Para sempre sua, Lara Jean

Capítulo 54

Na segunda-feira de manhã me acordo e Peter não está ao meu lado na cama. É uma sensação muito esquisita. Simplesmente não gosto! Mas eu devia me acostumar, afinal em breve eu estaria de volta à Paris.

Desde a quarta-feira, quando peguei o carro de Margot e corri até a sua casa, dormimos e acordamos juntos todos os dias, então era natural que eu estivesse mal-acostumada.

Na noite anterior ele havia me avisado que precisava resolver algumas coisas hoje pela manhã e que à tarde estaria de volta.

Desço para tomar café e depois de alguns minutos percebo que estou sozinha em casa.

Preparo alguns ovos mexidos para comer, mas sinto que estão com um cheiro forte, o que causa um embrulho no meu estomago.

Que estranho... acho que estão estragados.

Jogo os ovos mexidos fora e me contento com um pouco de cereal com leite.

Mais tarde estou colocando algumas roupas sujas para lavarem, quando Kitty chega.

- Onde você estava? – pergunto.

- Por aí... – ela diz, apenas.

Estreito os olhos.

- Eu sou sua irmã mais velha, mocinha. Você me deve explicações!

- Primeiro que você é minha irmã do meio. E depois... depois que você nem mora mais aqui, Lara Jean!

Parecia que essa era a resposta padrão de Kitty para todas as perguntas difíceis que eu fazia. "Vai sentir saudades de mim quando eu voltar para a França?" "Ah, Lara Jean, você nem mora mais nessa casa..."

Meu celular toca no meu bolso e vejo que é Peter.

- Oi! – digo.

- Oi. – ele responde.

Um sorriso escapa da minha boca. Kitty revira os olhos e se afasta.

- Já conseguiu sentir minha falta? – ele pergunta.

- Muita. – digo. Até me perco na quantidade de sabão em pó que estou pondo na máquina de lavar.

- Depois do almoço eu passo aí, ok?

- Passa aqui? Você vai para outro lugar?

- Nós vamos para outro lugar...

Assim estava melhor, penso.

- Para onde?

- Surpresa. – ele diz.

Posso imaginar o seu rosto lindo, com aquele sorriso debochado que eu amo.

- Ok. Mas como eu me visto?

- Pode se vestir à vontade, do jeito que quiser...

- Do jeito que eu quiser? – pergunto com uma vozinha insinuante.

- Desde que esteja com alguma roupa...

- Que pena! – digo.

Peter solta um grunhido.

- Não adianta, Covey. Nós vamos sair, então não adianta me tentar.

Dou uma risada.

- Estou com saudades de ficar com você.

Ele respira fundo. Acho que está pensando se não seria melhor ficarmos em casa.

- A gente vai poder fazer isso mais tarde.