. Ela, é claro, ficou assustada e foi embora na primeira oportunidade que teve. Aquele definitivamente não era um bom dia para eu tentar fazer novos amigos.

Esperei alguns segundos depois dela sair da sala e fui embora também.

Durante todo o caminho, tratava uma luta épica e confusa na minha cabeça. Por que eu estava agindo tão estranho hoje? Era quase como se eu estivesse sendo controlado por alguém.

Uma caminhada pensativa. Pensativa até demais pro meu gosto... Minha mente não foi feita pra isso.

Sem notar, passei pela minha casa e estava indo pra casa da minha tia, que era do outro lado no fim da rua. Quando percebi, já estava abrindo o portão e entrando.

Ela não estava na sala. Talvez estivesse se preparando para um cochilo... Mas quem precisa de cochilo numa hora dessas?

- TIA, VEM CÁ!

[...]

- O quê deu em você, garoto? - Minha tia exclamou quando terminei de contar o que eu tinha feito.

- Eu não sei! Por isso eu vim aqui te contar!

- Você acha que assim vai fazer amizade com ela? Se controla!

Your Guardian AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora