Bagunça e surpresa

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Min: Como ela está, doutor? - Meu coração apertar ainda mais.

Doutor: Ela está em coma. - Quando ele falou, parecia que tinha uma agulha entrando nos meus ouvidos.

"Hoooo Min, chora, chora mesmo, sua querida professorinha está morta ou no máximo em coma, a bala acertou bem no peito, você viu?" - A voz de Daiana vem em minha mente.

Jade: E como ela vai acordar? - Enquanto eu saio dos meus devaneios, Jade se manifesta.

Doutor: Não podemos fazer nada, ela tem que reagir.

Min: E se ela não reagir? - Falo tão rápido que nem parece que essa frase mexe com meu psicológico inteiro.

Doutor: Infelizmente, não vai ter o que fazer. Se ela não reagir em alguns meses vamos ter que desligar os aparelhos. - O médico está com um pesar na voz.

Min: Não, não podem, tentem acordar ela, façam algo. - Nesse momento, eu já estava chorando.

Doutor: Se eu pudesse fazer algo, pode ter certeza que eu faria, mas um coma só o paciente pode reagir. Me desculpem. - O médico coloca a mão em meu ombro, sorri para Jade e sai.

Min: Doutor. - Ele olha para trás. - Podemos ver os dois?

Doutor: Daqui a alguns minutos, mando uma enfermeira chamar vocês. Vou deixar entrar os dois, mas sem bagunça. - Concordo, e ele sai.

Jade: Calma, Jade, calma Jade. - Ela repetia isso, andando de um lado para o outro, como se fosse um mantra.

Min: Acho que vou tentar essa sua forma de se acalmar. - Ela senta na cadeira com o semblante cansado.

Jade: Eu estou com muito medo. Hadassa é minha melhor amiga, e o Bruno... - A olho, esperando ela terminar.

Min: Você gosta dele, né? - Vou direto ao ponto.

Ela olha para mim, surpresa, e hesita antes de responder.

Jade: É... acho que sim, quer dizer... sim. - Se enrolou toda na fala. - Não fala para ninguém.

Doutor: Senhores, já podem entrar. -  Seguimos a enfermeira.

Ela nos levou primeiro ao quarto do Bruno; ele já estava acordado.

Bruno: Eae, mano, não foi dessa vez. - Fala sorrindo, como ele consegue brincar numa hora dessa.

Jade: Idiota.  - Dá um tapa na cara dele e depois o abraça, ainda sentada, joga o corpo encima dele, do lado que não está machucado. Ela coloca o rosto no pescoço dele, e eu vejo o garoto se arrepiar.

Bruno: Não entendi, tá doida é? - Coloca o braço que não está ferido na cintura dela.

Min: Ela gosta de você. - Jade levanta num pulo.

Bruno: Aiiii!  - Resmunga de dor.

Jade: Desculpa, Min, eu pedi para você não contar. - Ela cruza os braços.

Min: Você disse, mas eu não concordei.  - Jade revira os olhos, e Bruno fica olhando para ela com cara de bobo.

Min: Vou ver a Hadassa. - Bruno me olha.

Bruno: Como ela tá? - Jade abaixa a cabeça.

Min: Ela tá em coma.  - Bruno suspira.

Bruno: Quero ir no quarto dela com vocês. - Se ajeita na cama.

Jade: Temos que pedir ao doutor; vou falar com ele.  - Sai da sala.

Min: Será que ela vai acordar? - Sento do lado dele na cama.

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